Eternit, a empresa assassina.

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A italiana condena a 18 anos de prisão um dos homens mais ricos do mundo após 2.889 mortes relacionadas ao amianto. No inferno de Dante, onde a placa da entrada avisa que todas as esperanças devem ser ali deixadas, o barão belga Louis De Cartier De Marchienne, fundador da empresa multinacional de razão Eternit, tem cadeira cativa.

 

 

http://www.portaldomeioambiente.org.br/denuncia/8613-eternit-a-empresa-assassina

 

 

Cenários. Na Itália, os donos da Eternit foram condenados a 16 anos de prisão. Já aqui...

 

Cenários. Na Itália, os donos da Eternit foram condenados a 16 anos de prisão. Já aqui…

Por Wálter Maierovitch, da CartaCapital*

Esse barão morreu em 21 maio do ano passado, aos 92 anos de idade. Seu sucessor na dinastia, e co-partícipe na difusão planetária de produtos de amianto causadores de doenças mortais como a mesotelioma, é Stephan Schmidheiny, de 66 anos. Apelidado de “magnata do amianto”, é agora o “manda-chuva” do grupo suíço.

Só na Itália, com estabelecimentos em Casale Monferrato (Alessandria), Cavagnolo (Torino), Reggia Emilia e Napoli, o amianto da Eternit causou a morte em razão de mesotelioma em 2.889 funcionários. Fora as famílias dos empregados e que habitavam em casas construídas com material de amianto da Eternit.

Na segunda-feira 3, em grau de apelação, a Corte de Torino aumentou de 16 anos de reclusão em regime fechado para 18 anos, em igual regime prisional, a pena imposta a Stephan Schmidheiny, um dos homens mais ricos do mundo e que, em página na Internet, se apresenta como um “benfeitor”, além de empreendedor, colecionador de obras de arte e pai de duas filhas.

A título de indenização, deverá pagar quase 95 milhões de euros. Isso aos 2.889 que se habilitaram como parte-civil.

Da Suíça e depois da decisão da Corte de Apelação de Torino, o antigo responsável pela Eternit, Stephan Schmidheiny, disse ao jornal italiano Corriere della Sera por telefone: – “ Cosi, nessum investirà più in Itália” (Assim, ninguém investirá mais na Itália).

O ex-maneger da Eternit, Stephan Schmidheiny, foi condenado por crimes causados por intencional (doloso) desastre ambiental permanente e por omissão dolosa de medidas preventivas no campo da infortunística.

Pano rápido. No , os produtos de amianto da Eternit foram disseminados por todo território nacional. Serviram até para cobrir habitações construídas pela para índios. Com o amianto, a Eternit espalhou no Brasil de telhas para coberturas de casas, edifícios e puxadinhos, até jardineiras para flores. No nosso Supremo Tribunal Federal (STF) dormita recurso a respeito da constitucionalidade de leis e normas de proibição e das consequências do largo emprego do amianto comercializado pela Eternit no Brasil.

Fonte: Carta Capital.

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