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Os termos da discussão ecológica atual. Artigo de Leonardo Boff.

“A Rio+20 mostrou que os países industrializados não querem abdicar da sua posição; os países emergentes querem alcançar os industrializados; e os países pobres querem ser emergentes. Enquanto não houver entendimento acerca dos limites do planeta, inútil pensar em justiça social e desenvolvimento econômico. Por conseguinte, o ambiente é mais importante que o social e o econômico, já que sem ele não se pode encontrar solução para os outros dois. Por outro lado, o conceito de ecodesenvolvimento parece ser o mais correto enquanto tática e estratégia”, escreve Leonardo Boff, teólogo, filósofo e escritor, ao reproduzir um artigo de Arthur Soffiati.

O que nos espera após o fiasco da Rio+20?

“Barulho fizemos e até bastante. Mostramos, sobretudo no Aterro do Flamengo, a vibrante e até alegre diversidade que caracteriza os povos abrigados pelo Planeta Terra. Mas, é necessário reconhecer, faltou gente e nos faltou força para criar uma real densidade política democrática capaz de inverter o jogo ou, ao menos, ameaçar. Também, não conseguimos superar a nossa fragmentação”, avalia Cândido Grzybowski, sociólogo e diretor do Ibase, em comentário publicado no sítio do Ibase.

Texto não define o que é sustentável na agricultura e favorece transgênicos.

A falta de uma definição do que seja “sustentável” na agricultura e os pedidos de investimentos para elevar a produtividade no campo – sem especificar quais práticas agrícolas poderiam ser beneficiadas – incomodaram representantes de organizações não governamentais presentes na Rio+20. Na opinião dos ambientalistas, o texto final produzido nesta semana escancara o que todos já sabiam: a polêmica em torno da modificação genética dos alimentos não é mais tabu. Ao contrário, confirmou-se como solução da lavoura.

A economia verde é uma enganação, afirmam ativistas.

Rio de Janeiro, Brasil, 25/6/2012 (TerraViva) – A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, terminou com ganhadores e perdedores, mas principalmente com perdedores. A Organização das Nações Unidas (ONU) e o Brasil, junto com as grandes empresas, deram um giro positivo no resultado da Conferência, realizada 20 anos depois da Cúpula da Terra.

Rio+20 consolida mudança nas relações Norte-Sul.

A declaração final da Rio+20 desapontou os que esperavam metas e prazos – respaldadas por transferências de dinheiro e tecnologia – para a conversão da produção e do consumo para padrões ambientalmente sustentáveis. Mas essa não era a ambição do Brasil nem de seus principais parceiros: China e Índia. Daí a discrepância entre a visão de sucesso de seus governos e a denúncia geral de fracasso por outros países e pelas organizações não governamentais.