Agronegócio (Pág. 30 de 62)

Grilagem de terra e saque de recursos: a máquina de matar na Amazônia.

Nesse domingo, 24 de maio, completam-se quatro anos do assassinato de José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santos, em Nova Ipixuna, Pará. O crime foi sucedido, naquele momento, por uma série de outras mortes, espalhando ainda mais sangue na Amazônia, como o assassinato de Adelino Ramos, em Rondônia, no dia 27 de maio, no total de 29 assassinatos no campo no Brasil inteiro – e entre elas, a de Nísio Gomes, liderança Guarani Kaiowa no Mato Grosso do Sul. Ao mesmo tempo, a bancada ruralista no Congresso avançava na defesa de seus interesses, garantindo um novo código florestal, financiamento para seus projetos, ameaças a direitos indígenas, paralização das demarcações e, nesse mesmo sentido, facilidades em mecanismos mais sofisticados, juridicamente, de regularização da grilagem de terra.

Amazônia: velhos e novos instrumentos de saque.

"Hoje, a grande preocupação dos mandantes da Amazônia é a construção de mais e mais portos para acelerar o saque(...) Para incentivar este modelo de exportação de commodities, modernizam-se portos, constroem-se hidrelétricas e linhões que conduzem a energia rumo aos centros onde se articula a entrega da região ao poder multinacional". O comentário é de Egydio Schwade em artigo publicado por Cimi, 18-05-2015.

Uso de agrotóxicos subiu 162% em 12 anos, mostra pesquisa.

O setor agrícola brasileiro comprou, no ano de 2012, 823.226 toneladas de agrotóxicos – muitos deles, proibidos em outros países. De 2000 a 2012, o aumento em toneladas compradas foi 162,32%. Os dados estão no Dossiê Abrasco – Um Alerta sobre os Impactos dos Agrotóxicos na Saúde, lançado na terça-feira (28) pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), em evento na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Uso combinado de agrotóxicos não é avaliado na prática.

A atualização do Dossiê da Abrasco referente aos alimentos contaminados por agrotóxicos, não só indica que 70% dos alimentos analisados foram cultivados com o uso de inseticidas, como informa que o glifosato, “o agrotóxico mais usado no Brasil”, não foi analisado nos testes e, portanto, a expectativa é de que “a contaminação seja muito maior”, disse Karen Friedrich, em entrevista concedida à IHU On-Line por telefone.

Agrotóxicos, Transgênicos e Lei de Biossegurança.

Entrevista feita pela TV Educativa do RS, Porto Alegre, em 05 de maio de 2015, com o engºagrº gaúcho Leonardo Melgarejo. Foi representante do Ministério de Desenvolvimento Agrário na CNTBio, Comissão Nacional de Biossegurança, responsável pela aprovação e liberação dos produtos geneticamente modificados para uso no Brasil. Atualmente é membro do Grupo de Estudos de Agrodiversidade e coordenador do grupo Agrotóxico e Transgênico da Associação Brasileira de Agroecologia.