Uma Amazônia em transe – panorama em Santarém.
A viagem ao Brasil teria como motivo a carne bovina: a pecuária tem sido um dos principais motores do desmatamento na Amazônia. Acharíamos algum fazendeiro amistoso que nos daria informações […]
A viagem ao Brasil teria como motivo a carne bovina: a pecuária tem sido um dos principais motores do desmatamento na Amazônia. Acharíamos algum fazendeiro amistoso que nos daria informações […]
Após algumas sessões marcadas por protestos, bate-bocas e intensa troca de acusações, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou na terça-feira 31 a admissibilidade da proposta de emenda à Constituição que reduz de 18 para 16 anos a maioridade penal no Brasil. Agora, a discussão caminha para uma comissão especial, que terá cerca de três meses para debater iniciativas similares e consolidar um relatório a ser votado no plenário. Entre as sugestões, há toda sorte de “soluções”, da responsabilização de adolescentes apenas em caso de crimes contra a vida à espantosa proposta de baixar o limite de idade para 12 anos.
Após o pronunciamento da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre os efeitos “provavelmente cancerígenos” do glifosato, intensifica-se a campanha na América Latina para proibir, “antes que seja tarde”, esse herbicida, o mais vendido na região e usado maciçamente nos cultivos transgênicos.
Relatório divulgado nesta quarta-feira (8) pelo Instituto Nacional de Câncer, o Inca, pede a redução do uso de agrotóxicos no país. O texto cita que o Brasil se tornou o maior consumidor desses produtos no planeta, ultrapassando a marca de 1 milhão de toneladas em 2009, equivalente a um consumo médio de 5,2 kg de veneno agrícola por habitante. A informação é do estudo “Agrotóxicos no Brasil: um guia para ação em defesa da vida”, publicado em 2011 pela pesquisadora Flavia Londres.
Uma reportagem especial publicada pela agência Reuters, nesta quinta-feira 2 de abril, mostra a realidade do uso de agrotóxicos no país, com destaque para o município de Limoeiro do Norte, no Vale do Jaguaribe. Segundo trabalho do repórter Paulo Prada, enviado especial ao local, o Brasil superou os Estados Unidos como o maior importador de agrotóxicos em todo o Mundo. Por esse motivo, o país se tornou um mercado atraente para substâncias proibidas ou que tiveram a produção suspensa em países mais ricos por riscos à saúde e ao meio ambiente.
“Na essência do agronegócioe de sua visão meramente produtivista nunca estará a cultura camponesa, o respeito à Pacha Mama, o enraizamento na terra e nenhum dos valores do mundo rural”, denuncia uma nota da Frente de Luta pela Soberania Alimentar Argentina (FLSAA). E anunciam: “Não queremos um ‘mar de soja’ e ‘cinturões verdes’ em volta das cidades”.
Os agrotóxicos são inseticidas, herbicidas e fungicidas, dentre outras substâncias, estas são as mais comuns, que são aplicados em lavouras ou em cultivos vegetais em geral. Cerca de 15 a 20 por cento dos alimentos que se consome no país, tem nível de agrotóxicos acima do permitido. Não se está fazendo qualquer libelo condenando ou estigmatizando agrotóxicos. Se estas substâncias não existissem em nosso atual contexto a segurança alimentar geral da população estaria comprometida.
A soja avança sobre o campo argentino, desalojando pequenos produtores e substituindo gado e outros cultivos. Uma encruzilhada para um país cuja alimentação depende em 70% da agricultura familiar, mas que igualmente requer as divisas procedentes do chamado “ouro verde”.
A irrigação das lavouras, a proliferação de algas e a presença de metais pesados nas lagoas do Litoral Norte do Rio Grande do Sul são sinais de que a qualidade da água está comprometida. Os dados são apontados pela química Cacinele Rocha, que integra o Ceclimar, órgão vinculado ao Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS.
Para a filósofa, física e ‘ecofeminista’ indiana Vandana Shiva, a concentração de riqueza do 1% da população não é apenas injusta. “É a receita para um genocídio e um ‘ecocídio’ mundial”, disse a ativista antiglobalização em sua visita à Espanha, neste mês de março, por ocasião da primeira edição do Parabere Fórum, em Bilbao. A filósofa voltou a disparar contra os dois inimigos sobre os quais articulou sua luta: o controle dos recursos naturais, por meio de patentes conferidas para grandes multinacionais, e os organismos geneticamente modificados (OGM) destas corporações.