Poder econômico (Pág. 47 de 64)

Projetos em tramitação pedem ainda mais flexibilização dos transgênicos, por Viviane Tavares

Após 10 anos de liberação dos transgênicos no Brasil, as promessas atreladas a ele passaram a ser apenas mitos, como muitos movimentos sociais apontavam desde a época de sua liberação. Entre os mais difundidos, estavam a geração de plantas mais produtivas, produzindo assim mais alimentos e acabando com a fome mundial; e a redução do uso de agrotóxicos na plantação. No entanto, a realidade mostra, ao longo da última década, que o número de desnutridos aumentou, os alimentos que mais estão sendo produzidos com semente transgênica são milho e soja, e as sementes utilizadas em conjunto com agrotóxicos são resistentes a eles e contaminam tudo que está ao seu redor. Embora as evidências mostrem o contrário, a legislação ainda encontra forças para mais flexibilizações.

Hidrelétrica etíope arrasa meios de vida indígenas.

Vale do Omo, Etiópia, 21/11/2013 – A construção de uma grande linha de transmissão que exportará eletricidade gerada por um dos grandes projetos hidrelétricos da Etiópia, Gibe III, é uma ameaça para centenas de milhares de pastores que vivem na área. A represa Gibe III, que gerará 1.800 megawatts (MW), está sendo construída no sudoeste do país, no rio Omo, ao custo de US$ 1,7 bilhão. O Estado estima que entraram mais de US$ 400 milhões anuais com a exportação de sua energia. Quando concluída, a hidrelétrica será a quarta do mundo em tamanho.

Relações éticas e pesquisa independente na liberação dos transgênicos no Brasil. Entrevista especial com José Maria Gusman Ferraz.

No ano de 2003, foi aprovada a lei brasileira que libera o uso e a entrada de organismos geneticamente modificados no País. Dez anos depois, no entanto, ainda não se chegou a um consenso sobre os reais riscos e benefícios da tecnologia. Para o agrônomo e pesquisador José Maria Gusman Ferraz, no entanto, as respostas já estão sendo apontadas, mas vem sendo ignoradas pelo Estado. “Os interesses das empresas e seus lobbies determinam o estabelecimento de políticas públicas e normas regimentais”, afirma. “Isto fica claro na flexibilização que a CTNBio vem tendo ao longo do tempo, passando de órgão consultivo para deliberativo.”