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“O capitalismo se transformará totalmente no século XXI”. Entrevista com Jeremy Rifkin.

Advertiu na década de 1990 que a crescente produtividade proporcionada pelas novas tecnologias geraria um desemprego estrutural insolúvel, a menos que se reduzisse a jornada de trabalho (O fim dos empregos. Makron Books, 1995). Começou esta década falando de A Terceira Revolução Industrial (Makron Books, 2011), estágio para o qual nos precipitamos com a convergência de novas formas de comunicação e novas fontes de energia (o telefone, possível graças à eletricidade, e o petróleo, que, por sua vez, condicionou o modelo de transporte, serão ultrapassados pela combinação internet-energias renováveis).

As grandes represas e sua relação com a má qualidade da água.

As grandes represas têm um provável impacto negativo na qualidade da água e na biodiversidade, segundo um estudo que investigou e relacionou os dados extraídos de seis mil obras deste tipo em todo o mundo. Os investigadores da International Rivers (IR), uma organização independente com sede nos Estados Unidos, compilaram e compararam os dados de quase seis mil das cerca de 50 mil grandes represas do mundo, nas 50 principais bacias fluviais do planeta.

A indústria química não quer que saibamos sobre os perigos do estireno.

Uma das maiores organizações de trabalhadores nos E.U.A., um grupo de advogados ambientalistas e um dos médicos mais destacados em medicina ocupacional, apresentaram documentos legais para assegurar que o governo deva alertar o público norte americano quanto ao perigo potencial do estireno. Esta é uma substância química amplamente empregada na manufatura de produtos plásticos como também de barcos, automóveis, banheiras e outros produtos feitos com borracha como pneus e correias transportadoras.

Multipolar, contraditória e beligerante.

Um mundo multipolar será necessariamente um ambiente conflituoso, afirma o cientista político José Luís Fiori. Enquanto os Estados Unidos tentam exercer seu poder de forma mais indireta, as potências regionais buscam firmar sua influência e, em último grau, se unem em estratégias comuns contra o império. Dessa contradição nascem as possibilidades de conflito. “O sistema interestatal capitalista se estabiliza por meio de sua própria expansão contínua e, portanto, em última instância, através das guerras”, afirma. Na entrevista a seguir, o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o mais arguto analista de relações internacionais do País, analisa as mudanças globais e o papel do Brasil na nova ordem.

Biologia Sintética, um projeto de desapropriação.

A biologia sintética ou “engenharia genética extrema” representa um avanço na biotecnologia e é algo que vai além da manipulação genética dos transgênicos. Trata da construção artificial de micro-organismos completamente novos, que têm a capacidade de mudar ou “reprogramar” o metabolismo de organismos para realizarem funções que não existem na natureza.

Presidente da Nestlé prevê a privatização contra o direito à água.

“Cada vez está mais claro que a água doce é um recurso finito, vulnerável à contaminação - que é excessiva por parte das empresas transnacionais. Esta situação contribuiu para conceber a água como um bem mercantil e não como um direito fundamental, em prejuízo à satisfação das necessidades humanas básicas, das concepções ancestrais das comunidades étnicas, gerando assim maior desigualdade social e afetando, por sua vez, a biodiversidade e o equilíbrio dos ecossistemas” é o que destaca a analista venezuelana Sylvia Ubal, em artigo publicado por Barometro Internacional, 12-08-2014. A tradução é do Cepat.

Investimento em Tapajós será 69% maior que o previsto.

Principal aposta do setor elétrico para os próximos anos, a hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, no Pará, que deve ser leiloada entre o fim deste ano e 2015, teve a previsão de investimentos ampliada para R$ 30,6 bilhões. O valor, incluído no Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica, entregue à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e ainda não divulgado ao público, é 69% superior à última estimativa do governo, de R$ 18,1 bilhões, previsto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Estudo mostra que quatro grandes grupos econômicos brasileiros são subordinados ao capital internacional.

Recentemente ressurgiu a discussão sobre um tema efervescente dos anos 1950 aos 70: que o Brasil, como naquela época, estaria passando por um novo momento desenvolvimentista, buscando uma autonomia relativa e ganhando base material para colocar o capitalismo a serviço de um projeto nacional, mais democrático e socialmente justo. A observação é do economista Artur Monte Cardoso, cuja dissertação de mestrado, porém, aponta para um processo de reversão das bases do desenvolvimento brasileiro ou, mais que isso, de reversão neocolonial. “Burguesia brasileira nos anos 2000 – Um estudo de grupos industriais brasileiros selecionados” é o título do trabalho orientado pelo professor Plínio Soares de Arruda Sampaio Junior e apresentado no Instituto de Economia (IE) da Unicamp.

Momento do Norte aprender com o Sul.

Aconteceu em julho, em Portugal, um encontro de mais 600 pessoas e organizações de 30 países espalhados pelos cinco continentes. O Colóquio Internacional Epistemologias do Sul, organizado pelo Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra foi inédito por se tratar de um evento internacional organizado por uma instituição acadêmica europeia, não para mostrar ao mundo os avanços e a excelência da pesquisa dos países chamados desenvolvidos, mas sim para mostrar aos países do norte, o vasto conhecimento que vem sendo produzido nos países do sul, os tais em desenvolvimento ou emergentes.

A desigualdade social brasileira no contexto mundial contemporâneo.

O debate sobre a desigualdade social no Brasil não pode ser visto desassociado do contexto das desigualdades mundiais, caso contrário corre-se o risco de cair nas armadilhas das análises rasteiras, que não dão conta ou simplesmente não querem entender o problema da desigualdade de forma mais ampla, no âmbito da globalização do pensamento único neoliberal, que tem moldado as formas de organização política, econômica e social no mundo. Nesse sentido, o boom do livro O Capital no século XXI, do economista francês Thomas Piketty, salvo as críticas, tem sido um excelente instrumento para aquecer um debate tão importante como este.