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Kumi Naidoo, ativista sul-africano que lutou pelo fim do apartheid e há cinco anos é o diretor-executivo do Greenpeace International, espera que o próximo relatório do IPCC (o braço científico das Nações Unidas), que está em discussão esta semana em Berlim, na Alemanha, "tire da letargia as negociações internacionais de clima". O sumário para tomadores de decisão do IPCC, que será divulgado domingo, versa sobre a mitigação dos gases-estufa no mundo. Ele esteve em São Paulo há poucos dias para falar no Global Agribusiness Forum, megaevento promovido por entidades do agronegócio. Colocou sua perspectiva da mudança do clima sobre a agricultura e produziu, segundo ele, reações hostis na plateia. Disse que as grandes fazendas industriais são menos resistentes aos impactos do clima que as pequenas culturas ecológicas, que grandes terras tomadas por monoculturas e dependentes de fertilizantes e agrotóxicos não são sustentáveis e que é preciso mudanças urgentes e radicais. "A natureza está nos dando fortes sinais de que estamos correndo contra o tempo e que já ultrapassamos vários limites planetários."