Emergência climática: O que o desmatamento da Amazônia tem a ver com as cheias no Rio Grande do Sul?
Ontem publicamos as reflexões da historiadora Maria da Glória que trazia uma percepção de que viemos tratando o ambiente do Rio Grande de forma equivocada quando o Imperador português invasador durante o século XIX, simplesmente enxotou os povos originários porque vinham com a visão de mundo superior por ser eurocêntrica e cristã. Mas desta ação que estava assentada na arrogância do supremacismo branco eurocêntrico abriu espaço para um tempo de ilusão de que os superiores eram superiores mesmo. E assim, muito mais do que só no Rio Grande do Sul e no Brasil, todas as Américas e espaços planetários que os supremacistas tocaram, abriram a Caixa de Pandora. E agora anos e mesmo séculos depois, a humanidade vive toda a distopia que a ganância levou a transformarem seu deus branco cristão em amarelo do ouro e com isso tudo foi sendo varrido pelas piores situações de relações entre todos os seres, onde a devastação e o extermínio estão na ponta de todas as suas lanças e suas espadas que nada mais são do que cruzes. E daí, qual a contribuição do Rio Grande do Sul, nessa distopia? Simplesmente porque pela absoluta ausência de integração com a verdadeira terra onde pisaram também os que aqui invadiram, diferentes dos ciclos coloniais das capitanias hereditárias em toda a costa brasileira, progrediram com a eliminação de todas as florestas que poderiam gerar o amarelo do ouro. E daí o rodo foi indo até a soja, no final dos anos sessenta, e com ela a transposição dos desterrados pela revolução verde que vinha imbutida nela, fez com que os ditadores militares, a maior parte gaúchos com sobrenomes europeus, resolvessem levar esses desterrados para o 'inferno verde' da amazônia. Principalmente por medo tanto do 'comunismo' como da visão da teologia da libertação esses autocratas novamente invadiam outra área habitada por originários, 'inferiores e pagãos'. E nessa nova Caixa de Pandora está acobertado o terror dos últimos 30 anos: o malfadado agronegócio. Essa invasão estava prenhe e gestando a doentia visão liberalista dos supremacistas brancos eurocêntricos da América do Norte. E é desta forma que estamos nessa transição entre a cegueira da arrogância de que os seres humanos, individualistas, quando brancos e eurodescendentes são não só superiores como donos como os português do XV de todos os espaços onde vivem há séculos os povos originários dos Impérios Coloniais. E essa é a colheita que o povo faz de todos os agronegócios que os supremacistas fazem! Para entendermos isso basta ler os posicionamentos destes cientistas que nos mostram o que tem nas Caixas de Pandora dos supremacistas.