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Quem financia os deputados contra áreas protegidas no Brasil.

JBS, Maggi, Brasil Foods e Bradesco estão entre as maiores apoiadoras da eleição de ruralistas que defendem aPEC215/2000. Empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato também estão na lista. Não surpreende que, dos quase 50 deputados listados na Comissão Especial que analisará a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215/2000, pelo menos 20 tiveram suas campanhas eleitorais financiadas por grandes empresas do agronegócio, mineração, energia, madeireiras e bancos.

Minidocumentário revela que ditadura criou campos de concentração indígenas.

De 1969 até meados da década de 1970, a Fundação Nacional do Índio (Funai) manteve silenciosamente em Minas Gerais dois centros para a detenção de índios considerados “infratores”. Para lá foram levados mais de cem indivíduos de dezenas de etnias, oriundos de ao menos 11 estados das cinco regiões do país. O Reformatório Krenak, em Resplendor (MG), e a Fazenda Guarani, em Carmésia (MG), eram geridos e vigiados por policiais militares sobre os quais recaem diversas denúncias de torturas, trabalho escravo, desaparecimentos e intensa repressão cultural. Os presos incluíam até mesmo indivíduos que lutavam contra a invasão de áreas hoje oficialmente reconhecidas como território indígena.

Último grupo indígena isolado fora da Amazônia corre risco de desaparecer.

O último grupo indígena em isolamento voluntário que vive na América fora da Amazônia corre o risco de desaparecer se o governo do Paraguai não contiver o desmatamento e a invasão de suas terras dos criadores de gado, denunciaram as Nações Unidas. A tribo de ayoreo totobiegosode, que vive isolada no Paraguai, é como a última aldeia gaulesa resistindo ao avanço do Império Romano. Uma cultura a ponto de fazer outra desaparecer.

Denúncia contra a supressão de direitos e as tentativas de acabar com os povos indígenas do Brasil.

"Jamais a presidente Dilma diria para os povos indígenas o que falou para a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), na posse de sua presidente senadora Kátia Abreu: “Quero a CNA ao meu lado… Proponho mais que isso. Quero o produtor rural tomando decisões junto comigo, participando do governo e atuando diretamente na definição de novas políticas”. Isso para uma entidade que considera os povos indígenas e quilombolas empecilhos ao “desenvolvimento”, afirma a carta endereçada à opinião pública nacional e internacional.

Livro sobre genocídio Waimiri-Atroari é lançado e respalda trabalho da CNV do Amazonas.

A editora Curt Nimuendajú acaba de lançar mais uma obra que já nasce clássica para a historicidade Ameríndia e chega aos leitores cumprindo dois papeis: o primeiro de passar a limpo a história recente dos povos indígenas; o segundo de denunciar um dos mais atrozes massacres promovidos pela ditadura militar (1964-1985): o assassinato de 2 mil Waimiri-Atroari, entre 1972 e 1977, para fins da abertura da BR-174, ligação entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR).

O agronegócio mata.

"Sob tensão está em andamento neste momento a PEC 215, que pretende transferir para o Legislativo a demarcação das terras indígenas, quilombolas e unidades de conservação. É uma covarde tentativa de impedir a demarcação das terras indígenas. Enquanto isso os ruralistas, o agronegócio continua sua ação violenta e truculenta de impedir os povos indígenas de retornarem a suas terras tradicionais. O relatório da Comissão Nacional da Verdade foi entregue à presidente Dilma. A questão indígena não pode ser analisada em profundidade e por isso nas recomendações se pede que seja criada uma comissão específica para apurar os mais de 8 mil mortos indígenas neste período", escreve Egon Heck, do secretariando nacional do Cimi, ao enviar o artigo que publicamos a seguir.

Tribunal concede habeas corpus para soltar cacique Suruí.

Depois de 35 dias preso em um cadeião na periferia de Belém, o cacique da aldeia Itahy, do povo Aikewara, no sul do Pará, Welton John Oliveira Suruí, vai ter sua liberdade de volta. Ele havia sido preso pela Polícia Federal por organizar protestos em que cobrava melhorias no atendimento à saúde de seu povo e compensações pelo impacto causado pela estrada federal BR-153, que corta o território indígena, e pelas quais os Aikewara aguardam desde o ano de 1998.

Bhopal, a 30 anos de um crime corporativo impune.

Na madrugada de 02 para 03 de dezembro de 1984, um vazamento de gás na fábrica de pesticidas da Union Carbide na região de Bhopal, na Índia, provocou um dos mais graves desastres humanitários e ambientais da história. Vinte e quatro toneladas de isocianato de metilo (MIC), um composto altamente tóxico e mortal, arrasaram qualquer resquício de vida e recursos em vários quilômetros do entorno. Calcula-se que entre 22.000 e 25.000 pessoas morreram em consequência do vazamento químico e que mais de 57.000 se viram expostas a níveis nocivos deste composto, que causou malformação e sequelas que, em alguns casos, passaram de geração para geração.

Belo Monte: a anatomia de um etnocídio.

Quando alguém passa num concurso do Ministério Público Federal, costuma estrear no que se considera os piores postos, aqueles para onde os procuradores em geral não levam a família e saem na primeira oportunidade. Um destes que são descritos como um “inferno na Terra” nos corredores da instituição é Altamira, no Pará, uma coleção de conflitos amazônicos à beira do monumental rio Xingu.

Mato Grosso do Sul: Onde um boi vale mais que uma criança indígena.

O Estado brasileiro de Mato Grosso do Sul, possui pouco mais de 35 milhões de hectares, comparavelmente é do tamanho da Alemanha a 3ª maior economia do planeta. A soma total de todas as áreas urbanas de seus 79 municípios somam apenas 44,1 mil hectares. Deste território, nada menos que 66% (22 milhões de hectares) é ocupado por gado (21,4 milhões de cabeça); cerca de6% deste território é ocupado por soja (2,1 milhões de hectares); 2,3% é ocupado pela cana (800 mil hectares); 2% é ocupado por eucalipto (700 mil hectares), a estimativa do setor é que exista 14 milhões de hectares disponíveis para seu plantio.