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Agrotóxicos: evidências científicas demonstram efeitos nocivos na saúde.

Por trás da explosão do cultivo de soja na Argentina crescem progressivamente os testemunhos e estudos que dão conta dos efeitos nocivos dos praguicidas utilizados nestas plantações sobre a saúde da população rural. Algo mudou na comunidade científica nacional desde que o estudo do pesquisador do Conicet, o doutor Andrés Carrasco (recentemente falecido), alertava que o glifosato – principal componente dos herbicidas para a soja – pode causar malformações em embriões de anfíbios que são semelhantes às reportadas em humanos gestados em zonas fumigadas.

20 anos de transgênicos: há o que comemorar?

Vinte anos após a aprovação do primeiro alimento geneticamente modificado do mundo – um tomate com maior durabilidade criado na Califórnia -, o mercado de transgênicos atinge a maturidade com números expressivos, ainda que cercado de polêmicas. A cada 100 hectares plantados com soja hoje no planeta, 80 já são de sementes com os genes alterados. No caso do milho, são 30 para cada 100, o que significa que a chance de encontrar essas matérias-primas na dieta alimentar humana e animal cresceu substancialmente.

A insegurança no campo.

Um relatório do Ministério da Saúde de Córdoba (Argentina) acerca das mortes causadas por tumores cancerígenos revelou que a maior taxa de falecimentos está nas áreas onde se utilizam transgênicos e agrotóxicos. A taxa duplica na média nacional.

Grupo de Estudos entrega à Anvisa dossiê sobre impactos do herbicida 2,4-D e das plantas transgênicas associadas.

O GEA Grupo de Estudos em Agrobiodiversidade protocolou na Anvisa um dossiê sobre impactos à saúde causados pelos agrotóxicos à base de 2,4-D e pelas plantas tolerantes a esses herbicidas. O 2,4-Diclorofenoxiacético (2,4-D) está sendo reavaliado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que tem até junho para apresentar suas conclusões sobre manter, restringir ou retirar o produto do mercado.

Doença celíaca: intolerância ao glúten ou ao glifosato?

No final de 2013 a revista científica Interdisciplinary Toxicology (do Instituto de Farmacologia Experimental da Academia Eslovaca de Ciências) publicou um artigo que coloca em questão a verdadeira origem da chamada doença celíaca – uma doença autoimune, cujos efeitos são precipitados pelo consumo de alimentos contendo glúten. O glúten é uma proteína encontrada em cereais como trigo, cevada, centeio e aveia, e os portadores da doença celíaca devem suprimir da dieta todos os alimentos contendo, sobretudo, trigo e seus derivados (por exemplo, massas em geral).

MPF/DF fixa prazo de 180 dias para Anvisa concluir sobre riscos do herbicida 2,4-D.

O Ministério Público Federal no DF (MPF/DF) recomendou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que conclua, em até 180 dias, a reavaliação toxicológica do herbicida 2,4-D, utilizado para combater ervas daninhas de folha larga. Recomendou, ainda, à Comissão Técnica Nacional de Biodiversidade (CTNBio), que adie, pelo mesmo prazo, qualquer decisão sobre a liberação comercial de sementes transgênicas de milho e soja resistentes ao agrotóxico. Os documentos foram entregues na última quinta-feira, 19 de dezembro.

Projetos em tramitação pedem ainda mais flexibilização dos transgênicos, por Viviane Tavares

Após 10 anos de liberação dos transgênicos no Brasil, as promessas atreladas a ele passaram a ser apenas mitos, como muitos movimentos sociais apontavam desde a época de sua liberação. Entre os mais difundidos, estavam a geração de plantas mais produtivas, produzindo assim mais alimentos e acabando com a fome mundial; e a redução do uso de agrotóxicos na plantação. No entanto, a realidade mostra, ao longo da última década, que o número de desnutridos aumentou, os alimentos que mais estão sendo produzidos com semente transgênica são milho e soja, e as sementes utilizadas em conjunto com agrotóxicos são resistentes a eles e contaminam tudo que está ao seu redor. Embora as evidências mostrem o contrário, a legislação ainda encontra forças para mais flexibilizações.

“As sementes transgênicas não são mais produtivas, nem foram planejadas com este objetivo”. Entrevista especial com Leonardo Melgarejo.

“Quanto vale a diferenciação de mercados, e quem ganhou com o fato de o Rio Grande do Sul ter jogado fora a preferência dos consumidores europeus? Mas este não é um problema de miopia gaúcha. O mesmo aconteceu no Paraná, onde o governo local defendeu os interesses da soberania nacional por mais tempo”, constata o engenheiro agrônomo.

Transgênicos no Brasil. Ciência e perspectivas de futuro. Entrevista especial com Marcos Silveira Buckeridge.

Em 2003, o Brasil regulamentou a entrada de organismos geneticamente modificados – OGMs – no país e formou uma comissão de biossegurança para avaliar e regular a sua utilização. No entanto, para o pesquisador e professor da Universidade de São Paulo, Marcos Buckeridge, se por um lado a decisão organiza o setor e o conduz para não haver excessos, por outro seria um exagero comparável a “usar uma bala de canhão para matar uma pulga”. Isto porque, para ele, “já está muito claro que os transgênicos não oferecem todo aquele perigo que se imaginava aos seres humanos e ao ambiente”.