Poder econômico (Pág. 33 de 64)

A carne não é fraca.

Quem acompanha a trajetória da família Batista apenas pela evolução patrimonial talvez se emocione com a história de empreendedorismo: um frigorífico nascido no interior de Goiás em 1953 e desconhecido até a década passada está prestes a se tornar a maior empresa privada do Brasil em vendas, à frente da gigantesca Vale do Rio Doce.

O que significa quando a vanguarda capitalista começa a falar sobre desigualdade?

“Agora não é apenas George Soros, o bilionário de fundos especulativos, que alegremente se descreve como um traidor da classe e que tem se preocupado com as deficiências do que ele chama de fundamentalismo do livre mercado por décadas. Entre os plutocratas, esta perspectiva outrora radical está se popularizando”, escreve Chrystia Freeland, representante de Toronto no Parlamento do Canadá, jornalista e autora do livro Plutocrats: the rise of the New Global Super-Rich and the Fall of Everyone Else.

“É justo não pagar uma dívida ilegítima e imoral?’, pergunta Nobel da Paz.

“Mais que uma dívida externa, já é uma dívida eterna, matematicamente impagável, por mais que se tenta com um alto custo em vidas humanas e sacrificando o desenvolvimento do país. Nunca pode ser justo que se privilegie o capital financeiro em detrimento da vida dos povos”, escreve Adolfo Pérez Esquivel, em carta dirigida ao juiz Thomas Griesa. A carta do Prêmio Nobel da Paz argentino está publicada no sítio América Latina en Movimiento – ALAI, 27-06-2014. A tradução é de André Langer.

O jornalismo que sapateia na poça d’água.

“As falhas e falta de políticas públicas para mitigar os problemas das mudanças climáticas passam ao largo das redações, como o firmamento pregado pelos cientistas do apocalipse. A onda de calor, que desde novembro passado se instalou sobre grande parte de São Paulo e impediu a formação de chuvas na Zona de Convergência do Atlântico Sul, agravou a demanda por água. E isso sequer foi incluído no contexto da estiagem. Sobrou muito de política e quase nada de ciência”, escreve Julio Ottoboni, jornalista, em artigo publicado por Observatório da Imprensa, 03-06-2014.

A agricultura despossuída da terra.

Para aqueles que decididamente questionam a agricultura industrial, ou seja, aquela agricultura que se organiza com o único propósito de gerar rendimentos econômicos e que para isso, como uma patrola, explora pessoas e terras, a decisão da Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO) de dedicar este ano de 2014 à agricultura familiar produziu sentimentos opostos. É o apelativo familiar a melhor definição para traçar a linha que separa a agricultura das sociedades anônimas, das cotizações em bolsa e das sementes esterilizadas da agricultura camponesa dos mercados locais e da biodiversidade cultivada? Basta defini-la como aquela atividade agrária operada por uma família e que depende principalmente da mão de obra familiar, incluindo tanto mulheres como homens?

Revisão de direitos indígenas seria recuo em avanços democráticos.

O analista político da Rádio Brasil Atual, Paulo Vannuchi, criticou hoje (5) a audiência convocada nesta terça-feira (3) pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados para discutir a permanência brasileira na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que versa sobre direitos indígenas. Vannuchi considera a iniciativa uma “ofensiva dos setores conservadores para tentar fazer com que o país regrida com relação aos maiores avanços democráticos das últimas décadas”.