Destruição ambiental (Pág. 19 de 21)

Muito além da discussão sobre hidrelétricas, o Tapajós vive problemas com o garimpo e a expansão do agronegócio.

Ivo Lubrinna não se conforma com o fato de seu candidato à reeleição para a prefeitura de Itaituba – “mesmo com a máquina na mão” – ter perdido o pleito realizado em outubro passado. Dono de uma voz grave e de uma franqueza espantosa, ele sabe que os próximos anos serão bastante movimentados no município de 100 mil habitantes que cresceu às margens do rio Tapajós, no oeste do Pará.

Código Florestal e a corrida pela terra, por André Antunes.

Para ambientalistas, flexibilização do Código foi primeira etapa de um processo de desmonte da legislação ambiental brasileira, que deve mobilizar ruralistas pelos próximos 20 anos. A novela da votação do Código Florestal, pelo menos por enquanto, chegou ao fim. Por mais simplista que pareça, a analogia não é gratuita: assim como os folhetins televisivos, o processo de elaboração do novo Código foi repleto de idas e vindas, polêmicas e momentos dramáticos, mobilizando setores consideráveis da população

Presidente do BNDES recebe documento sobre irregularidades no financiamento de Belo Monte.

Uma carta aberta contendo uma extensa lista de irregularidades e problemas econômicos, jurídicos e socioambientais associados a Belo Monte, assinada por 38 organizações brasileiras e 31 internacionais, foi protocolada nesta terça, 4, na sede do banco no Rio de Janeiro. O documento insta o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, a não efetuar o empréstimo de R$ 22,5 bilhões anunciado na última semana.

Área Indígena Pyelito Kue, MS: congressistas ficaram chocados com a ‘condição desumana’ vivida pelos guarani-kaiowá.

Equipe do Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul (MPF/MS) acompanhou os representantes da comissão externa do Congresso Nacional, em visita à área indígena Pyelito Kue, na fazenda Cambará, em Iguatemi, sul do estado. Os sete congressistas visitaram o acampamento que se tornou mundialmente famoso após uma carta dos indígenas explicando a sua luta pela terra ser interpretada como ameaça de suicídio coletivo.

Projeto brasileiro ProSavana poderá deslocar milhões de camponeses no norte de Moçambique.

Agronegócio brasileiro invade a África. O governo brasileiro junto ao setor privado está colaborando com o Japão para promover um projeto de agronegócio em grande escala no norte de Moçambique. Denominado ProSavana, o projeto poderá disponibilizar 14 milhões de hectares de terra para empresas brasileiras do agronegócio para a produção de soja, milho e outras culturas de rendimento que serão exportadas pelas empresas transnacionais japonesas. Essa área de Moçambique, conhecida como Corredor de Nacala, é uma região onde moram milhões de famílias camponesas que correm o perigo de perder suas terras nesse processo.

A corrida estrangeira pela terra brasileira. Entrevista especial com Maíra Martins.

A compra de terras por empresas estrangeiras está aumentando em “países cuja governança sobre a terra é frágil, as negociações são pouco transparentes e, em muitos casos, sem consulta prévia às populações envolvidas ou potencialmente atingidas pelos empreendimentos”, informa Maíra Martins, pesquisadora da ActionAid Brasil à IHU On-Line. Segundo ela, os dados do relatório “Situação da Terra”, realizado pela ONG, indicam que, diante da crise econômica internacional, “a garantia do direito à terra, acesso aos territórios e meios de vida das comunidades e populações pobres no meio rural é crucial para o combate à fome e para a redução das desigualdades no mundo”.

BNDES e Belo Monte. Problemas na construção não impediram que leve o maior financiamento da história.

Os problemas enfrentados na construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA), não impediram a aprovação, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de empréstimo de R$ 22,5 bilhões para o projeto, o maior da história do banco, concedido à Norte Energia, que toca a construção da usina. O valor financiado corresponde a 78% do total a ser investido na hidrelétrica (R$ 28,9 bilhões).

Antonio Donato Nobre mostra que tem um rio em cima de nós.

Antonio Donato Nobre pesquisa as interações entre as florestas e a atmosfera. Sua pesquisa revelou que há verdadeiros rios de vapor correndo por cima da Floresta Amazônica e carregando umidade para boa parte do continente. Graças a esses rios, a América do Sul não é desértica como a África. Sua pesquisa mostra a fragilidade da floresta num cenário de mudanças climáticas e o imenso risco que corremos se a perdermos.

Desmatamento irregular na nascente do rio Paraguai ameaça o Pantanal.

Apontada por ambientalistas como a "caixa d'água" do Pantanal, a região das nascentes do Rio Paraguai, em Mato Grosso, sofre há 40 anos um processo de degradação que pode ser alvo de investigação. Há dez dias, o Instituto Homem Pantaneiro (IHP) denunciou ao Ministério Público Federal (MPF) a ameaça ao bioma que se mantém como o mais preservado do País, com quase 85% de sua área.