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Globalização: Para Ailton Krenak, crise não é só climática, é de uma sociedade ‘estragada’ pela ‘monocultura de tudo’

Como temos defendido em nosso site, muitas, se não todas as mazelas que vivemos em nosso país está na falta de identidade com nossa terra exatamente como ela é. Sempre estamos discordando e agindo, como se nada aqui estivesse de acordo com as expectativas e com as visões de mundo dos eurodescendentes ou mesmo dos invasadores nascidos fora ou aqui mesmo. Percebemos isso desde a divergência e a alteração, com profundas desvastações e destruições, da topografia original, até de que a flora e a fauna estão erradas e por isso devem ser eliminadas, com violência e extermínio, envenenando todos os ecossistemas que esses seres chegam ou invadem. Para o supremacismo branco só existe uma verdade e é aquela que eles pensam que detém. E assim, com esse pensamento expresso em ação, vivemos essa mediocridade e desprezamos toda a riqueza que, de alguma forma o espaço geográfico no planeta que constitui nosso país, recebeu da Mãe Terra. E isso perpassa por seus dogmas e paradigmas políticos, religiosos, étnicos, culturais e humanos. Por isso, agradecemos e honramos esse Ser Coletivo, Ailton Krenak, que desnuda essa nossa pequenez civilizacional. Tornamo-nos assim medíocres e caricatos quando podíamos ser visceral e humanamente todo o imenso manacial de biodiversidade que nos resiste apesar de tudo, em todos os cantos e recantos dessa Nação.

Mudanças Climáticas: Quase 90% do desmatamento ocorrido no Brasil em 2023 esteve concentrado em menos de 1% das propriedades rurais

As pessoas ligadas ao agronegócio, seja no congresso nacional, seja em governos estaduais ou noutros setores da sociedade, sempre dizem que a prática não é predatória e nem causa efeitos deletérios ao ambiente nacional. Essa matéria mostra exatamente ao contrário, de que é o latifúndio e a produção de commodities, seja a soja ou a pecuária, que têm essa voracidade e essa pretensão de que são 'donos' de capitanias hereditárias e que podem seguir, a bel prazer, seus instintos predadores. A Constituição Brasileira instituiu a valor social da terra. Será que esses Fantasmas Famintos acham que esse proceder tem alguma coisa de valor e social na sua relação com a terra? E mais, deveriam tê-las desapropriadas e encaminhadas para quem realmente produz alimentos que atingem em torno de 75% das mesas brasileiros e não commodities que só visam a exportação. Aí sim acabaríamos com a 'fome do mundo', jargão pregado nas décadas de 50 e 60 para justificar a 'modernização da agricultura' com seus agrotóxicos, suas monoculturas, seus adubos solúveis, suas máquinas pesadas e seus latifúndios, onde a soja entra como a geradora do malfadado agronegócio que nada mais é do que 'agronecrócio'. Ou seja, a morte instaurada no campo.

Emergência climática: Números da cheia no RS revelam dados alarmantes, mas são incapazes de traduzir o cenário apocalíptico pós-enchente

Aqui estão as lágrimas ao não termos ouvido os clamores do José Lutzenberger quando nos apresentava o que poderia acontecer quando chegassem os efeitos das mudanças climáicas. Ver as imagens da reportagem da MetSul, 'VALE DO TAQUARI: UMA REGIÃO ARRASADA QUE PARECE TER SIDO BOMBARDEADA', é de suspender a respiração. Pois essas são as lágrimas da população gaúcha por não termos tido a humildade de acolher a amorosidade desse gaúcho e sim o canto das sereias dos supremacistas brancos eurocêntricos que contaminaram a agricultura com a monocultura das commodities e de sua devoção à ideologia da colonialidade. E ao se ver que essa região é de onde saíram exatamente os mentores brasileiros do 'agronegócio', pode-se entender as secas amazônicas, as cheias por aí e os desequilíbrios climáticos que estão grassando por todo esse país. Depois de terem destruído as relações humanas e saudáveis dos agricultores familiares e sua produção de alimentos, para dominarem com seus latifúndios com a monocultura da soja, e com devastação das florestas de araucária de todo o sul do Brasil, RS, SC e PR, invadem o centro-oeste e a Amazônia e agora o Cerrado com sua voracidade de Fantasmas Famintos. Está na hora de colocar o chamado 'agro' no seu devido lugar de aniquilador da paz no campo e na cidade. Está na hora de nos reconectarmos com os pequenos agricultores, com a agricultura familiar e a produção de alimentos honestos para vivermos a abundância que a agricultura verdadeira sempre nos deu de forma equânime para todos os filhos da Terra.

Emergência climática: Em meio a enchentes mortais, Alemanha se afasta de metas climáticas

A mensagem que o Planeta tem nos dado é definitiva e explícita. Vale uma correlação que poderá soar para muitos como exagerada, mas talvez não. Na linguagem planetária, não adianta os fatos serem sentidos por locais tão longe do Umbigo Civilizatório porque o individualismo do supremacismo branco, está convicto de que as fatídicas calamidades acontecem somente no mundo subdesenvolvido. Mas pasmem! Olhem o que, por uma segunda vez nos últimos anos, está se passando no centro da dispersão colonialista do século XIX, a Alemanha. Já se deram conta de que a enchente do Rio Grande do Sul aconteceu no 'berço' da colonização alemã no Brasil, a partir de 1824? São Leopoldo, no vale do Rio dos Sinos, e dali para cima no vale do rio Taquari com Estrela, Lajeado, Arroio do Meio e assim por diante? O que será que a Terra está querendo nos dizer quando a cheia do sul do Brasil se dá, poucas semanas antes da cheia que ocorre agora no sul da Alemanha? Pura coincidência ou grande conexão antropológica? Lembram todos de que foram os chamados colonos alemães, antes dos italianos, que 'colonizaram' essa região e depois 'subiram' para a região das Missões, onde chega a soja na década de 60? E que ali se dá o berço do hoje agronegócio com sua visão de mundo da colonialidade das 'commodities' e da devastação ambiental de todo o oeste brasileiro indo depois para a Amazônia e agora no Cerrado? Será que não está nos dando alguma informação dessa conexão climática com a visão de mundo da apropriação dos ambientes para satisfazerem suas crenças civilizatórias? Quem sabe? Será que não é o tempo de nos reavaliarmos como nos relacionamos com todos os biomas planetários? Com humildade e humanidade?

Emergência climática: Mais chuva e seca = Terra está virando ‘bomba climática’

Percebe-se que nas informações que são mais clamores do que simples partilhas, que os cientistas climáticos têm lançado ao mundo, as situações extremas não são isoladas nem desconectadas. Não importa se são secas, cheias, tornados, furacões etc., os efeitos devastadores, por serem extremos são os gritos que a Terra tem nos trazido. Infelizmente, 'distraída e infantilmente', temos sido negligentes, inconsequentes e irresponsáveis quando nos negamos a acolher essa amorosa fala daqueles que olham e captam muito além dos seu tempo o que egoicamente temos desprezado. Chorar depois como temos visto as populações ao sofrerem os resultados objetivos dessa 'burrice' global, demonstra como somos despresíveis nas nossas relações com a alteridade, seja ela qual for. Paciência, estamos colhendo o que viemos plantando a partir de nossos cegos e individualistas umbigos doentios

Emergência climática: Dados mostram que Brasil perdeu 55% da região do agreste e está se tornando sertão

Passarão alguns meses ou anos e todos diremos: "Puxa! Por que não acolhemos e agradecemos a cientistas como os irmãos Nobre que vêm, há anos, nos mostrando a loucura desses tempos em que não 'ouvimos' nem honramos os alertas que a Natureza tem nos dado?". Talvez possa ser tarde demais como todas as famílias arrasadas pelas cheias de maio de 24, no Rio Grande do Sul, estão plasmadas. Mas não foi o fizemos com os clamores, no verdadeiro sentido da expressão, que, furiosamente muitas vezes, José Lutenberger, o 'velho Lutz', 'berrava' nos nossos ouvidos? E nós, impassíveis, fazíamos ouvidos moucos. Pois bem... aí está o que amorosamente, com veemência, o Lutz nos instigava. Mas agora, não adianta 'chorar sobre o lenho seco', nem 'o leite (sic!) derramado'. A tristeza e a solidão é a herança que nós, os supremacistas brancos e os invasores, legamos para os conterrâneos gaúchos deserdados de hoje. Quem serão os de amanhã?

Saúde: Telas e riscos à saúde das crianças: o que diz a ciência

Alerta dramático de como a sociedade civil, nos âmbitos mais variados, denuncia o quanto o aparente livre acesso, promovido, às vezes de forma inconsciente e muitíssimas vezes de maneira consciente, pelos pais, está se tornando um verdadeiro cataclisma quanto à saúde mental de nossos descendentes. É um tormento que se avoluma a cada dia que passa face o mesmo ritmo de como as tecnologias são criadas e logo dispersas entre a população, sem o mínimo cuidado e resguardo daqueles que deveriam defender a integridade das novas gerações. Há uma similitude nos comportamentos inconsequentes das corporações e dos criadores das tecnologias com a conivência dos pais que, sem dúvida, desconhecem os reais efeitos de sua dispersão. Infelizmente não há o controle dos órgãos que deveriam ter competência para avaliar a liberação dessas criações que acabam se tornando tóxicas. A pergunta é: até quando haverá essa passividade de todos nós? O que precisa acontecer a mais para que isso tenham uma alinhamento saudável?

Saúde: Por uma infância sem celulares

Este longo texto reflexivo é importantíssimo para demonstrar como estamos dominados pela 'inoquidade' das tecnologias criadas pelas corporações e que são na verdade, mostram profundamente comprometedoras da saúde da sociedade global em geral. É triste que esses efeitos deletérios estão acontecendo sobre as gerações de nossos filhos e netos enquanto nós, os adultos omissos e negligentes, mas definitivamente responsáveis pela existência desses efeitos, não sofremos nada. É como se assistíssemos nossos descendentes sendo entregues aos leões e nós, nas arquibancadas, só contemplamos, talvez assustados, mas impotentes, o estraçalhar das mentes de nossos amados (?) filhos e netos. Triste quadro que parece imutável e intransponível. Assim, fica esse gosto amargo de imobilidade e paralisia em nossos corações. E eles, como se movimentarão daqui para a frente onde essa realidade de vazio preenche nossas vidas e reforça nossa perplexidade?

Ecologia: Quando a Amazônia começou a morrer

Artigo que nos traz um pouco da história de como a Amazônia foi engolida pela ditadura militar e depois regurgitada, primeiro para os pequenos agricultores que foram excluídos da terra pela modernização da agricultura, do sul e sudeste, para depois ser apropriada e devastada pelos latifundiários que viraram agronegocistas. Ou seja, a mesma visão de mundo que os excluiu no sul/sudeste novamente agora os pequenos são escanteados para que os supremacistas brancos produzam somente 'commodities'/mercadorias=soja e pecuária de corte, preferencialmente para exportarem para os Impérios Coloniais. Esta é a ideologia que fundamenta toda a prática do agronegócio, uma réles caricatura do 'agribusiness' norte americano. Quem escreve, é um experiente jornalista da região da Amazônia que reflete para nós as causas da atual degradação étno-ambietal de todo o norte, nordeste e centro-oeste brasileiros.

Saúde: Alimentos ultraprocessados ​​são um fator de risco independente para problemas de saúde cerebral

Mais um trabalho que nos mostra quão temerário é definirmos os alimentos ultraprocessados como alimentos que poderiam ser dados a quaisquer seres vivos, incluindo animais. Se alguma dúvida paira sobre algo, principalmente alimentos, pelo simples ato de humanidade da precaução, já se estaria respeitando a população, destacando as mais sensíveis. Imagina-se a ironia de se levar alimentos ultraprocessados por exemplo, para os nossos povos originários. Mas, muitos dirão, é muito mais prático e compatível que cheguem a eles alimentos que tenham prazos de validade mais alongados e não vulneráveis aos efeitos ambientais. Sem dúvida que é muito mais prático, mas não podemos deixar de reconhecer que estaremos envenenando e aumentando a sucetibilidade de pessoas que já estão fragilizadas. Com isso, parece que fazemos um ato de solidariedade, mas só estaremos, talvez, postergando o aparecimento de alguma síndrome nesses seres tão debilitados. Será que no fim não é mais um ato de 'descargo de consciência'?