Reforma agrária (Pág. 2 de 2)

Água mole em terra dura: assentamentos fazem uma pequena revolução no sertão pernambucano.

Petrolina (PE), Santa Maria da Boa Vista (PE) – Faz 40 anos que a chuva não faltou assim em Pernambuco. A seca de 2012, que levou 122 municípios a decretar estado de emergência, matou de fome cerca de 200 mil animais (outros 300 mil foram abatidos antes que a falta de chuva os matasse). Entre os mais de 1 milhão de sertanejos vitimados pela estiagem, os que vivem da roça perderam 100% das lavouras de milho e feijão; e 80% dos açudes e barragens do sertão viraram pó. É o que contabiliza o governo do Estado.

Dignidade rural.

"Dias atrás, o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, disse que alguns assentamentos do Incra são 'quase favelas rurais'. Foi a deixa que os opositores dos movimentos sociais do campo queriam para enterrar a reforma agrária". O comentário é de Fernando Prioste, advogado popular e coordenador da Terra de Direitos em artigo publicado pela Gazeta do Povo, 06-03-2013.

Por que a desapropriação de terras está parada no governo Dilma?

O governo Dilma é o que menos desapropriou imóveis rurais para fazer reforma agrária nos últimos 20 anos. Reportagem da Folha de S. Paulo, publicada neste domingo, revela que na primeira metade do mandato, 86 unidades foram destinadas a assentamentos. O número supera só o de Fernando Collor (1990-92), que desapropriou 28 imóveis em 30 meses, comparando ao mesmo período das administrações anteriores desde o governo Sarney (1985-90).