Publicações (Pág. 28 de 73)

Livro sobre genocídio Waimiri-Atroari é lançado e respalda trabalho da CNV do Amazonas.

A editora Curt Nimuendajú acaba de lançar mais uma obra que já nasce clássica para a historicidade Ameríndia e chega aos leitores cumprindo dois papeis: o primeiro de passar a limpo a história recente dos povos indígenas; o segundo de denunciar um dos mais atrozes massacres promovidos pela ditadura militar (1964-1985): o assassinato de 2 mil Waimiri-Atroari, entre 1972 e 1977, para fins da abertura da BR-174, ligação entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR).

Mineração – buracos de morte.

“Quando o final de mais um ano bate em nossas portas, desencadeia intensas mobilizações e muito nos faz refletir a partir de nossas convicções, espiritualidade e estratégias políticas. Em Brasilia, no Congresso nacional estavam pautadas, para debate e votação o relatório da Comissão Especial da PEC 215 e no Senado a regulamentação do parágrrafo 6 do artigo 231, para regulamentar o “Relevante interesse da União”. Por esses caminhos os inimigos dos povos indígenas, das populações tradicionais dentre outros, tentaram avançar e consolidar seus interesses. Houve mobilizações contrárias, especialmente dos índios. Essas pautas foram adiadas para a próxima semana. Precisamos nos mater mobilizados”, escreve Egon Heck, do secretariado nacional do CIMI, ao enviar o artigo que publicamos a seguir.

O agronegócio mata.

“Sob tensão está em andamento neste momento a PEC 215, que pretende transferir para o Legislativo a demarcação das terras indígenas, quilombolas e unidades de conservação. É uma covarde tentativa de impedir a demarcação das terras indígenas. Enquanto isso os ruralistas, o agronegócio continua sua ação violenta e truculenta de impedir os povos indígenas de retornarem a suas terras tradicionais. O relatório da Comissão Nacional da Verdade foi entregue à presidente Dilma. A questão indígena não pode ser analisada em profundidade e por isso nas recomendações se pede que seja criada uma comissão específica para apurar os mais de 8 mil mortos indígenas neste período”, escreve Egon Heck, do secretariando nacional do Cimi, ao enviar o artigo que publicamos a seguir.

Importantes personagens indígena durante o segundo dia da COP20 em Lima.

Pela primeira vez na história das Conferências das Partes (COP), as comunidades indígenas têm um Pavilhão indiano dentro do site oficial. Além disso, Voices para o clima, espaço de livre acesso público instalado no Jockey Club del Peru, tem uma Maloca em que lideranças indígenas de todo o mundo apresentam suas propostas e projetos para a adaptação à mudança climática.

Tribunal concede habeas corpus para soltar cacique Suruí.

Depois de 35 dias preso em um cadeião na periferia de Belém, o cacique da aldeia Itahy, do povo Aikewara, no sul do Pará, Welton John Oliveira Suruí, vai ter sua liberdade de volta. Ele havia sido preso pela Polícia Federal por organizar protestos em que cobrava melhorias no atendimento à saúde de seu povo e compensações pelo impacto causado pela estrada federal BR-153, que corta o território indígena, e pelas quais os Aikewara aguardam desde o ano de 1998.

Encontro de povos tradicionais encerra com sucesso.

Nesta sexta-feira (28) encerrou o II Encontro Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais, que começou na terça-feira (25), em Brasília. O último dia, foi dedicado à plenária para votação e estrutura da comissão nacional que tem como componentes sociedade e governo, e é responsável pelo debate das políticas públicas que vão beneficiar essas populações.

PA: MPF pede a suspensão da concessão da Floresta Nacional do Crepori.

A concessão da Floresta Nacional (Flona) do Crepori, em Itaituba, no sudoeste do Pará, pode ser suspensa pela Justiça Federal, a pedido do Ministério Público Federal no Estado (MPF/PA), porque o processo de licitação dos recursos florestais escondeu a existência de populações tradicionais e indígenas vivendo no interior da área e utilizando a floresta. De acordo com o MPF/PA, há flagrantes irregularidades no plano de manejo elaborado pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio), gestor da Flona. O vencedor do leilão foi a empresa Brasad’Oc Timber Comércio de Madeiras Ltda.

TI Munduruku: Funai admite pressão e condiciona demarcação à usina no Tapajós.

Em um vídeo filmado pelos Munduruku em setembro deste ano durante uma reunião na Funai em Brasilia, a presidente do órgão, Maria Augusta Assirati, afirma ter sido pressionada durante sua gestão por setores do Governo Federal para não assinar o relatório de demarcação da Terra Indígena Sawré Muybu, localizada na região de Itaituba, Pará. Ela chega a chorar e diz que ainda não publicou os estudos e o mapa com as coordenadas da TI porque outros órgãos do governo federal passaram a discutir a demarcação, que, se aprovada, inviabilizaria legalmente a construção da hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, no rio Tapajós. Além de indígenas, ribeirinhos e representantes da Fundação, também estavam presentes, Nilton Tubino, da Secretaria Geral da Presidência da República e Celso Kjinic, do Ministério de Planejamento.