Poder econômico (Pág. 46 de 64)

A Amazônia que o BNDES financia.

Nos calhamaços de papel assinados e rubricados diversas vezes por gigantes da economia brasileira – Vale, Eletrobrás, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Votorantim, Alcoa, dentre outros -, saltam cifras de 500 milhões, 1 bilhão, até quase 10 bilhões de reais. São os contratos de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a uma série de megaempreendimentos na Amazônia, que não são disponibilizados publicamente pelo banco, embora todas essas obras sejam custeadas com o dinheiro de impostos.

Ruralistas instalam comissão da PEC 215 sob protestos de índios e conivência do governo.

A Câmara dos Deputados instalou, ontem à noite, a comissão especial que vai analisar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215, que transfere do governo federal para o Congresso a atribuição de aprovar a demarcação de Terras Indígenas (TIs) e a criação de Unidades de Conservação (UCs). Se aprovado, na prática o projeto deverá paralisar os processos de formalização de áreas protegidas.

Projeto libera mineração em Parques e de quebra muda SNUC.

O Projeto de Lei 3.682/2012 está pronto para ser votado na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados. Seu objetivo é abrir 10% das Unidades de Conservação de proteção integral à mineração. Em troca, os mineradores seriam obrigados a doar áreas com o dobro do tamanho das abertas à exploração comercial e com as mesmas características ecológicas e biológicas.

Empresas ainda lutam para evitar a rotulagem de transgênicos no Brasil.

Produtos contendo organismos geneticamente modificados são vendidos em todo o país sem qualquer identificação ou controle suficiente por parte dos órgãos de fiscalização. Confira na sétima reportagem da série. É apenas uma letra “T” pintada em preto sobre um pequeno triangulo amarelo fixado nas embalagens, mas as empresas que comercializam produtos que contêm ingredientes transgênicos fogem desse símbolo como o diabo foge da cruz. Regulamentada em março de 2004, nove meses após a autorização do primeiro plantio comercial de soja transgênica no Brasil, a rotulagem ainda é uma meia-realidade no país.

”O papa se equivoca na sua crítica ao capitalismo”.

O melhor do capitalismo é a sua arte de se transformar. Ele é e continua sendo work in progress. O capitalismo ao qual Marx dedicou a sua obra não existe mais. É um alvo de papelão. A opinião é de Josef Joffe, editor-chefe do jornal alemão Die Zeit, membro do Instituto de Estudos Internacionais Freeman Spogli, da Universidade de Stanford, e membro do Instituto Olin de Estudos Estratégicos, da Universidade de Harvard. O artigo foi publicado no jornal Die Zeit, 28-11-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Pan-Amazônia à brasileira.

Na vertente leste da Cordilheira dos Andes, início da Amazônia Peruana, o dinheiro brasileiro começa a erguer uma barragem de 200 metros de altura – e trata-se de muito dinheiro. São mais de US$ 320 milhões em empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), quantia que representa mais de um quarto do custo total da bilionária hidrelétrica de La Chaglla, que será uma das três maiores usinas do Peru em 2015, quando deve ser concluída.

Semana anti-índigena.

"Os ruralistas querem acabar de vez com a política de demarcação de terras indígenas. O lema dos ruralistas é 'nenhum hectare de terras aos índios'”. O comentário é de Cesar Sanson, professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN em artigo para o IHU On-Line, 13-09-2013.

Biologia sintética e a mercantilização da vida.

Os professores José Antônio Zamora e Jordi Maiso Blasco, do Consejo Superior de Investigaciones Científicas – CSIC, de Madrid, Espanha, defenderam um enfoque humanista para as investigações no campo da biologia sintética durante mesa-redonda realizada na tarde de 10-10-2013 na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no Instituto Humanitas Unisinos – IHU. O evento, denominado Projeto Biologia Sintética e Humanidades - nome do projeto em que ambos participam no CSIC – integra o II Seminário preparatório ao XIV Simpósio Internacional IHU: revoluções tecnocientíficas, culturas, indivíduos e sociedades. A modelagem da vida, do conhecimento e dos processos produtivos na tecnociência contemporânea.