Poder econômico (Pág. 36 de 64)

No Paraguai, 2% detêm 80% das terras.

Grandes plantações de soja que expulsam os camponeses do campo para os bairros pobres da periferia das cidades ou para a emigração. Partilha das terras para empresários e políticos ligados à ditadura. Pagamento quase inexistente de impostos por parte dos grandes latifundiários. Este é o panorama traçado pelo diretor de Oxfam Intermón, no Paraguai, Óscar López, que afirma que “em termos de monopolização da terra temos provavelmente o índice mais alto: 2% dos proprietários acumulam 80% das terras no Paraguai”.

Eternit, a empresa assassina.

A Justiça italiana condena a 18 anos de prisão um dos homens mais ricos do mundo após 2.889 mortes relacionadas ao amianto. No inferno de Dante, onde a placa da entrada avisa que todas as esperanças devem ser ali deixadas, o barão belga Louis De Cartier De Marchienne, fundador da empresa multinacional de razão Eternit, tem cadeira cativa.

Confissões de um banqueiro arrependido.

O executivo Rainer Voss (foto) conta, em um documentário, os segredos das empresas de investimentos que provocaram a crise atual. O arranha-céu está vazio. Em uma sala transparente, um homem se aproxima de uma grande janela, da qual se vê outros edifícios que compõem o distrito financeiro de Frankfurt. O homem vira: “Em uma sala como esta, um lugar sagrado, uma ‘trade room’, caberia uma centena de ‘brokers’”. Assim se inicia o documentário ‘Master of universe’, o ‘Eu confesso’ deRainer Voss, executivo alemão de um banco. Um homem que diante de uma câmara conta – sem dizer nomes, nem concretizar dados, para não quebrar a cara – como veio a crise financeira de um ponto de vista único: o de um poderoso trabalhador de um banco de investimento

O rock star da economia. Entrevista com Thomas Piketty.

Em seu modesto escritório na Escola de Economia de Paris, quase na periferia da capital francesa, Thomas Piketty, o economista mais famoso do momento, não demonstra qualquer afetação e parece reagir genuinamente com humildade ao estrondoso sucesso de seu livro. "O Capital no Século XXI" é uma obra (de 970 páginas em francês e 685 em inglês, mas de idêntico conteúdo) sobre a história do dinheiro, do patrimônio e do aumento da desigualdade no mundo, que tende a se tornar incontornável no debate econômico.

Conflitos socioambientais aumentam na Amazônia.

Pesquisadores constatam multiplicação de violações de direitos humanos e de casos de degradação ambiental nos países amazônicos, em especial no Brasil. Um novo relatório destaca que episódios de violência e destruição na região amazônica estão subindo, com destaque para o Brasil, onde os conflitos pela terra estão em seu patamar mais grave nos últimos dez anos.

O capitalismo, divino filho do cristianismo.

O cristianismo parecia, durante muito tempo, mais distante da esfera mercantil. Mas, ao contrário de Max Weber, podemos argumentar que sem o cristianismo tout court, não haveria capitalismo. É este lado obscuro, ou negado, da religião cristã, que gostaríamos aqui de destacar.

30 anos de terra arrasada no território de Carajás.

"A intolerância com abusos deu o tom de todas as falas no seminário Carajás 30 Anos, marcou uma manifestação em frente à sede da empresa, e explodiu na marcha que tomou as ruas de São Luis, derrubou grades da polícia e estacionou em frente ao palácio da governadora Roseane Sarney na última quinta, dia 8".

Riqueza ‘oculta’ dos milionários esconde desigualdade maior.

Muitas instituições, incluindo a ONU e o FMI, reconhecem que a desigualdade de renda é alta e vem aumentando no mundo. O tema ganhou especial atenção com o sucesso do novo livro do francês Thomas Piketty - O Capital no Século XXI. Alguns economistas apontam, porém, que a concentração de renda é ainda maior do que os dados oficiais revelam.

PIB, conceito ultrapassado.

Indicador alternativo desafia ideia essencial ao capitalismo, ao sugerir que riqueza monetária não equivale a bem-estar. Novos critérios produzem resultados surpreendentes. A divulgação da pesquisa sobre Indicadores de Progresso Social 2014 (IPS) [leia o relatório principal, o resumo e a metodologia] vem agregar peso à transformação de como calculamos os resultados econômicos e o desenvolvimento.

Isso sim que é ser rico. Artigo de Paul Krugman.

"A próxima vez que ouvirem alguém fazer um discurso sobre como é cruel perseguir os ricos, pensem nos tipos de fundos de compensação e se perguntem se realmente seria tão terrível que pagassem mais impostos", escreve Paul Krugman, professor de Economia de Princeton e prêmio Nobel de 2008, em artigo publicado pelo jornal El País, 10-05-2014.