Amazônia (Pág. 16 de 35)

AQUECIMENTO GLOBAL-Metano da amazônia, responsável por 4 a 5% das emissões em todo o mundo, vem de rebanhos e queima de biomassa

A bacia amazônica é responsável por 4% a 5% das emissões de metano (CH4) — um dos gases do efeito estufa — em todo o mundo. O dado faz parte de pesquisa do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), entidade associada à USP, que determinou a emissão de metano entre os anos de 2010 e 2013, a partir da coleta de amostras de ar em quatro pontos da região, feita em aviões de pequeno porte. O trabalho da bióloga Luana Santamaria Basso aponta também que o manejo de rebanhos é responsável por 19%, em média, das emissões estimadas para cada um dos locais de estudo, enquanto a queima de biomassa contribui com 8% a 10% da emissão estimada para a área da amazônia brasileira.

CLIMA-Saiba o que são rios voadores e como interferem no clima do Brasil.

São mais de três mil quilômetros que separam o estado de São Paulo da Floresta Amazônica. A longa distância sugere que acontecimentos acima da linha do Equador não interferem na vida do Cone Sul. Entretanto, a lógica falsa esconde uma verdade inegável: a Amazônia não só se relaciona com o restante do país, como é responsável pelo clima que incide nas demais regiões. Dessa forma, o desmatamento das árvores no bioma resulta na falta de chuva que assola as represas do Sudeste e Centro-Oeste. Essa interligação ocorre através do fenômeno conhecido como rios voadores.

Alterações das precipitações e mau uso dos aquíferos estão entre os fatores da escassez de água em parte do país.

A Amazônia não é apenas a maior floresta tropical que restou no mundo. Esse sem-fim de verde entrecortado por rios serpenteantes de tamanhos e cores variados também não se limita a ser a morada de uma incrível diversidade de animais e plantas. A floresta amazônica é também um motor capaz de alterar o sentido dos ventos e uma bomba que suga água do ar sobre o oceano Atlântico e do solo e a faz circular pela América do Sul, causando em regiões distantes as chuvas pelas quais os paulistas hoje anseiam.

Experiências mostram recuperação de áreas degradadas no Mato Grosso.

Cresce número de iniciativas coordenadas por instituições governamentais e não-governamentais visando adequação ambiental. Com a necessidade de recomposição de áreas degradadas em Mato Grosso, muitas ações foram apresentadas e discutidas na última quarta-feira durante um ciclo de palestras realizado pela Embrapa Agrossilvipastoril e pela Rede de Sementes do Cerrado em Sinop (MT).

Batalha pela fronteira munduruku: indígenas lutam por terra que governo quer alagar para hidrelétrica.

Hidrelétrica de São Luiz do Tapajós no Pará pode alagar solo sagrado para os índios munduruku. À beira do rio Tapajós, no oeste do Pará, a floresta estala sob os passos dos guerreiros munduruku. São cerca de 20 homens fortes, com braços pintados com traços iguais aos da casca do jabuti. Eles trabalham em silêncio, as poucas palavras são ditas na língua materna, o munduruku. Avançam com atenção sobre um perigoso manto que cobre o chão: cipós, galhos forrados de espinhos e troncos em decomposição. As pisadas são lentas e firmes. Sem pressa, os guerreiros abrem a mata para o campo de batalha.

Agronegócio e a morte da Amazônia.

É comum ver nos discursos de empresários e políticos o pensamento ufanista sobre as maravilhas de nosso agronegócio, dizendo que a produção brasileira "alimenta o mundo" e que nosso gado é "verde". É um discurso que lembra a propaganda do Brasil Grande, de triste memória, e tenta pôr uma grande sujeira para baixo do tapete.

Tapajós: respeitem a forma da gente ser.

Todo o cotidiano dos Mundururuku é permeado pela relação com o rio. O Rio Tapajós corre em tom esverdeado cortando a floresta amazônica. Depois de cerca de uma hora de viagem, avista-se, no alto de sua margem direita, um conjunto de casas que forma a aldeia Sawré Muybu. O barco encosta na beira do rio, onde a trilha por um morro alto leva ao centro da aldeia. A subida é tão árdua que é difícil acreditar que essa aldeia pode ser alagada, caso a Usina Hidrelétrica de São Luiz do Tapajós venha a ser construída.

Desmatamento acumulado na Amazônia cobra fatura e começa a afetar o clima, diz estudo.

Um relatório lançado nesta quinta-feira em São Paulo (30) sintetiza, pela primeira vez, cerca de duzentos dos principais estudos e artigos científicos sobre o papel da floresta amazônica no sistema climático, na regulação das chuvas e na exportação de serviços ambientais para áreas produtivas, vizinhas e distantes da Amazônia. A avaliação conclui que reduzir a zero o desmatamento já não basta para garantir as funções climáticas do bioma. (Acessar o relatório no link do texto).