Agronegócio (Pág. 36 de 64)

Em sobrevoo no MT, Greenpeace flagra desmatamento ilegal, queimadas e produção agropecuária em áreas embargadas.

O Brasil conseguiu reduzir as taxas de desmatamento nos últimos anos. Saiu de 25.000 Km2 para 5.000 Km2. Esta redução foi comemorada e divulgada para o mundo inteiro. O setor agropecuário nacional pegou carona nesse cenário repetindo um discurso de que, graças a ele, “moderno e ambientalmente sustentável”, essa queda foi possível. Grandes expoentes do setor chegaram a afirmar que não é mais necessário desmatar para ampliar a produção agrícola.

Estudo mostra que exposição a agrotóxicos pode causar distúrbios reprodutivos.

Um estudo elaborado pelo aluno de doutorado em Saúde Pública e Meio Ambiente da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Cleber Cremonese, observou que grande parte dos agrotóxicos apresenta capacidade de desregulação do sistema endócrino humano, o que altera os níveis de hormônios sexuais e causa efeitos adversos, principalmente sobre o sistema reprodutor. Câncer de mama e ovário, desregulação de ciclo menstrual, câncer de testículo e próstata, infertilidade, declínio da qualidade seminal e malformação de órgãos reprodutivos são alguns dos exemplos dessas complicações. Segundo Cleber, com o aumento do consumo nacional de agrotóxicos, tanto no agronegócio como na agricultura familiar, crescem as evidências de que a utilização destas substâncias não está apenas relacionada especificamente à produção agrícola, mas se transforma em um problema de saúde pública.

Sobre os impactos ambientais do agronegócio, artigo de Roberto Naime.

Na agropecuária, o desenvolvimento sustentável tem que obedecer os mesmos princípios já conhecidos nas outras áreas, que segundo VEIGA (1994), é aquele que garante a manutenção a longo prazo dos recursos naturais e da produtividade; mínimo de impacto adverso aos produtores; retorno adequado aos investimentos; otimização da produção com mínimo de insumos externos; satisfação das necessidades sociais das famílias e das comunidades rurais e satisfação das necessidades humanas de alimentos e renda.

Demanda por commodities influencia ritmo do desmatamento.

As políticas de inserção da Amazônia brasileira na economia nacional e mundial fizeram da região uma exportadora de commodities, de forma que a demanda externa por mercadorias como carne, grãos, minérios e madeira influenciam de forma ampla o comportamento dos setores que historicamente são responsáveis pelo desmatamento.

Trabalho envenenado. Uso de agrotóxicos afeta diretamente os trabalhadores rurais, por Viviane Tavares

O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Embora trágico, isso já não é mais novidade. No entanto, recentes pesquisas latino-americanas mostram que, além da intoxicação via alimentos, os trabalhadores também tem sofrido com esse impacto. E essa realidade está longe de ser mudada. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), na safra 2010/2011, o consumo foi de 936 mil toneladas de agrotóxicos, movimentando US$ 8,5 bilhões entre dez empresas que controlam 75% desse mercado no país.

Alterações genéticas e glifosato.

Após oito anos de pesquisas, o grupo GEMA da UNRC elaborou um relatório no qual confirma a “clara” vinculação do glifosato com alterações genéticas que podem levar ao câncer, gerar abortos espontâneos e nascimentos com malformações.

Ruralistas viram maioria absoluta na Câmara.

Maior bancada suprapartidária do Congresso Nacional, os ruralistas aumentarão em 33% na próxima legislatura, segundo estimativa da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). O grupo, que conta hoje com 205 deputados e senadores, deve chegar a 273 e já definiu sua prioridade: aprovar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215/2000, que transfere para o Legislativo a decisão sobre a demarcação de terras indígenas.

Candidatos ruralistas chegam a quadruplicar patrimônios durante mandatos, acumulando acusações no STF.

Neste domingo, milhares de eleitores irão às urnas eleger ou reeleger candidatos e candidatas aos cargos majoritários e proporcionais da República. Desde julho, imagens sorridentes retocadas no computador atreladas a currículos supostamente ilibados, mostrando homens e mulheres predestinados a salvar vidas, escondem o que de fato se passa no covil biográfico e político de muitos deles: investigações por crimes variados, evolução patrimonial acelerada, posições racistas e preconceituosas, que de forma inexorável pautam as ações dos parlamentares na sede pela reeleição.

Mato Grosso do Sul: Onde um boi vale mais que uma criança indígena.

O Estado brasileiro de Mato Grosso do Sul, possui pouco mais de 35 milhões de hectares, comparavelmente é do tamanho da Alemanha a 3ª maior economia do planeta. A soma total de todas as áreas urbanas de seus 79 municípios somam apenas 44,1 mil hectares. Deste território, nada menos que 66% (22 milhões de hectares) é ocupado por gado (21,4 milhões de cabeça); cerca de6% deste território é ocupado por soja (2,1 milhões de hectares); 2,3% é ocupado pela cana (800 mil hectares); 2% é ocupado por eucalipto (700 mil hectares), a estimativa do setor é que exista 14 milhões de hectares disponíveis para seu plantio.