Isopor/EPS É Banido do Estado de Nova York

Quanto se usa no Brasil este tipo de caixa para conservar, quente ou frio, os produtos !!??

https://newfoodeconomy.org/new-york-state-styrofoam-ban/

December 20th, 2019
by Sam Bloch

Viemos tentando eliminar o poliestireno expandido em forma de espuma (expanded polystyrene foam”) por 30 anos. Por que este está sendo o momento que está ganhando força sua eliminação agora nos Legislativos Estaduais?

No dia 18 de dezembro de 2019, o Governador democrata Andrew Cuomo, do Estado de New York, anunciou um projeto propondo o banimento do poliestireno expandido, melhor conhecido pela marca comercial Styrofoam (nt.: no Brasil pela marca original ISOPOR que pertencia à corporação alemã BASF. Há algum tempo, vendeu esta patente para outra corporação alemã KNAUPP, também atuando no Brasil, que amplia seu nome além de isopor para EPS/Expanded Polyestyrene). Esta resina é empregada em embalagens para ‘viagem’ ou ‘marmitex’, copinhos de café e outros tipos de embalagens. Há mais de 30 anos as primeiras pequenas cidades da Califórnia começaram a banir esta resina (starting banning). Agora, esta proibição em todo o estado, pode abranger 20 milhões de pessoas e quando entrar em vigor. em 2022, será então a maior de todo o país.

“O Isopor é um dos poluentes mais comuns e representa prejuízo à saúde pública, impactando tanto os seres humano como o ambiente,” diz Cuomo em um press release. “Este material está em todos os lugares e continuará poluindo nossas águas e danificando a vida selvagem por gerações que virão, se nada fizermos.”

A nova legislação que será formalmente introduzida no próximo mês, irá banir a distribuição e o uso de produtos feitos com a resina POLIESTIRENO EXPANDIDO/EPS e/ou ISOPOR (expanded polystyrene foam) (nt.: importante ver este link onde também Vancouver no Canadá proíbe esta resina a partir de 1º de janeiro deste ano que começa agora). Aqui estão incluídas as embalagens para acondicionamento de alimentos e para quaisquer tipos de bebidas servidas em restaurantes, ‘food trucks‘, padarias, mercearias e supermercados além de açougues e outros estabelecimentos. Os transgressores pagarão uma multa de US$ 250 de dólares pela primeira violação da lei e mais US$ 2.000 dólares por violações repetidas. (o estado de Maine, o primeiro a banir esta maneira da resina se apresentar, em maio passado, cobrará dos violadores apenas US$ 100 dólares).

“A quantidade crescente de plásticos nos mananciais hídricos tornou-se uma realidade que atenção crescente. O plástico está agora chegando em todas as praias e as costas marítimas de todo o globo.”

Já houve tempo em que o Styrofoam (nt.: PARECE IRONIA!! Enquanto no chamado 1º mundo, inclusive o Canadá, se ELIMINA esta resina, no Brasil vai virar casa para ‘pobre’!!!???) foi considerado uma tecnologia maravilhosa, um material resistente e leve detectado em todos os lados, indo de processo de isolamento a pranchas de surf. É popular na indústria dos restaurantes porque é barato e mantém tanto o calore mesmo o frio (como as embalagens da empresa de fast food Dunkin’ double-cuppers well know – ver este link onde mostra esta embalagem).

Isso muda em 1987, quando a barcaça denominada Mobro que levava lixo e resíduos percorreu a costa marítima leste dos EUA, por dois meses, procurando um local para as 3.100 toneladas destes rejeitos. O fiasco desencadeou uma discussão nacional (ignited a national conversation) sobre os lixos e os rejeitos. O Isopor (Styrofoam) tornou-se o símbolo dos excessos: ele não se degrada, acumulam-se nos lixões e aterros for centenas de anos e os pequenos fragmentos do isopor são ubíquos nos lixos urbanos. Teoricamente, é possível reciclar os resíduos derivados da química, mas a maioria das municipalidades não faz.

Hoje, em torno de 200 municipalidades baniram o Styrofoam, diz Eric Goldstein, um advogado do Natural Resources Defense Council, incluindo New York City, San Francisco, Los Angeles e Minneapolis. A assembleias legislativas dos estados baniram em Vermont e Maine entrará em vigor nos próximos dois anos e New Jersey está pronta para aprovar um plano ambicioso para banir o Styrofoam junto com muitos outros plásticos descartáveis (single-use plastics). A procupação acabou se tornando menor com os aterros e mais com os plásticos detectados nos oceanos e em outros corpos d’água. O banimento excluiu o poliestireno expandido encontrado em materiais de construção civil, por exemplo, e em bandejas de espuma encontradas em embalagens de carne de supermercado.

“A década de 90, pode-se considerar como tendo sido a primeira onda reativa contra a sociedade do descartável (throw-away society),” diz Goldstein. “Nos últimos anos, a cada vez mais crescente quantidade de plásticos nos mananciais hídricos tem sido uma realidade que exige atenção crescente. Este é um imenso problema de poluição dos mananciais hídricos e o fato de que os plásticos estão agora sendo lavados nas praias (washing up on beaches) e nas costas marítimas ao redor do mundo.”

Outro aspecto é que a resina plástica poliestireno, como outras resinas, é derivada da extração do , diz Amir Ameli, engenheiro da Universidade de Massachussetts, da cidade de Lowell, que projetou um plástico feito à base de celulose, mais sustentável. O banimento do Styrofoam/Isopor poderia ser uma maneira de apoiar planos ambiciosos para se livrar dos combustíveis fósseis (divest from fossil fuels).

Em vez de isopor/poliestireno, os ambientalistas preferem materiais comumente reciclados, como alumínio ou polipropileno (polypropylene). Eles também apoiam os esforços para permitir que os clientes dos restaurantes usem suas próprias embalagens e garrafas, como os adotados pela Starbucks e Dig Inn (Dig Inn), e uma lei de “direito de reabastecer” (“right to refill” bill) agora pendente na assembleia legislativa do estado de Nova York. (Ameli observa que algumas xícaras reutilizáveis precisam ser usadas mil vezes para ser uma alternativa ecológica.) “Toda vez que você adiciona um produto adicional a uma legislação como essa, mais você convida a oposição de um grupo de personagens diversificado do setor da indústria.”

As alternativas mais populares, no entanto, são materiais compostáveis, diz Larry Schneider, diretor de contabilidade nacional da Imperial Dade, uma das maiores empresas de embalagens de alimentos dos EUA. Desde que a cidade de Nova York começou a impor uma proibição neste ano, ele diz que seus clientes substituíram os copos de isopor por papel e levaram recipientes feitos de fibra moldada derivada do papel ou de um derivado da cana-de-açúcar, chamado bagaço. Uma concha de seis ou nove polegadas feita com estas fibras, custa duas ou três vezes mais que o recipiente de isopor, diz ele.

Mas esses recipientes supostamente compostáveis são feitos com produtos químicos eternos que nunca se decompõem (nt.: são chamados em inglês de forever chemicals). Além disso, diz Schneider, muitos destes modelados de fibra dos clientes que nem mesmo compostam—porque não o separam do lixo ou porque não moram em uma cidade que oferece um sistema municipal de compostagem.

“Temos muitos clientes que estão dizendo: ‘Quero usar produtos compostáveis’”, diz ele. “Certo, mas depois de dar a alguém um produto compostável, o que realmente acontece com ele?” 

O banimento seguirá a proibição do governador Cuomo quanto às sacolas plásticas descartáveis, programada para entrar em vigor no próximo ano (into effect next year). Não se aplica a todo isopor – isenta bandejas encontradas nos balcões de supermercados, por exemplo, e não se aplica ao poliestireno expandido usado em edifícios.

Goldstein diz que estas são isenções comuns, porque “toda vez que se agrega um produto adicional a uma legislação como essa, mais se está convidando a oposição de um grupo diversificado de personagens das indústrias”. Ele assinala para um esforço fracassado (failed effort) de proibir todos os plásticos descartáveis na Califórnia.

O texto completo da proposta será divulgado ainda neste mês de janeiro em curso, como parte do orçamento executivo do governador. Como os democratas controlam as duas câmaras da legislatura estadual, é provável que a proposta seja aprovada.

Sam Bloch – é parte do grupo de escritores do New Food Economy. Também escreve sobre arte e cultura para publicações como The New Yiork Times, L.A.Weekly, Places Journal e CityLab. Procurá-lo pelo email: [email protected]

Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, janeiro de 2020.