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Existe um abuso do conceito de ‘sustentabilidade’.

O conceito de desenvolvimento sustentável e sua irmã, a sustentabilidade, têm sofrido abusos. Quem diz é a mãe das crianças, a norueguesa Gro Harlem Brundtland. Ex-premiê da Noruega, Brundtland, 73, chefiou a comissão que em 1987 produziu o relatório "Nosso Futuro Comum", onde o conceito foi cunhado. O relatório serviu de base para a Eco-92.

Agricultura usa 92% da água doce do planeta.

Pesquisadores afirmam que a agricultura, nos moldes de hoje, consome 92% da água no planeta, o que transforma a produção de alimentos e outros produtos em algo insustentável. O alerta foi dado pelo holandês Arjen Y. Hoekstra, criador da pegada hídrica -, indicador que mede o uso direto e indireto da água doce para se obter um produto alimentício ou qualquer outro bem consumível.

Rio+20: Economistas dizem o que está em jogo, artigo de Washington Novaes.

É curioso e inquietante. À medida que se vai o tempo e se aproxima o momento da conferência Rio+20 (que será realizada em junho no Rio de Janeiro), mais frequentes se tornam as manifestações de dúvidas quanto à possibilidade de a discussão avançar em direção a formatos concretos de “governança planetária sustentável” e “economia verde” no plano global – seus temas centrais. Por que caminhos práticos e viáveis se chegaria aí, quando, neste momento de crise universal, nenhum país parece disposto a abrir mão de suas regras internas nem a abandonar os tradicionais caminhos de aumentar a demanda, sobrecarregar o consumo de recursos naturais, para favorecer o crescimento econômico? Como deixar de lado as fórmulas repisadas, do monetarismo absoluto ao keynesianismo e vizinhanças?

Os perigos de um mundo descartável.

Quando seu aspirador de pó quebrou, a italiana Giovanna Micconi se revoltou ao saber que a peça de reposição sairia quase o preço de um novo. Valia mais a pena comprar outro, escutou do atendente, apesar dos poucos anos de uso do aparelho. "Algo de muito errado está acontecendo com a nossa sociedade", postou aos amigos no Facebook. Doutoranda em literatura africana pela Universidade de Harvard e residente há alguns anos nos Estados Unidos, ela compartilha um sentimento universal - o de que o tempo de duração das coisas, assim como a percepção do nosso tempo, também parece acabar de forma bem mais rápida.