Composteira Doméstica por Julia Saldanha Aguiar
Documentário: Composteira Doméstica por Julia Saldanha Aguiar
Documentário: Composteira Doméstica por Julia Saldanha Aguiar
Enquanto países afetados pela crise se esforçam para voltar a crescer e emergentes, como o Brasil, fomentam seu mercado de consumo interno, existe um movimento defendendo o “decrescimento” como a única forma de garantir a sustentabilidade do planeta a longo prazo.
Berlim constrói primeira casa sustentável – Residência construída com materiais recicláveis produz toda a energia que consome e gera um excedente para abastecer carros elétricos.
O ex-vice-presidente norte-americano, Al Gore, e o ex-banqueiro de investimento da Goldman Sachs, David Blood, atuais sócios da Generation Investment Managament, lançaram recentemente o documento Um Manifesto para o Capitalismo Sustentável.
O conceito de desenvolvimento sustentável e sua irmã, a sustentabilidade, têm sofrido abusos. Quem diz é a mãe das crianças, a norueguesa Gro Harlem Brundtland. Ex-premiê da Noruega, Brundtland, 73, chefiou a comissão que em 1987 produziu o relatório "Nosso Futuro Comum", onde o conceito foi cunhado. O relatório serviu de base para a Eco-92.
Enquanto o governo se gaba das credenciais ambientais do Brasil para sediar a conferência Rio +20, o czar da biodiversidade das Nações Unidas, o paulista Bráulio Dias, propõe humildade: o país deveria se inspirar na Costa Rica para resolver as contradições entre ambiente e desenvolvimentismo.
No Brasil, estima-se que o uso de sacola plástica seja de 41 milhões por dia, 1,25 bilhão por mês e 15 bilhões por ano. Mas os consumidores brasileiros representam apenas uma parte do uso mundial do produto.
Pesquisadores afirmam que a agricultura, nos moldes de hoje, consome 92% da água no planeta, o que transforma a produção de alimentos e outros produtos em algo insustentável. O alerta foi dado pelo holandês Arjen Y. Hoekstra, criador da pegada hídrica -, indicador que mede o uso direto e indireto da água doce para se obter um produto alimentício ou qualquer outro bem consumível.
É curioso e inquietante. À medida que se vai o tempo e se aproxima o momento da conferência Rio+20 (que será realizada em junho no Rio de Janeiro), mais frequentes se tornam as manifestações de dúvidas quanto à possibilidade de a discussão avançar em direção a formatos concretos de “governança planetária sustentável” e “economia verde” no plano global – seus temas centrais. Por que caminhos práticos e viáveis se chegaria aí, quando, neste momento de crise universal, nenhum país parece disposto a abrir mão de suas regras internas nem a abandonar os tradicionais caminhos de aumentar a demanda, sobrecarregar o consumo de recursos naturais, para favorecer o crescimento econômico? Como deixar de lado as fórmulas repisadas, do monetarismo absoluto ao keynesianismo e vizinhanças?
Quando seu aspirador de pó quebrou, a italiana Giovanna Micconi se revoltou ao saber que a peça de reposição sairia quase o preço de um novo. Valia mais a pena comprar outro, escutou do atendente, apesar dos poucos anos de uso do aparelho. "Algo de muito errado está acontecendo com a nossa sociedade", postou aos amigos no Facebook. Doutoranda em literatura africana pela Universidade de Harvard e residente há alguns anos nos Estados Unidos, ela compartilha um sentimento universal - o de que o tempo de duração das coisas, assim como a percepção do nosso tempo, também parece acabar de forma bem mais rápida.