Publicações (Pág. 35 de 73)

Antropólogos denunciam ofensiva contra direitos indígenas no Brasil.

Nos anos 1930, o embaixador brasileiro em Paris declarou que os índios no Brasil estavam “extintos”. A história, contada em livro pelo antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, foi lembrada logo no início da mesa da Flip batizada com o título de um de seus livros, “Tristes trópicos”. No debate, mediado pela jornalista Eliane Brum, os antropólogos Eduardo Viveiros de Castro e Beto Ricardo denunciaram ataques antigos e atuais contra os direitos indígenas no país. E apontaram a permanência, em setores da sociedade nacional, de visões parecidas com a do diplomata de quase um século atrás.

Pressões territoriais forçam índios isolados a estabelecer contato-com documentários.

Um grupo indígena de etnia ainda não identificada estabeleceu em junho o primeiro contato com funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) e com índios Ashaninka, na Aldeia Simpatia, da Terra Indígena Kampa e Isolados do Alto Envira, na fronteira do Acre com o Peru. O grupo, que recebeu destaque da revista Science, pode ser apenas um de vários outros da região que devem sair da “condição de anonimato” nos próximos anos.

Terras indígenas apresentam o menor índice de desmatamento na Amazônia Legal.

As terras indígenas continuam apresentando o menor índice de desmatamento da Amazônia Legal. No último mês (junho de 2014) esse índice representou apenas 1% do total de desmatamento verificado na região amazônica, conforme afirma o Boletim Transparência Florestal da Amazônia Legal do Instituto Imazon. De acordo com o relatório, nas áreas privadas, o desmatamento de junho foi de 59%. O restante foi registrado em unidades de conservação (27%) e assentamentos de reforma agrária (13%).

Ameaçados, índios isolados buscam contato.

“A maioria desse grupo contatado é de jovens. A maioria dos velhos foi massacrada pelos brancos peruanos, que atiram e tocam fogo nas casas dos isolados. Eles disseram que muitos velhos morreram e chegaram enterrar até três pessoas numa cova só. Disseram que morreu tanta gente que não deram conta de enterrar todos e os corpos foram comidos pelos urubus. Nosso povo Jamináwa compreende a língua dos isolados e nós vamos acompanhar. O governo brasileiro precisa fazer algo para defender esses povos. Eles disseram que existem outros cinco povos isolados na região e que são grupos bastante numerosos.”. Zé Correia, membro da etnia Jamináwa, do Acre, que participou do contato como intérprete da pela Fundação Nacional do Índio.

Momento do Norte aprender com o Sul.

Aconteceu em julho, em Portugal, um encontro de mais 600 pessoas e organizações de 30 países espalhados pelos cinco continentes. O Colóquio Internacional Epistemologias do Sul, organizado pelo Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra foi inédito por se tratar de um evento internacional organizado por uma instituição acadêmica europeia, não para mostrar ao mundo os avanços e a excelência da pesquisa dos países chamados desenvolvidos, mas sim para mostrar aos países do norte, o vasto conhecimento que vem sendo produzido nos países do sul, os tais em desenvolvimento ou emergentes.

Avante caminhantes. Uma caminhada pela Ilha do Bananal.

“Partilho um pouco do que vi, senti, partilhei em 20 disa atravessando a pé os quase cem quilômetros da ilha do Bananal. São momentos que não se deixam aprisionar. Ficam gravados em nossa memória como acontecimentos, joias a serem preservadas. Quarenta e quatro caminhantes, cada qual levando tudo que precisa para viver no caminho: desde a alimentação até a rede ou barraca para o merecido descanso. Construímos uma interação solidária com a natureza e os povos Karajá e Jawaé. Firmamos um compromisso pela vida, contra todas as ameças que pesam sobre a rica socio e biodiversidade”, informam Egon Heck e Laila Menezes, do secretariado nacional do CIMI, ao enviar o artigo que publicamos a seguir.