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Amazônia, Ecologia para os últimos. Entrevista com Erwin Kräutler.

Em meio século amazônico atravessou tantas cumeadas. No entanto, para dom Erwin Kräutler são três as datas específicas de sua experiência de homem e pastor. O dia 16 de outubro de 1987, quando um autokiller procurou matá-lo e, ao invés, assassinou o sacerdote que o acompanhava, o italiano Salvatore Deiana. Aos 15 de fevereiro de 2005, dia do homicídio a amiga e colaboradora, Irmã Dorothy Stang. No dia do último “giro de boia”, aos 29 de junho de 2006, recorda até a hora exata: “Eram as 22 h. Depois de ter celebrado a Eucaristia em Altamira, eu me pusera a trabalhar no estúdio. De improviso chegou o comandante da polícia junto com dois agentes – conta a Avvenire o bispo do Xingu -. E ele me comunicou que, por ordem da Secretaria dos direitos humanos da Presidência, eu era posto ‘sob proteção’.”

A nova encíclica também fala das tribos indígenas isoladas da Amazônia.

Delas também fala a nova encíclica do Papa Francisco, a Laudato Si', dedicada ao meio ambiente e ao destino da humanidade. Porque elas são uma parte fundamental do meio ambiente, embora não se saiba por quanto tempo, caso as coisas continuarem como até agora. Lamentavelmente, em torno delas seu habitat vai se estreitando como uma armadilha à medida que é contaminado irremediavelmente, deixando-as desamparadas. Estamos falando de comunidades inteiras de indígenas da Amazônia, dizimadas por doenças e um processo de desmatamento que as leis dos governos não são capazes de controlar. A consequência é que há tribos que estão prestes a desaparecer, do Peru ao Brasil, como denuncia, baseando-se em dados concretos, a revista Science.

Laudato si’: a íntegra e um “guia” para a leitura da Encíclica .

Este texto oferece um instrumento de suporte para uma primeira leitura da Encíclica, ajudando a compreender o seu desenrolar na totalidade e a identificar as linhas principais. As primeiras duas páginas apresentam a 'Laudato si’ na sua globalidade; depois, cada página corresponde a um capítulo, indica seu objetivo e reproduz alguns trechos significativos. Os números entre parêntesis remetem aos parágrafos da Encíclica. As últimas duas páginas oferecem o índice completo.

Arquivos & Diversidade Étnica: de Coroados a Kaingangs.

Muito ainda está por ser escrito sobre a história indígena no RS. Sabemos que as lutas por igualdade racial travadas ao longo do último século têm trazido uma série de conquistas para os movimentos negros e indígenas, como a aprovação de leis que garantem a obrigatoriedade do ensino da história e cultura africana, afro-brasileira e dos povos indígenas nas escolas, entretanto, também sabemos que é longo o caminho a percorrer para que haja pleno reconhecimento de nossas matrizes identitárias e sócio culturais, e que as dificuldades e o desconhecimento são ainda maiores quando tratamos dos povos indígenas, sobre os quais pouco estudamos, com os quais temos menos contato cotidiano, e pouca informação sobre sua organização, modos de vida, cultura material e imaterial, transmissão oral do conhecimento, hábito alimentares, técnicas artesanais…

Retrocesso civilizatório-ataque aos direitos dos povos tradicionais.

"Por meio da PEC 215/2000, grandes proprietários pretendem, em outras palavras, paralisar o processo de demarcação de terras indígenas e quilombolas, assim como o processo de criação de unidades de conservação, de modo a aumentar a quantidade de terra desmatável", constata Felipe Dittrich Ferreira, sociólogo, representante no Brasil do Movimento Católico Global pelo Clima, em artigo publicado no jornal Gazeta do Povo, 25-05-2015.

As veias abertas da Amazônia – parte II.

“Esperamos pelo governo há décadas para demarcar nossa Terra e ele nunca o fez. Por causa disso que a nossa terra está morrendo, nossa floresta está chorando, pelas árvores que encontramos deixadas por madeireiros nos ramais para serem vendidas de forma ilegal nas serrarias[…] árvores centenárias como Ipê, áreas imensas de açaizais são derrubadas para tirar palmitos. Nosso coração está triste[…] Agora decretamos que não vamos esperar mais pelo governo. Agora decidimos fazer a autodemarcação, nós queremos que o governo respeite o nosso trabalho, respeite nossos antepassados, respeite nossa cultura, respeite nossa vida. Só paramos quando concluir o nosso trabalho. ”. Aldeia Sawré Muybu, Itaituba, 17 de novembro de 2014, I Carta da autodemarcação do território Daje Kapap Eypi.

Amazônia: velhos e novos instrumentos de saque.

"Hoje, a grande preocupação dos mandantes da Amazônia é a construção de mais e mais portos para acelerar o saque(...) Para incentivar este modelo de exportação de commodities, modernizam-se portos, constroem-se hidrelétricas e linhões que conduzem a energia rumo aos centros onde se articula a entrega da região ao poder multinacional". O comentário é de Egydio Schwade em artigo publicado por Cimi, 18-05-2015.

Tomba árvore, tomba índio.

Eusébio Ka’apor e seu primo viajavam de moto quando foram abordados por dois homens encapuzados e armados em uma encruzilhada. Os indígenas seguiam o caminho de casa, cruzando os povoados que cercam a Terra Indígena Alto Turiaçu, no Maranhão. “Tava chovendo muito, quase escuro”, relembra P (os nomes dos indígenas foram ocultados). Ao ouvir os gritos dos pistoleiros, ele resolveu acelerar. “Achei que não ia atirar, mas o cara atirou: tá!”, diz, simulando o som do disparo que atravessou o corpo de Eusébio, na garupa, e pegou de raspão nas costas de P.