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Tradições: Cidades – convite a outras cosmovisões

Temos que sair desta monocultura intelectual eurocêntrica e ocidental. Que sejamos inteligentes e nos associemos à nossa maravilhosa diversidade cultural, de inteligências e do mundo fático que recebemos de 'presente' nos dias de hoje, porque diferente de outras nações das Américas, não tivemos 'tempo' de exterminarmos, como elas fizeram, todas as etnias que sempre viveram nas três Américas. Que sejamos humanos suficiente e o humildes o bastante, para abrirmos nossos corações e mentes para estas outras visões de mundo e de integração com as manifestações da natureza. E então aprendamos, todos os eurodescendentes e de outros ancestrais imigrantes e colonizadores, o que estas outras 'faces' da humanidade planetária têm para nos ensinar. Que sejamos mais acolhedores e não tão excludentes com aqueles que não tiveram todas as chances que recebemos da exploração autoritária de nosso país, praticada pelos nossos ancestrais. Com certeza, todos teremos muito a aprender para transformarmos esta trágica situação que vive a maioria de nossos conterrâneos, muitos já ultrapassando os limites mínimos de dignidade humana.

Tradições: O nascimento relatado de um raro bezerro de búfalo branco no parque de Yellowstone cumpre a profecia Lakota

Como acolhemos todas as expressões de conexão com a transcendência, essa aparição de um terneiro bisão branco, sagrado para muitos dos povos originários da América do Norte, muito nos toca. Principalmente quando a atual humanidade e de maneira mais forte em algumas de nossas civilizações, desgarrou completamente da relação com o sagrado. A materialidade, muito mais do que o ateísmo que de alguma forma tem princípios, essa atual manifestação da materialidade está totalmente compurcada por sua parte mais sombria, o individualismo egóico, excludente e arrogante. E se manifesta fortemente pela ideoloigia do supremacismo branco eurocêntrico. Basta acompanharmos as escolhas atuais dos dirigentes da União Europeia que mostram como o radicalismo e o fanatismo serão as tônicas dos próximos anos em toda a UE. E mesmo que tenham a fachada de espiritualidade, suas vísceras são pelo extremismo do Ego acima de tudo e de todos e não, como tentam demonstrar, de seu Deus cristão.

Tradições: Ditadura agravou segregação ao tratar indígenas como inimigos

Nessa excelente análise da antropóloga sobre a essência da ideologia que nutre, domina e se exterioriza nas casernas de todo o mundo militaresco, podemos, em nosso ponto de vista, vislumbrar algo que identifica as ações excludentes das ex-Colônias dos Impérios Coloniais. E nesse militaresco podemos agregar praticamente todas as nações ocidentais como o Brasil, Argentina, EUA, Canadá, dentre outros. E no caso do ocidente fica patente que o que está nas suas vísceras é a visão de superioridade étnica, de que existem povos que são mais, em todas as áreas, do que outros. E no caso do Brasil isso ficou patente, pela malfada ideologia do supremacismo branco eurocêntrico que age em quase todos os corações e mentes dos eurodescendentes e seus aliados. Aqui se vê que isso pode ser diferente se essa peçonhenta ideologia não tivesse infectado os chamados brasileiros 'de origem'. Ou seja, os que descendem de europeus. E como se constata isso? Pelo militar e até Marechal, Cândido Rondon. Positivista, militar e grande desbrador do sertão brasileiro. Pois foi a presença respeitabilíssima dele que nos impediu de fazermos o extermínio geral de todos os povos originários. E por que? Porque era filho de um pantaneiro e de uma mulher de origem das etnias Bororo e Terena. O quanto não estaria, mesmo com sua formação militar, sua visão acadêmica ocidental e adepto de Auguste Comte, incrustado lá no seu íntimo o Ser Coletivo que movia seus sentimentos? Para quem não sabe, essa é uma visão de mundo que, de forma simples e humilde, nos apresenta nosso 'imortal' Ailton Krenak. Então se as Forças têm pessoas como Bolsonaro e a com ele todos os seus seguidores 'brasileiros patriotas' (ou idiotas?), para nós, um dos fatores é só esse: estão definitvamente, como a maioria dos milicos, infectados pela ideologia do vírus do supremacismo branco eurocêntrico!

Tradições: Ailton Krenak, o filósofo da terra

Graças ao autor, podemos ver que essa pecha arrogante dos supremacistas brancos eurocêntricos de que existe uma hegemonia humana que só pode ser gerada pela civilização eurocentrada, é um grande equívoco quando se aprofunda nos conceitos emitidos, de forma direta, simples e sem rodeios semânticos, pelo nosso honrado 'imortal' Ailton Krenak. Desmistifica essa pretensiosa pseudo intelectualidade caricata dos 'patriotas brasileiros' de que 'índio' é um sub-humano. As Forças Armadas, seguindo esse preceito, assaltaram, a parte mais íntegra e diversa de nosso País, nas décadas de 60 e que reverberam até os dias de hoje com o chamado 'bolsonarismo', através do execrável agronegócio. Uma imensa parte da Nação ainda não tinha sido conspurcada pela ideiologia que ainda hoje nos ensina de que existiria uma civilização maior e mais competente do que as outras. Ou seja, a europeia, e por isso estaria acima da vulgaridade dos habitantes da Terra que não fossem os humanos. E a separatividade de todas as outras vidas que compõem o Planeta, era e é a essência de sua convivência com tudo no mundo. E Ailton, aqui colocado num estudo comparativo com Heidegger, pensador alemão que viveu até recentemente, por exemplo, demonstra a importância de acolhermos como uma abertura para nosso futuro a percepção de que somos Seres Coletivos que poderemos viver em paz e harmonia entre todos, humanos ou não. Essa transformação de nossa distorcida visão de mundo eurocêntrica pode acontecer se acolhermos nossos contemporâneos e compatriotas dos povos originários de todas as Américas.

Tradições: Ailton Krenak rompe um silêncio de 127 anos dos indígenas na ABL

Nosso convite para a leitura dessa peça de humanidade, bem como nossa vênia e nosso respeito por esse homem que sabe transitar pelos lindos mundos diversos da Humanidade sem perder, nem pretender tirar os pés, descalços da 'terra preta de índio', da lama que gera toda a Vida dessa nossa Pindorama. Viva Ailton em todos nós, os que o reconhecem e o acolhem e os que o rejeitam e têm medo de sua humildade, simplicidade, limpidez e autenticidade. Gratidão por estares em nós e nos acolhendo e indicando as mil trilhas de nosso continente e nossos corações.

Tradições: Povos Indígenas e seus saberes para a saúde planetária – Todo dia é Dia da Terra

Mais uma publicação da repeitável The Lancet exaltando a condição humanitária e competente das tradições dos Povos Originários, aqui representados por uma das etnias do Canadá. Mostra que as reivindicações são total e completamente pertinentes e que já estamos num outro momento da história da humanidade em que se abrem para os europeus e seus eurodescendentes, novas possibilidades de se rearranjarem procedimentos nas relações em todos os níveis dos cidadãos do mundo, para que outra perspectiva se abra para o futuro de nossos descendentes. Mesmo que ainda haja muita resistência dos supremacistas brancos, todos os seres de boa vontade devem se unir e se projetarem nessa jornada.

Tradições: Povos Indígenas, os Guardiões da Ecologia Integral

O mundo começa, enfim, a reconhecer que existem outros seres humanos além dos supremaistas brancos eurocêntricos. Inclusive fato que está cada vez mais claro para os próprios europeus e seus eurodescendentes espalhados por todo o planeta. Ainda não conseguem, no entanto, muitos deles constatar de que mais do que 'ecologistas' são, intrinsicamente, Seres Coletivos, conforme nos despertou Ailton Krenak. Mas temos que honrar esses movimentos, destacando o Papa com os povos originários do Canadá, o governo holandês com os povos originários africanos e agora, a presidência de Portugal, declarando explicitamente suas desculpas tanto no que fez com os povos africanos como com os Povos Originários de todos os continentes por onde passou. Acolhemos com humildade esse momento porque poderá ser a grande abertura para outros tempos. Tempos onde possamos sair da situação arrogante e pretensiosa de querer 'dominar' a Natureza, desconhecndo de que tudo é sagrado e que somos somente uma das partes que compõe a Vida na Terra. Que esses novos tempos sejam acolhidos e que, inteligente e humildemente, colhamos os frutos que os povos originários querem conosco, todos, compartilhar.

Ecologia: A Amazônia não é uma floresta virgem, mas um grande jardim plantado culturalmente pelos Povos Indígenas

Cada vez fica mais claro para os que renunciaram de coração e mente a opressiva ideologia da colonialidade e se determinaram a enfim chegar no Brasil, a beleza dessa opção. Com essa abertura, conseguem abrir seus olhos, externos e internos, e verem a maravilha que é a herança que os Povos Originários, amorosa e generosamente, se determinaram a compartilhar com os euro e afrodescendentes. Ficamos progressivamente emocionados em nossos corações como suas visões de mundo, terreno e espiritual, que resultam na riqueza de vida em todos os campos que abundam em seus espaços físicos vivenciados. Tem sido fascinante esse encontro, depois de mais de 500 anos, dos que chegaram com que aqui já estavam. E esse é o convite que fazemos para que o futuro das gerações que nos seguem não seja roubado e devastado.

Ecologia: No passado remoto, a Amazônia foi um centro de agrobiodiversidade e um território de abundância

Enquanto continarmos contaminados e impregnados da visão de mundo supremacista branca eurocêntrica com sua ideologia autofágica e devastadora, seguindo a maléfica doutrina do capitalismo, jamais chegaremos nem nesse continente e muito menos no território do Brasil. A doentia manifestação das ações dirigidas pela colonialidade, nos levará à derradeira destruição de todo o patrimônio que pertence a toda a humanidade e que tem estado sob nossa guarda. Isso se estende a todos os biomas onde os invasores, agora travestidos em cada um de nós, têm a sanguinária sanha de destruição e apagamento de todos os vestígios da originalidade que nos legam os povos originários que habitam esses continentes americanos ha milhares de anos. Estúpidos, não conseguimos reconhecer sua generosidade de repartirem conosco, os euro e afrodescendentes, toda essa joia cultural, espiritual e ambiental.