Queima de carvão bate recorde na Alemanha em 2013.

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Apesar da meta de suprir 80% da sua demanda de com fontes renováveis até 2050, a Alemanha continua dependendo fortemente do carvão. Em 2013, o país produziu 162 bilhões killowatts/hora a partir do linhito, um tipo de carvão. Desde 1990, época de reunificação do país, o consumo dessa matriz fóssil não era tão elevado. Naquele ano, quando as termelétricas da antiga Alemanha Oriental ainda operavam, foram 171 bilhões killowatts/hora. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (07/01) pelo Ageb, um centro de estudos que monitora o setor no país.

 

http://www.portaldomeioambiente.org.br/noticias/energia/7616-queima-de-carvao-bate-recorde-na-alemanha-em-2013

 

Uso do combustível nas termelétricas é o maior desde a Reunificação. Apesar dos investimentos em recursos limpos, utilização dessa fonte de origem fóssil, que não é renovável, ainda domina geração de energia no país.

O relatório mostra ainda que, no ano passado, as termelétricas consumiram 6,5% mais linhito que em 2012. A geração de energia a partir do carvão betuminoso também aumentou, totalizando 124 bilhões killowatts/hora. Juntos, os dois tipos de carvão produzem duas vezes mais energia que fontes renováveis como vento, água, radiação solar e biomassa.

Diferente do carvão betuminoso, o linhito é um tipo de carvão mineral de menor eficiência: com isso, uma maior quantidade da matéria fóssil precisa ser queimada para a produção de energia. Essa fonte é mais barata e, por isso, mais empregada. Outras fontes mais limpas, como o gás natural, são mais caras.

A pesquisa apontou ainda que o país vendeu mais energia para seus vizinhos. “A Alemanha exportou mais energia do que importou em 2013, que também é gerada a partir do carvão”, critica Patrick Graicher, especialista em energia.

O preço da virada energética

Em 2013, as fontes renováveis geraram 147,1 bilhões killowatts/hora. Até o momento, estima-se que mais de 20 bilhões de euros foram investidos na Alemanha em energia limpa.

Os investimentos em fontes renováveis foram intensificados depois do acidente nuclear de , no Japão, que gerou pressão interna por fontes mais limpas. Com isso, o governo alemão decidiu desligar suas usinas nucleares até 2022 e reduzir em 10% o consumo de eletricidade nos próximos oito anos. Desde 2010, a produção de energia atômica na Alemanha caiu de 140,6 bilhões killowatts/hora para 97 bilhões de killowatts/hora.
Nesse meio tempo, a conta de luz ficou mais cara. Uma família que consome cerca de 3.500 quilowatts/hora por ano pode pagar até 500 euros a mais na conta. O reajuste seria para custear a chamada virada energética, a favor das fontes limpas. Neste ano, outros 23,5 bilhões de euros devem ser investidos em pesquisa e desenvolvimento de novas plantas solares, eólicas e de biomassa.

Recado ao governo

Depois da publicação do relatório, Gerald Neubauer, do Greenpeace, deu uma declaração dirigida ao ministro das Energias da Alemanha, Sigmar Gabriel: “Ele deve tomar medidas para impedir o chocante boom do carvão. Esse é o problema mais sério da transição energética e coloca em risco as metas de proteção climáticas da Alemanha”.

A Associação para o Meio Ambiente e Conservação da Natureza da Alemanha (BUND) alertou ainda que as emissões de gases do efeito estufa também cresceram entre 2009 e 2012, mas foram particularmente maiores em 2013, distanciando o país da meta de reduzir as emissões em 40% até 2020.

 

Fonte: EcoAgência / DW.

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2 Comentários

  1. O conselho de Segurança da ONU, infelizmente mal composto, deveria obrigar os países industrializados, ditos do primeiro mundo, responsável por todo essa sujeira, a fazer a limpeza, ou seja, recolher tudo e, reciclar o material, transformando-o em benefícios aos países mais pobres. Pode e deve, obrigatoriamente, ser aplicado em EDUCAÇÃO.