Não somos intolerante ao glúten, mas ao glifosato

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Pães

O pão nosso de cada dia, cada dia mais envenenado e mais prejudicial à saúde. Será?

 

 

http://www.foodsovereigntycanada.com/gmo/were-not-gluten-intolerant-were-glyphosate-intolerant/

 

 

“E mais ainda, o número de pessoas diagnosticadas com intolerância ao glúten e doença celíaca aumentou em consequência do crescente emprego de glifosato na , especialmente com a prática recente de empapar os grãos nas espigas com este , pouco antes de colhê-los (drenching grains in the herbicide right before harvest). Esta opção começou nos anos 80 e tornou-se rotineira nos anos 90”:
Resíduos de glifosato em grãos, açúcar e outras culturas estão aumentando nos últimos tempos, provavelmente devido ao crescimento da prática de dissecar a cultura agrícola pouco antes da colheita, dizem os pesquisadores. A prática ilegal e secreta tornou-se rotina entre produtores convencionais desde os anos 90.”  

“A doença celíaca e, de maneira mais genérica, a intolerância ao glúten, está se tornando um problema global, mais especificamente na América do Norte e na Europa onde se estima que 5% da população está agora sofrendo desta doença,” escreveram pesquisadores em um trabalho com meta-análise (meta-analysis) de mais ou menos 300 pesquisas.

“Aqui, propusemos que o glifosato, o princípio ativo do herbicida da marca comercial Roundup®, é o fator causal mais importante nesta epidemia,” dizem os pesquisadores.

A pesquisa, publicada no periódico Interdisciplinary Toxicology em 2013, foi completamente ignorada pela mídia, exceptuando a Mother Earth News e o The Healthy Home Economist.

Agora que o glifosato está recebendo a atenção que merece, sendo apontado como culpado em um processo de de US $ 280 milhões ($280 million cancer lawsuit) e rotulado como carcinogênico pela Organização Mundial da Saúde e pelo estado da Califórnia, talvez esteja na hora de se olhar para o papel desta substância química nesta doença:

Os sintomas da assim chamada “intolerância ao glúten” e a doença celíaca são chocantemente similares àqueles apresentados em animais de laboratório expostos ao glifosato, argumentam nesta pesquisa os autores Anthony Samsel, cientista independente que atua com a EPA (nt.: agência de proteção ambiental dos ) quanto à por arsênico e à Guarda Costeira dos EUA quanto a respostas químicas, e  Stephanie Seneff, cientista pesquisador sênior (nt.: pesquisadora aposentada, mas que continua atuando nas pesquisas) junto ao MIT (nt.: um dos maiores institutos de pesquisa dos EUA).

Eles indicam uma recente pesquisa (study) de como se dão os efeitos do glifosato sobre o sistema digestivo dos peixes. Esta substância decresceu tanto as enzimas digestivas como a flora bacteriana, rompeu a mucosa das vilosidades intestinais, destruiu a estrutura das microvilosidades da parede intestinal, além de ter aumentado a secreção de muco (nt.: a presença maior de muco nas fezes, demonstra infecção ou outra alteração nos intestinos).

“Estas características estão altamente correlacionadas à doença celíaca,” escrevem Samsel e Seneff.

Embora alguns sugerem que a recente explosão da doença celíaca estaria relacionada simplesmente a melhores ferramentas de diagnóstico (que como pode se constatar pelo quadro acima, aconteceu em torno do ano 2000), uma pesquisa recente (study) sugere que é muito mais do que isso.

Em 2009, pesquisadores procuraram por anticorpos do glúten em soro do sistema imunológico congelado entre 1948 e 1954, especificamente para estes anticorpos, e compararam com amostras de pessoas dos dias de hoje. Detectaram um aumento em quatro vezes na incidência de doença celíaca nas novas gerações.

Como evidência adicional, os pesquisadores definiram os seguintes pontos:

“A doença celíaca está associada com os desequilíbrios na flora intestinal que podem ser explicados completamente pelos conhecidos efeitos do glifosato sobre a vida intestinal.”

“A doença celíaca está associada com a deficiência das enzimas do citocromo P450 (nt.: têm papel fundamental na liberação de hormônios). O glifosato é conhecido por inibir estas enzimas.”

“Deficiências em ferro, cobalto, molibdênio, cobre e outros metais raros associados com a doença celíaca podem ser atribuídas à forte habilidade do glifosato em quelatizar estes elementos.”

“Deficiências em triptofano, tirosina, metionina e selenometionina associadas com a doença celíaca correspondem à conhecida depleção destes amino ácidos pelo glifosato.”

“Os pacientes de doença celíaca também têm o conhecido aumento do risco para linfoma não-Hodgkin que, da mesma forma, vem sendo relacionado à exposição ao glifosato.”

“A incidência de linfoma não-Hodgkin tem aumentado rapidamente na maioria dos países ocidentais nos anos mais recentes. Estatísticas da Sociedade Americana do Câncer mostram um aumento de 80% desde o início dos anos 70, quando o glifosato foi pela primeira vez introduzido no mercado.”

“Fatos reprodutivos associados com a doença celíaca, como infertilidade, abortos e defeitos de nascimento, podem ser explicados pelo glifosato.”

Ironicamente, a técnica aumenta as colheitas pela morte de plantas. Mas antes de morrer as plantas liberam suas sementes para propagarem suas espécies:

“Semeiam enquanto morrem. Em seu último suspiro, elas liberam suas sementes,” relatou Seneff ao periódico The Healthy Home Economist.

Moral da história? Necessitamos, na verdade, é de produtos livres de glifosato, não livres de glúten. E isso significa que devemos comer produtos orgânicos, para chegarmos a grãos e animais que ingerem só este tipo de grãos. Talvez ainda precisemos ingerir, por um tempo, produtos livres de glúten até que tenhamos curado nossos intestinos (healed your gut).

 

Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, setembro de 2018.

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1 comentário

  1. Gostei muito deste conteúdo! Muito importante nos mantermos informados. Vocês fazem um ótimo trabalho. Sou grata pelas informações que recebi de vocês. Muito obrigada!