https://www.globalcitizen.org/en/content/maryland-bans-polystyrene-plastic
Maryland está prestes a se tornar o primeiro estado dos EUA a eliminar as embalagens de alimentos feitas de estireno
Esta resina plástica, estireno, expandida com gases, é a maior fonte de poluição plástica.
A Assembleia do estado norte americano de Maryland, no último dia 04 de abril, votou
esmagadoramente pelo banimento das embalagens de alimentos feitas com poliestireno (nt.: as conhecidas embalagens de Isopor ou EPS, dos copinhos de café e de alimentos para ‘viagem’ ou ‘delivery’), tornando-se o primeiro estado dos EUA a proibir esta resina plástica – estireno – tão comum e ubíqua forma de poluição, conforme periódico diário local (according to the Baltimore Sun).
A legislação foi defendida pelo representante de Baltimore, Brooke Lierman, que já havia tentado passá-la em três momentos anteriores.
“Maryland pode ser um pequeno estado, mas temos a chance de, com esta lei, liderar o país na eliminação, em nosso estado, desta horrível forma de plástico descartável”, escreveu Lierman no Facebook post, levando a seu banimento. “Temos a responsabilidade de limpar, para as futuras gerações, esta bagunça que se tem feito — e esta lei é um passo importante!”
A nova lei que entra em vigo em julho de 2019, permite aos comerciantes um ano para utilizarem o material em estoque e encontrarem alternativas, baseando-se em esforços locais anteriores para eliminar o poliestireno no estado, colocando Maryland na dianteira do movimento para restringir a produção de plástico nos EUA. Embora o governador Larry Hogan ainda não tenha sinalizado se irá apoiar da lei, ela passará, tem votos suficientes para obstruir um possível veto, conforme menciona a mídia local (according to the Baltimore Sun).
“Estou muito orgulhosa por ter patrocinado este projeto e realmente entusiasmada com o fato de que Maryland está na vanguarda desta questão “, disse à Global Citizen, a senadora Cheryl C. Kagan, principal patrocinadora do projeto. “A espuma de poliestireno é leve e não respeita limites jurisdicionais, razão pela qual a proibição de município a município nunca seria a melhor solução em termos de nossos esforços para protegermos tanto a Chesapeake Bay como todas as nossas vias hídricas e as comunidades”.
“Quanto mais outros estados e jurisdições banirem o isopor (nt.: no nosso meio hoje se usa mais os produtos similares denominados EPS/Expanded polystyrene), mais pressão econômica haverá para se criar alternativas,” ela acrescentou.
A senadora Kagan agregou de que os grupos ambientalistas e os ativistas jovens foram fundamentais para se obter amplo apoio para o projeto de lei.
O poliestireno (nt.: parece para o tradutor que acabou se gerando uma confusão. Tanto o EPS como o Isopor são diferentes formas do mesmo poliestireno se apresentar, mas os dois são polímeros da resina plástica estireno que é o que nos importa como consumidores. Parece que ser isopor ou EPS, como se viu nos links acima, está mais ligado a uma questão de patente na forma de sua produção e produto final do que sobre a resina plástica de que são feitas, o poliestireno) é muitas vezes erroneamente referido como isopor (mistakenly referred to as styrofoam), pois difere por suas formas fundamentais. O material à base de petróleo (nt.: sendo os dois polímeros de estireno, devem, em princípio, vir de polos petroquímicos que usam como fonte de carbono o petróleo. Por isso polos petro – químicos) é comumente usado para recipientes para viagem, xícaras de café e amendoins para embalagem, enquanto o isopor é mais comumente usado em construções e artesanato (nt.: estas particularidades funcionais não mudam o perigo do estireno conforme os setores de saúde dos EUA, há, pelo menos, cinco anos vem advertindo. Então esta eliminação deveria ser muito mais por ser uma molécula perigosa e cancerígena do que por ser transformado em produtos comerciais que viram ‘lixo descartável’).
A cadeia de cafeterias Dunkin Donuts, por exemplo, vende mais de um bilhão de copos descartáveis de poliestireno a cada ano (1 billion polystyrene cups each year).
O poliestireno não pode ser reciclado (nt.: segundo consta ele é no Brasil), fragmentando-se em pequenos pedaços de microplástico, e tem sido considerado como um carcinogênico (has been deemed a carcinogen) e é um flagelo para a vida marinha. A organização portuária da cidade “Waterfront Partnership of Baltimore“, que vem, há tempos, advogando restrições à produção de plástico no estado, bem como melhores iniciativas de reciclagem, celebrou a nova lei.
“Nossa bacia hidrográfica não para nas divisas das cidades e das comunidades”, disse Adam Lindquist, diretor da Healthy Harbor Initiative da Waterfront Partnership, à Global Citizen. “Ela se estende por várias jurisdições. Assim, se realmente quisermos deixar o poliestireno fora dos canais, precisaremos então uma proibição para todo o estado.”
O Waterfront Partnership gasta US $ 150 mil por ano em um dispositivo de coleta de lixo flutuante chamado Mr.Trash Wheel (nt.: foto da máquina abaixo). Ele mostra uns olhos esbugalhados, como se fosse um grande caranguejo. Fica na foz da hidrovia de Jones Falls e emprega para coletar o lixo, uma correia transportadora. Depois das tempestades, a máquina pode coletar de 60 a 70 contêineres de lixo para que os voluntários possam depois separar os materiais.
Desde 2014, este equipamento, o Mr.Trash Wheel, coletou mais de um milhão de fragmentos de poliestireno da água, conforme o senhor Lindquist.
“Uma coisa é pegar garrafas de plástico, porque se pode vê-las e coletá-las. Mas com o poliestireno não é assim que a coisa funciona”, disse ele à Global Citizen. “O produtos feitos com esta resina, o poliestireno, se dividem em miríades de bolinhas ou pedacinhos infinitamente mínimos. Pode-se passar um dia inteiro em apenas um pequeno espaço e nunca pegar todos os fragmentos de isopor”.
“Quando é pequeno o bastante, peixes, caranguejos e camarões começam a comê-los e acabam sobrecarregando mais ainda, de poluição, a cadeia alimentar”, acrescenta ele.
Em anos recentes, o impacto da poluição de plásticos na vida marinha estimulou uma movimentação global. Mais de 60 países tomaram medidas para restringirem o plástico, empresas massivamente estão investindo em alternativas e pessoas comuns estão promovendo mudanças em suas vidas, a cada dia (everyday people are driving change).
A nova proibição cobre usos de poliestireno como recipientes para comida e bebida, mas apresenta exceções significativas. Assim, enquanto as pessoas no estado não receberão recipientes de isopor para levar comidas ou xícaras de café, as empresas ainda poderão usar poliestireno para cobrirem produtos de carne e todos os itens não-alimentares, incluindo amendoins embalados. Além disso, os alimentos que são embalados fora do estado ainda podem usar poliestireno, uma exceção que faz acomodações para o fato de que nenhum outro estado proíbe ainda esta resina, existe o perigo destes fatos comprometerem a eficácia do projeto de lei.
Ainda assim, esta nova lei é um passo na direção certa, disse Lindquist, cuja organização está trabalhando na construção de apoiar o banimento das sacolas plásticas e uma boa reciclagem em todo o estado.
“Gastaríamos muito de colocar o Mr.Trash Wheel numa dieta e aposentá-lo desta atividade que faz atualmente,” diz ele.
Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, abril de 2019.