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Tradições: Como a ideologia dos militares moldou a Amazônia de hoje

Importante matéria que mostra, como já refletimos anteriormente, que a devastação da Amazônia em todos os níveis: desmatamento, queimadas, gado, soja, desrespeito aos povos originários, as minerações e invasões do capital estrangeiro, são reflexos de uma política ideológica do organismo pago pelos brasileiros para lhes defender, o Exército, dentro das Forças Armadas. Percebe-se que, mesmo que indiretamente, professam a doutrina da colonialidade, fundada num capitalismo indigno e cruel, além de mostrarem ser supremacistas antropocêntricos e etnocratas. Sabe-se hoje, inclusive cientificamente, que uma das saídas para o impasse civilizatório que a humanidade está trilhando para seu extermínio, é a busca dos fundamentos de todos os povos originários de todos os continentes. Reconhece-se que a visão de mundo eurocêntrica com suas revoluções industrial, agrícola, petroquímica e tecnológica, está gerando um beco sem saída para a sobrevivência de todos os seres vivos, incluindo os humanos. Lastimamos que sustentamos quem não nos sustenta. Está na hora dos militares avançarem com seus corações e mentes e abandonarem a visão de mundo supremacista portuguesa do século XV que além de estar há séculos superada, mostra-se deletéria e caquética.

Povos Originários: Os conflitos entre imigrantes alemães e kaingang no Sul

Duas matérias, no mesmo dia e na mesma mídia pública alemã, DW. A mesma história, mas vista sob prismas diferentes. As duas partes vítimas da mesma ideologia que promoveu a ocupação dos territórios originários com o intuito de instalar uma colônia que estivesse a serviço dos Impérios Coloniais, uns mais visíveis e explícitos do que outros. No entanto, a doutrina sempre foi igual: agregar patrimônios=recursos móveis e imóveis aos cofres dos Impérios. E para tanto, os espaços americanos deveriam ser considerados como terras sem gente para abrigar gente sem terra. Argumento este que foi propalado, séculos depois, pela ditadura militar, do século XX, quando fez o mesmo com as terras do Pantanal, da Amazônia e do Cerrado. Lembram do discurso do Garrastazu Médici quando, na televisão em cadeia nacional, 'apresentou' as obras da Transamazônica? Idêntica visão de mundo que se perpetua no tempo e nos espaços. Será que não dá para se ver no exato dia de hoje com os homens do 'agronegócio' o mesmo de sempre? Percebam que esta ideologia da apropriação do patrimônio da humanidade, que sempre os povos originários de todas as Américas foram os guardiães e, com inteligência e harmonia, conservando e integrando, por princípios sociais e éticos, antes da chegada dos primeiros invasores, supremacistas brancos eurocêntricos, na modalidade portuguesa, no século XVI e que vem se desdobrando, sob várias modalidade europeias, desde então? Hoje são os crentes da doutrina da colonialidade, mas a visão sobre a Vida permanece idêntica. Como se vê, a história branca sempre é contada por eles, os 'cristãos', os 'bravos', os 'competentes', os 'progressistas', os 'meritocratas', em contraposição aos 'selvagens', os 'obtusos', os 'primitivos', os 'desgrenhados', os 'pagãos', os 'impuros', os 'bugres'.

Tradições: Marco temporal: violência contra indígenas dispara com incerteza jurídica sobre demarcação de terras

Texto abaixo demonstra que todas as reflexões que fizemos nos dois textos que a mídia alemã DW publicou sobre os 200 anos da imigração alemã, não fogem do nosso cotidiano. É o mesmo dia a dia como se ainda estivéssemos vivendo a mesma ladainha desde o final do século XV e início do século XVI. A visão de mundo, com todos os seus paradigmas, se escracha até hoje. Mas até quando? Será que vai ser quando o último dos 'parentes' dos povos originários der ó derradeiro suspiro? Este futuro está em nossas mãos, mas antes passa pelos nossos corações e mentes.

Tradições: A ofensiva da extrema direita sobre Terras Indígenas no Brasil

A insensatez das chamadas bancadas ruralista e da BBB/Bala/Boi/Bíblia, vem demonstrando que podem ser tudo menos concidadãos em nosso país. Mesmo que fossem praticantes da colonialidade, fundada no capitalismo indigno e cruel, e crentes da doutrina do supremacismo branco eurocêntrico em seu confronto com os povos originários, os verdadeiros 'donos' imemoriais de todo o continente das Américas, jamais poderão negar que são eles que criam as possibilidades reais de podermos superar os embates das crises climática, social e ambiental de todas as Américas. Esta pretensão dos eurodescendentes de se sobreporem aos povos que vieram por séculos mostrando que só com a integração objetiva com a natureza iremos legar um planeta saudável para todas as futuras gerações de todos os seres, humanos e não-humanos, demonstra como são realmente anti-humanos e tacanhos. Além de criminosos pela violência de suas ações inviabilizarem um devir harmônico para seus filhos e netos.

Tradições: Pensando como ancestrais para salvar o planeta

Reflexões que se coadunam com a visão de mundo do nosso 'parente' e imortal Ailton Krenak. Sim, existe entre nós muitos que também pensam que o que chamam de progresso foi um decisão equivocada e fantasiosa já que vivemos num planeta com seus patrimônios finitos. Recuperarmos práticas que nosso povos originários, nossos ancestrais, queiramos ou não, sempre utilizaram, mostram que humilde e sabiamente reconhecem exatamente isso: a Grande Mãe Terra nos disponibiliza tudo o que todos, mas todos mesmo, seres, humanos e não-humanos que aqui coabitam, tem o que precisam. O resto é roubo e crueldade.

Tradições: Cidades – convite a outras cosmovisões

Temos que sair desta monocultura intelectual eurocêntrica e ocidental. Que sejamos inteligentes e nos associemos à nossa maravilhosa diversidade cultural, de inteligências e do mundo fático que recebemos de 'presente' nos dias de hoje, porque diferente de outras nações das Américas, não tivemos 'tempo' de exterminarmos, como elas fizeram, todas as etnias que sempre viveram nas três Américas. Que sejamos humanos suficiente e o humildes o bastante, para abrirmos nossos corações e mentes para estas outras visões de mundo e de integração com as manifestações da natureza. E então aprendamos, todos os eurodescendentes e de outros ancestrais imigrantes e colonizadores, o que estas outras 'faces' da humanidade planetária têm para nos ensinar. Que sejamos mais acolhedores e não tão excludentes com aqueles que não tiveram todas as chances que recebemos da exploração autoritária de nosso país, praticada pelos nossos ancestrais. Com certeza, todos teremos muito a aprender para transformarmos esta trágica situação que vive a maioria de nossos conterrâneos, muitos já ultrapassando os limites mínimos de dignidade humana.

Tradições: Os orgulhosos neogaúchos híbridos se transformaram em refugiados climáticos.

Há algumas publicações atrás que fizemos sobre a ação, dos agora definidos como 'neogaúchos' pelo historiador aqui presente nessa matéria, em nosso território brasileiro, demonstra que foram, provavelmente de forma inconsciente, dominados pela mesma ideologia dos ibéricos que aportaram por aqui no século XV em diante. A mesma prepotência, a mesma visão, mesmo nos mais empobrecidos, de sua superioridade étnica e ambiental. Tudo o que viram foram recursos de cunho econômico e nunca se conectaram, mesmo com a dificuldade da comunicação verbal, com os que aqui já habitavam há séculos. E em função de seu supremacismo, hoje vivemos em todo o país, de sul a norte, o mesmo desprezo e a mesma ignorância que arrasa com tudo e todos os seres vivos, incluindo os humanos. Deprezam ainda hoje, e vemos isso fortemente no centro-oeste, no norte e no nordeste, de tal forma a paisagem e seus habitantes racionais ou não, que devastam todos os ambientes para tentarem saciar sua voraciada insaciável e como Fantasmas Famintos, há 200 anos fazem do restante do pais, o que fizeram no sul. E são seus eurodescendentes de hoje que colhem os amargos e deprimentes frutos dessa arrogância e voracidade sem limites. E isso está tão candente que mesmo em seu continente de origem, a Europa, hoje vivem tempos de tensão com a escalada vertiginosa do neofascismo e do fundamentalismo da direita dura ou extrema direita que tem por objetivo, abocanhar qualquer palmo de terra e de vida que representar dinheiro. Mesmo que isso leve à derrocada de toda a sociedade global. Assim, o que se vive aqui é fruto dessa doutrina do capitalismo indigno, filho espúrio do supremacismo branco eurocêntrico que contamina todas as etnias planetárias.

Tradições: O nascimento relatado de um raro bezerro de búfalo branco no parque de Yellowstone cumpre a profecia Lakota

Como acolhemos todas as expressões de conexão com a transcendência, essa aparição de um terneiro bisão branco, sagrado para muitos dos povos originários da América do Norte, muito nos toca. Principalmente quando a atual humanidade e de maneira mais forte em algumas de nossas civilizações, desgarrou completamente da relação com o sagrado. A materialidade, muito mais do que o ateísmo que de alguma forma tem princípios, essa atual manifestação da materialidade está totalmente compurcada por sua parte mais sombria, o individualismo egóico, excludente e arrogante. E se manifesta fortemente pela ideoloigia do supremacismo branco eurocêntrico. Basta acompanharmos as escolhas atuais dos dirigentes da União Europeia que mostram como o radicalismo e o fanatismo serão as tônicas dos próximos anos em toda a UE. E mesmo que tenham a fachada de espiritualidade, suas vísceras são pelo extremismo do Ego acima de tudo e de todos e não, como tentam demonstrar, de seu Deus cristão.

Emergêcia climática: Há duzentos anos…

Ao se ler o texto da historiadora, pode-se constatar de como chegaram os europeus, desde o século XV, em nossas terras. Vieram não para ficar, mas para explorar o 'eldorado' para depois de enriquecerem, voltarem para seus torrões natais, agora sim para não passarem fome nem ficarem na periferia da sociedade excludente europeia. Vê-se que nunca nem se interessaram em se integrar com os povos que já viviam aqui há séculos. E assim continua até os dias de hoje. Basta ver como se invadiu a partir da ditadura militar, entre os anos 60 e 80 do século XX, todo o bioma do Cerrado e da Amazônia. Nunca procuraram ver como os povos se integravam como os ambientes, até para construirem uma troca de conhecimentos e possibilidades de não devastando, agregar conhecimentos que poderiam alavancar os saberes tradicionais. Esses diferentes dos brancos nunca desrespeitam os aspectos essencias de todas as Vidas que formam cada um dos ecossistemas que integram os riquíssimos e belíssimos biomas que moldam as nossas paisagens. E tem sido ainda muito pior do que se disse até aqui. Além de não se integrarem com os ambientes e os povos, ainda tiveram a firme intenção não só de arrasar com os espaços naturais, mas eliminar, literalmente, todos os povos originários. Temos convivido há séculos com assassinos supremacistas brancos que se apropriam do bem comum de todos os brasileiros para seu exclusivo desfrute. E deixam atrás de si uma tal paisagem que, por total desequilíbrio ambiental, quando não são os próprios que a devastam, favorecem que ações naturais como agora as climáticas, acabem se transformando em algozes de vastos ecossistemas como está acontecendo no Rio Grande do Sul. Quando os eurodescendentes se convencerão de que não são mais europeus, mas sim brasileiros para que possamos ter uma sociedade mais inteligente por acolher todas as diversidades que nosso país dispõe, tanto de gente como de vida natural?