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Além do mito das barragens como “energia limpa”.

Atualmente, existe uma tendência de aceleração da construção de grandes barragens para projetos hidrelétricos, especialmente nos chamados países em desenvolvimento da América Latina, sudeste da Ásia e África. No caso do Brasil, a polêmica usina de Belo Monte é apenas a ponta do iceberg na Amazônia, principal frente de expansão da indústria barrageira, onde o governo Dilma pretende promover a construção de mais de sessenta grandes barragens (UHEs) e mais de 170 hidrelétricas menores (PCHs) nos próximos anos.

Os impactos das grandes represas, por Efrén Diego Domingo.

O relatório final do Comitê Mundial de Represas, apresenta ampla evidência de que as grandes represas não conseguem produzir a electricidade projetada, fornecer a água requerida nem prevenir os prejuízos por inundações na extensão informada pelos promotores. Além disso, estas obras superam normalmente orçamentos de custos e de tempo de construção. Além de produzirem graves danos ambientais e estes se traduzirem em grave impacto que repercute sobre os direitos humanos das pessoas e das comunidades afetadas.

Eletronorte comanda ditadura das hidrelétricas no Pará.

"Na semana passada passei cinco dias na região do rio Xingu numa pesquisa sobre os impactos do projeto Belo Monte na cidade e na natureza. O que vi e ouvi dá uma revolta na gente. O consórcio Norte Energia, em nome da aceleração do crescimento econômico, trata moradores do rio Xingu como meros obstáculos a serem eliminados. Um morador teve que vender seu lote, com casa, poço e benfeitorias pelo preço imposto pelo Consórcio, R$ 60.000,00, com a seguinte informação - ou pega ou vai ao juiz. O presidente dos diretores logistas de Altamira afirmou que inialmente levantou bandeira defendendo a hidrelétrica Belo Monte, mas hoje não faz mais. Ele e seus colegas empresários se sentem enganados pelo Consórcio. E assim por diante. Como sou da região do rio Tapajós, pressinto que a desgraça deve estar chegando por aqui", escreve Edilberto Sena, padre coordenador geral da Rádio Rural de Santarém, presidente da Rede Notícias da Amazônia – RNA e membro da Frente em Defesa da Amazônia – FDA. ao enviar o artigo que publicamos a seguir. E ele pergunta: "Que democracia é essa? que governo é esse?".

Belo Monte e as muitas questões em debate. Entrevista especial com Ubiratan Cazetta.

“Belo Monte compromete, de maneira irreversível, a possibilidade das gerações presentes e futuras de atenderem suas próprias necessidades. Apesar de ser um debate novo no judiciário brasileiro, o direito da natureza e das gerações futuras é objeto de pelo menos 14 convenções e tratados internacionais, todos ratificados pelo Brasil, além de estar presente na Constituição Federal", afirma o procurador da República do Estado do Pará.