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Uma leitura de antropólogos e sociólogos sobre o futuro da Amazônia.

O enfraquecimento de agências multilaterais de cooperação internacional começa a ameaçar as políticas para conservação da Amazônia Legal. A afirmativa é do presidente do Programa Nova Cartografia Social, Alfredo Wagner de Almeida, que ministrou conferência, na sexta(26), na 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em São Luís.

A razão contra a Razão: a raiz de nossa crise. Artigo de Leonardo Boff.

"A ciência se desenvolveu numa direção que põe em cheque o sentido da razão e o destino de nossa civilização. Ou a ciência será feita com consciência e então incorporará uma dimensão ética, ou ela nos poderá destruir a todos. É o que nos alertam grandes nomes do pensamento contemporâneo, não só da filosofia mas das ciências da Terra, da nova cosmologia e da biologia", afirma Leonardo Boff, filósofo, teólogo e escritor, em artigo publicado no Jornal do Brasil, 23-07-2012.

O consumismo: uma doença?

No coração da selva do Petén, no que atualmente é a Guatemala, no cume do Templo IV, joia arquitetônica legada pelos maias do Período Clássico, duas jovens turistas norte-americanas – com roupa Calvin Klein, com sapatos Nike, óculos escuros Rayban, telefones celulares Nokia, câmeras fotográficas digitais Sony, videofilmadoras JVC e cartão de crédito Visa, hospedadas no hotel Westing Camino Real e tendo viajado com milhas de “viajante frequente” por meio de American Air Lines, hiperconsumidoras de Coca-Cola, Mc Donald’s e de cosméticos Revlon – comentavam, ao escutar os gritos de macacos nas copas das árvores próximas: “Pobrezinhos, gritam de tristeza, porque não têm por perto um ‘super’ onde possam fazer compras”…

Crise terminal de nosso modo de viver?

"Há que reconhecer que estamos dentro de um círculo vicioso do qual não sabemos como sair. Devemos produzir para atender o consumo e criar postos de trabalho. Quanto mais consumimos, mais empobrecemos a natureza. Mas chegará o momento em que ela não aguentará mais. Por outro lado, se pararmos de consumir, fecham-se fábricas, cria-se desemprego, surge fome e miséria e estoura a convulsão social. Para onde vamos? Quem o saberá exatamente?", escreve Leonardo Boff, teólogo, filósofo e escritor, em artigo publicado no Jornal do Brasil, 22-07-2012.

O impossível pacto entre o lobo e o cordeiro.

"É possível o pacto entre o cordeiro (ecologia) e o lobo (economia)? Tudo indica que é impossível", pergunta e responde Leonardo Boff, teólogo, filósofo e escritor, ao comentar os resultados da Rio+20. Segundo ele, "podem agregar quantos adjetivos quiserem a este tipo vigente de economia, sustentável, verde e outros, que não lhe mudarão a natureza. Imaginam que limar os dentes do lobo lhe tira a ferocidade, quando esta reside não nos dentes, mas em sua natureza. A natureza desta economia é querer crescer sempre, a despeito da devastação do sistema-natureza e do sistema-vida. Não crescer é prescrever a própria morte. Ocorre que a Terra não aquenta mais esse assalto sistemático a seus bens e serviços".