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Operação Tapajós: “Os Munduruku não querem guerra”. Entrevista especial com Roani Valle.

“Os Munduruku não querem guerra. Eles querem ser consultados aberta e coletivamente e querem que sua opinião tenha poder vinculante para a interrupção dessas obras”, diz Roani Valle à IHU On-Line, após visitar os indígenas Munduruku contrários à construção do complexo hidrelétrico do Tapajós, no Pará. O antropólogo esteve na aldeia Sawe Muybu no final de março e pôde visualizar a atuação da Força Nacional de Segurança na região. “Fiquei muito assustado com a situação. Tinha conhecimento da Operação Tapajós e sabia da tensão na área, só não imaginava tanto. Presenciei uma incursão noturna na aldeia perpetrada por homens estranhos, não identificados, fazendo algo semelhante ao que batedores fazem, observação sub-reptícia, sondagem, espionagem furtiva; eles atracaram no porto da aldeia por volta das 22h30 do dia 29 de março”, relata em entrevista concedida por e-mail.

“Não somos bandidos”, afirmam povo Munduruku.

Ignorados como se fossem mera paisagem, o povo munduruku continua denunciando o atropelo a seus direitos, nas margens do rio Tapajós, no Pará. Desde a última semana, o governo enviou a Força Nacional à região, para garantir que os estudos de impacto ambiental da hidrelétrica no Tapajós sigam em frente, mesmo sem a consulta aos índios que vivem ali.

Casaldáliga recebe novas ameaças de morte por defender indígenas no MT.

O bispo emérito de São Félix do Araguaia (MT), d. Pedro Casaldáliga, disse nesta quarta-feira (6) à Carta Maior que está sendo ameaçado de morte por causa de seu apoio aos povos indígenas brasileiros. O bispo denuncia que as comunidades sofrem os efeitos da implementação de projetos não sustentáveis, do ponto de vista do respeito às culturas e ao desenvolvimento participativo.

Justiça florestal pelas próprias mãos.

Uma comunidade indígena brasileira decidiu fazer cumprir a lei com suas próprias mãos, ao enfrentar madeireiros ilegais que entram em suas terras em busca de valiosas madeiras. Uma nova modalidade de corte se concentra em terras indígenas, ricas em espécies madeireiras e cuja população se torna alvo de madeireiros ilegais, que apelam tanto para o suborno quanto para a ameaça.

Munduruku enfrentam o monstro.

“Lamentavelmente elegemos um governo, na ilusão de que seria mais democrático do que o candidato do PSDB. Vemos que não temos mais escolha nas próximas eleições. Se correr o bicho pega, se parar o bicho come, ou melhor, destrói a Amazônia. Então, em vez de parar ou correr, temos que nos juntar aos conscientes Munduruku para enfrentarmos o monstro”, escreve Edilberto Sena, padre e coordenador da Rádio Rural AM de Santarém-PA.

Indígenas ameaçam guerra para barrar hidrelétricas no rio Tapajós.

Não houve acordo. O governo teve uma pequena amostra, na semana passada, da resistência que enfrentará para levar adiante seu projeto de construção de hidrelétricas ao longo do rio Tapajós, uma região isolada da Amazônia onde vivem hoje cerca de 8 mil índios da etnia munduruku. Um grupo de líderes de aldeias localizadas no Pará e no norte do Mato Grosso, Estados que são cortados pelo rio, esteve em Brasília para protestar contra ações de empresas na região, que realizam levantamento de informações para preparar o licenciamento ambiental das usinas.

Indústria apresentará proposta sobre recursos genéticos da Amazônia.

Na próxima semana, representantes de movimentos sociais que atuam na Amazônia brasileira vão receber a proposta do setor industrial para regular o uso e repartição de recursos genéticos cultivados e manejados pelas comunidades tradicionais da região, como os indígenas. A proposta é mais um passo na direção de um marco regulatório sobre o tema, que vem sendo discutido há quase dez anos no País.

Fazendeiro confessa ter matado índio no MS e ministra exige ‘punição exemplar’.

Nove parentes do índio guarani-caiová Denilson Barbosa, de 15 anos, morto por um fazendeiro de Caarapó (MS) no último dia 17, foram incluídos no Programa de Proteção a Testemunhas, do Ministério da Justiça. O corpo dele foi encontrado domingo com um tiro na cabeça na estrada que liga Caarapó a Dourados, região sul de Mato Grosso do Sul, onde se concentra os maiores conflitos agrários entre índios e fazendeiros.