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Liderança terena é baleada na perna depois de sofrer terceiro atentado em menos de um ano.

O indígena Paulino Terena acabou baleado na perna direita depois que homens não-identificados atacaram a tiros, na madrugada desta segunda-feita, 19, a aldeia e a casa onde ele vive com a família. O terena é liderança da retomada Pillad Rebuá, território indígena localizado no município de Miranda, no Mato Grosso do Sul (MS), região do Pantanal, foco de conflito agrário. Este é o terceiro atentado sofrido pelo indígena em menos de um ano.

Nota de docentes e discentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e de Pelotas em Apoio ao Povo Kaingang.

Nós, enquanto do corpo discente do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), juntamente com professores e pesquisadores que participaram e/ou apoiaram a elaboração deste documento, vinculados ao Laboratório de Arqueologia e Etnologia (LAE-UFRGS), ao Núcleo de Antropologia das Sociedades Indígenas e Tradicionais (NIT-UFRGS), ao Núcleo de Antropologia e Cidadania (NACI-UFRGS), e ao Núcleo de Etnologia Ameríndia (NETA) da Universidade Federal de Pelotas viemos por meio desta nota manifestar nosso repúdio à prisão de cinco indígenas kaingang na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul, dentre eles o cacique da aldeia Kandóia-Votoro (município de Faxinalzinho), Deoclides de Paula, ocorridas no dia 09 de maio.

Acusamos o governo de violar a Constituição e tornar-se cúmplice dos crimes contra os índios´, Dom Erwin Kräutler.

O episódio que levou o cacique Babau Tupinambá a ser mantido sob custódia da Polícia Federal, em Brasília (DF), onde quatro mandados de prisão impediram a liderança de viajar ao Vaticano para encontro com o papa Francisco, representa para Dom Erwin Kräutler, bispo da Prelazia do Xingu, em Altamira (PA), e presidente do Cimi, a necessidade de ser conservada a aparência ´de um Brasil sensível à causa dos povos autóctones. As aparências de que o Brasil é um estado de direito que honra a sua Carta Magna precisam ser mantidas'. Babau faria denúncias de violações aos direitos indígenas no exterior.

Prisão de cacique opõe CNBB a governo.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), órgão máximo da Igreja Católica no país, diz estar mais do que decepcionada e irritada com um gesto entendido como censura do governo da presidente Dilma Rousseff à denúncia que seria feita ontem, ao papa Francisco, sobre a situação dos povos indígenas brasileiros.

Número de famílias despejadas em 2013 cresce 76% na Amazônia.

Barragens para usinas hidrelétricas, mineração, grilagem de terras, extração de madeira e monoculturas (pecuária, soja, dendê, eucalipto) avançam sobre terras indígenas, quilombolas e de outras comunidades camponesas. A Amazônia continua sendo considerada colônia, fonte de recursos naturais a serem explorados pelo resto do Brasil e do mundo. Na Amazônia, em 2013, se concentraram 20 dos 34 assassinatos, 174 das 241 pessoas ameaçadas de morte, 63 dos 143 presos, e 129 dos 243 agredidos em conflitos no campo no Brasil.

A extração de recursos naturais contra os direitos dos indígenas e do meio ambiente.

O jornalista Benjamin Dangl, que já acompanhou movimentos sociais e a política em toda a América Latina, durante mais de uma década, embora reconheça os avanços da esquerda na região, considera que “enquanto a marcha para o progresso continua de muitas formas, e os anos eleitorais vão e vêm, os perdedores da nova esquerda da América Latina são muitas vezes os mesmos que antes – as comunidades rurais despossuídas e movimentos indígenas, que ajudaram a preparar o caminho para essas eleições presidenciais”. Seu artigo é publicado por Rebelión, 29-04-2014. A tradução é do Cepat.

“É preconceito dizer que as línguas indígenas não são comunicativamente eficientes”. Entrevista com Cristina Messineo.

Pioneira no desenvolvimento local da linguística antropológica, seu foco de atenção são as línguas faladas aqui [na Argentina] antes da chegada dos espanhóis. “Quando comecei, faziam os meninos que falavam uma língua indígena na escola lavar a boca”, disse para recordar que até não muito tempo atrás imperava o que chama de “ideologia do desprezo”. As atuais políticas, a tarefa de recuperar as línguas em perigo.

As raízes da crise ecológica.

“Para Egger, as raízes da atual crise dizem respeito ao paradigma e ao nosso ser interior. A salvaguarda da criação implica também uma ecologia do espírito. A grande batalha trava-se na nossa cabeça e, mais ainda, no nosso coração”. A reportagem é de Catherine Dupeyron e publicada no boletim Observatoire de la Modernité, do Collège des Bernardins, 02-04-2014. A tradução é de André Langer. Michel Maxime Egger, cidadão suíço, começou sua vida profissional como jornalista. Depois escolheu seguir um duplo caminho: o de um engajamento cidadão, que se traduziu no trabalho de sociólogo, numa atividade em uma ONG, num trabalho de lobby pela ecologia, e o caminho de transformação espiritual, especialmente através da redescoberta das raízes cristãs. Seu último livro intitula-se A Terra como a si mesmo (Ed. Labor et Fides, 2012).

Escolarizando o mundo.

O filme examina o pressuposto escondido da superioridade cultural por trás dos projetos de ajuda educacionais, que, no discurso, procuram ajudar crianças a "escapar" para uma vida "melhor". Aponta a falha da educação institucional em cumprir a promessa de retirar as pessoas da pobreza -- tanto nos Estados Unidos quanto no chamado mundo "em desenvolvimento".

“A maior novidade da CNV será incluir os camponeses e índios entre as vítimas”, afirma Maria Rita Kehl.

A jornalista, psicóloga e escritora Maria Rita Kehl. Ela atuou na imprensa alternativa durante a ditadura como editora do jornal Movimento, um dos principais meios de comunicação da resistência ao regime militar, e nos últimos anos realizou atendimentos psicanalíticos na Escola Nacional Florestan Fernandes. Ganhou notoriedade nacional durante as eleições presidenciais de 2010. Na época, ela escreveu no jornalEstadão um artigo em que ironizava as reclamações de moradores de Fortaleza que não conseguiam contratar um porteiro para seu prédio: “É curioso que ninguém tenha questionado o valor do salário oferecido pelo condomínio da capital cearense. A troca do emprego pela Bolsa-Família só seria vantajosa para os supostos espertalhões, preguiçosos e aproveitadores se o salário oferecido fosse inconstitucional: mais baixo do que metade do mínimo.” Ela foi demitida do jornal logo em seguida.