Este quitute da padaria que estamos pensando em comprar, pode conter o conservante propil parabeno que está conectado à disfunção na sinalização hormonal. De acordo com as informações obtidas da ONG Environmental Working Group/EWG em seu banco de dados online denominado: EWG’s Food Scores: Rate Your Plate, e seu ‘app’, que auxiliam os consumidores a comerem de forma mais saudável, o propil parabeno está presente em 49 alimentos processados altamente disponíveis (nt.: nos EUA), incluindo marcas conhecidas como os produtos processados amplamente disponíveis no mercado, como as marcas comerciais Sara Lee com seus pãezinhos de canela, os bolos marca Weight Watchers e as tortilhas de milho La Banderita.
Johanna Congleton, cientista da ONG EWG;
No ano passado (n.: 2014), o EWG dirigiu seu foco sobre o conservante Propilparabeno em seu Guia dos Doze Aditivos Sujos de Alimentos (Dirty Dozen Guide To Food Additives) face a Food and Drug Administration/FDA (nt.: agência que regulamenta alimentos e medicamentos nos EUA) ter listado seu uso em alimentos como “Generally Recognized As Safe/GRAS” (nt.: ‘geralmente reconhecido como seguro’ – uma certificação que os produtos recebem como autorizados para o uso indicado). Apesar da imensa quantidade de evidência de que o conservante propilparabeno gera disfunção no sistema hormonal, a FDA falha ao tomar uma ação quanto à eliminar seu uso em alimentos ou para reavaliar sua segurança.
TOMAR ATITUDES
Os consumidores não podem ficar esperando pela FDA – os disruptores endócrinos não podem estar nos alimentos que ingerimos.
CLIQUE AQUI PARA AGREGAR SEU NOME À PETIÇÃO DO EWG, EXIGINDO QUE AS COMPANHIAS DE ALIMENTOS REMOVAM O PROPILPARABENO DE SEUS PRODUTOS (Click here today to add your name to EWG’s petition and demand that food companies remove propyl paraben from their products).
Em 2002 pesquisadores do Tokyo Metropolitan Institute of Public Health (nt.: Instituto Metropolitano de Saúde Pública de Tóquio) descobriram que o propilparabeno decresce a contagem de espermatozoides em ratos jovens a baixas concentrações as mesmas que a U.S. Food and Drug Administration/FDA considera seguras para o consumo humano de alimentos (Oishi 2002; 21CFR184.1670).
Outros pesquisadores confirmaram os efeitos do propilparabeno sobre o sistema endócrino. Ele age como um estrogênio sintético e pode alterar a sinalização hormonal e a expressão gênica (Routledge 1998; Terasaka 2006; Vo 2011; Wróbel 2014). Estudo recente feito pelos pesquisadores da Harvard School of Public Health (nt.: Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard) sugere que a exposição ao propilparabeno pode estar associada à diminuição da fertilidade (Smith 2013).
A sinalização endócrina apropriada é particularmente importante durante as janelas críticas do desenvolvimento—enquanto acontece no útero e durante a infância e a adolescência. Substâncias químicas que geram disfunção na sinalização hormonal podem levar a efeitos adversos sobre o desenvolvimento, a reprodução e os sistemas neurológico e imunológico.
Citando o estudo feito pelos pesquisadores em Tóquio, a European Food Safety Authority/EFSA (nt.: Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos) emitiu uma advertência em 2004, de que o nível de exposição de segurança presumida para o propilparabeno em alimento não era mais válido porque afetava os hormônios sexuais e os órgãos reprodutivos masculinos em ratos jovens (EFSA, 2004). Baseados nesta advertência regulamentadores, em 2006, removeram o propilparabeno da lista de aditivos alimentícios autorizados para uso na União Europeia.
O propilparabeno está começando a sumir de alguns cosméticos. Este é assim, o grande desejo que um dia não seja mais permitido ser utilizado em alimentos. Se formos examinar com cuidado os produtos de higiene pessoal, nas prateleiras de quaisquer lojas ou mercados, possivelmente veremos rótulos advertindo que certos sabões líquidos ou ‘body washes‘, loções e outros itens são “paraben free” (nt.: livre de parabenos). Sob pressão da ONG EWG e outros defensores da saúde, a Johnson & Johnson,em agosto de 2012, voluntariamente prometeu remover este e outros membros da família dos parabenos de todos os produtos infantis e de bebês. Marcas tais como Alba, Origins e Burt’s Bees não empregam parabenos de modo algum.
Os norte americanos ainda estão sendo amplamente expostos a este químicos. Em pesquisa conduzida em 2010, liderada pela cientista Antonia Calafat, Ph.D., uma química respeitada junto aos Centers for Disease Control and Prevention/CDC (nt.: equivalente ao Ministério da Saúde e à Anvisa, dos EUA), reportou de que 92,7% dos norte americanos analisados foi detectado o químico propilparabeno em suas urinas (Calafat 2010).
Como Se Pode Evitar Isso?
Em alimentos: verificar a lista e usar o banco de dados da ONG EWGFood Scores database para encontrar os alimentos sem o químico propilparabeno.
Em cosméticos: Usar o banco de dados do EWGSkin Deep database para encontrar produtos sem este conservante.
Tomar Atitudes
As companhias de cosméticos estão insinuando e começando a remover o propilparabeno de alguns de seus produtos. Então, por que as indústrias alimentícias ainda estão colocando este conhecido disruptor endócrino nos alimentos que ingerimos?!
Alimentos que contêm PROPILPARABENO (nt.: nos EUA):
- Amport Foods Chocolate & Nut Trail Mix
- Archer Farms Gourmet Dessert Cookies
- Arizona Snack Company Canyon Runner II Trail
- Arizona Snack Company Sweet Energy Trail
- Cafe Valley Apple Spice Mini Muffins Apple Spice
- Cafe Valley Banana Nut Mini Muffins
- Cafe Valley Blueberry Mini Muffins
- Cafe Valley Cake Pumpkin Cream Cheese
- Cafe Valley Chocolate Chips Mini Muffins
- Cafe Valley Corn Mini Muffins
- Cafe Valley Lemon Poppyseed Mini Muffins
- Cafe Valley Orange Cranberry Mini Muffins
- Cafe Valley Pumpkin Chocolate Chip Mini Muffins
- Creative Occasions Old Fashioned Carrot Cream Cheese Cake
- Elizabeth’s Naturals Psychedelic Sunday Mix
- Emerald Breakfast On The Go Peanut Butter Chocolate Banana Nut & Granola Mix
- Energy Club Fancy Mojo Mix
- Energy Club Nuts N Chocolate Blend
- Entenmann’s Coconut Crunch Donuts
- Essential Everyday Classic Trail Mix
- Island Snacks Fancy Chocolate Mix
- La Banderita White Corn Tortillas
- La Banderita Yellow Corn Tortillas
- Little Debbie Pecan Spinwheels
- Newton’s Naturals Get The Munchies Trail Mix
- Nuevo Leon Tortillas
- Oh Yeah! Candies Chocolate Caramel
- Ole Mexican Foods Corn Tortillas
- Patissa Pumpkin Pie Cream Puffs
- Premium Orchard Rainbow Trail Mix
- Private Selection Strawberry Rhubarb Pie
- Quality Club Deluxe Moxxi Mix
- Roundy’s Cranberry Trail Mix
- Roundy’s Pak O Snax
- Sara Lee Cinnamon Rolls
- Sara Lee Honey Glazed Buns
- Setton Farms Hiker’s Trail Mix
- Superior Chocolate Nut Trail Mix
- Superior Mini Chocolate Eclairs
- Sweet P’s Bake Shop Black & White Cookies
- Tropical Corn Tortillas, Traditional Style
- Turano Brat & Sausage Rolls
- Weight Watchers Carrot Crème Cake
- Weight Watchers Chocolate Crème Cake
- Weight Watchers Golden Sponge Cake
- Weight Watchers Lemon Creme Cake
- Weight Watchers Red Velvet Creme Cake
- Weis Cross’n Country
- Weis Milk Chocolate Candies
Sobre as verificações do EWG nos alimentos
As verificações do EWG sobre a classificação de nosso prato: Food Scores: Rate Your Plate é um banco de dados de fácil acesso e de seu ‘app’ para celulares abrigam avaliações além de uma vasta gama de outras informações para mais de 82.000 alimentos e 1.500 marcas num simples e acessível formato online. A nova ferramenta e mais abrangente, de um banco de dados sobre avaliação de alimentos disponível aos consumidores. Seus fatores de sistema de pontuação são não só quanto à nutrição, mas também os ingredientes de geram preocupações, como os ativos alimentícios e os contaminantes. Também estima o grau em que os alimentos foram processados.
O EWG’s Food Scores almeja guiar as pessoas a serem mais ecológicos, saudáveis e poderem fazer escolhas com mais lucidez. Os usuários podem encontrar uma pontuação geral, de 1 (melhor) a 10 (pior), para cada produto no banco de dados dos alimentos. Perfis dos produtos feitos pelo EWG incluem informações altamente detalhadas sobre como cada alimento se constitui em termos de conteúdo nutricional e se eles contêm aditivos questionáveis, como nitritos ou bromato de potássio, contaminantes prejudiciais, como arsênico e mercúrio, e quais os alimentos que têm a menor e a maior preocupações de processamento. Eles também identificam as carnes e os produtos lácteos que possam ter antibióticos e hormônios, e destacando frutas, verduras e legumes que possam, possivelmente, estar contaminadas com resíduos de agrotóxicos.
Referências
Calafat AM, Ye X, Wong LY, Bishop AM, Needham LL. 2010. Urinary concentrations of four parabens in the U.S. population: NHANES 2005-2006. Environ Health Perspect. 118(5):679-85.
21CFR184.1670. Available: http://www.accessdata.fda.gov/scripts/cdrh/cfdocs/cfcfr/CFRSearch.cfm?fr=184.1670 [Accessed February 7, 2015]
EFSA. 2004. Opinion of the Scientific Panel on food additives, flavourings, processing aids and materials in contact with food (AFC) related to para hydroxybenzoates (E 214-219). EFSA Journal. 83, 1-26.
Oishi S. Effects of propyl paraben on the male reproductive system. Food Chem Toxicol. 2002 Dec;40(12):1807-13.
Routledge EJ, Parker J, Odum J, Ashby J, Sumpter JP. 1998. Some alkyl hydroxy benzoate preservatives (parabens) are estrogenic. Toxicol Appl Pharmacol. 153(1):12-9.
Smith KW, Souter I, Dimitriadis I, Ehrlich S, Williams PL, Calafat AM, Hauser R. 2013. Urinary paraben concentrations and ovarian aging among women from a fertility center. Environ Health Perspect. 121(11-12):1299-305.
Terasaka S, Inoue A, Tanji M, Kiyama R. 2006. Expression profiling of estrogen-responsive genes in breast cancer cells treated with alkylphenols, chlorinated phenols, parabens, or bis- and benzoylphenols for evaluation of estrogenic activity. Toxicol Lett. 163(2):130-41. Epub 2005 Nov 8.
Vo TT, Jung EM, Choi KC, Yu FH, Jeung EB. 2011. Estrogen receptor α is involved in the induction of Calbindin-D(9k) and progesterone receptor by parabens in GH3 cells: a biomarker gene for screening xenoestrogens. Steroids. 76(7):675-81.
Wróbel AM, Gregoraszczuk EL. 2014. Actions of methyl-, propyl- and butylparaben on estrogen receptor-α and -β and the progesterone receptor in MCF-7 cancer cells and non-cancerous MCF-10A cells. Toxicol Lett. 230(3):375-381.
Tradução livre Luiz Jacques Saldanha, julho, 2015.