Interações hipotéticas no meio ambiente entre nanoplásticos, matéria orgânica natural ou íons e colóides naturais. Partículas de plástico em nanoescala são revestidas com moléculas dissolvidas, macromoléculas e íons, formando a eco-corona da partícula.
[NOTA DO WEBSITE: Chegamos num ponto de loucura geral que nem conseguimos como esse texto que acaba ‘tentando’ colocar em dúvida a imediata troca plástico pelo vidro, separar o que seria realmente “ecológico=saúde de todos, seres e ‘ambiente'” e o status quo de não mudar nossos vícios de comodidade, praticidade, desperdício e negligência que os plásticos trouxeram ao consumismo e ao capitalismo típicos da ideologia do supremacismo branco eurocêntrico].
Um novo estudo descobriu que a água engarrafada contém centenas de milhares de nanoplásticos. Com pequenos fragmentos de plástico infiltrando-se em todas as partes da existência humana, será que algum dia poderemos conseguir evitá-los?
Microplásticos foram encontrados em todas as partes do planeta. As minúsculas partículas deste material antropogênico foram encontradas enterradas no gelo marinho da Antártica, dentro das entranhas de animais marinhos que habitam nas fossas oceânicas mais profundas e em água potável em todo o mundo.
Agora, um novo estudo descobriu que a água engarrafada pode conter até 100 vezes mais pequenos pedaços de plástico do que se estimava anteriormente. O litro médio de água engarrafada contém quase um quarto de milhão de fragmentos de nanoplásticos, de acordo com um estudo realizado por pesquisadores das universidades Columbia e Rutgers, nos EUA. Os pesquisadores analisaram cinco amostras de três marcas comuns de água engarrafada e encontraram níveis de nanoplásticos variando de 110 mil a 400 mil por litro, com uma média de cerca de 240 mil. Os cientistas dizem que grande parte do plástico parece vir da própria garrafa e que não se sabe se a ingestão de plástico representa um risco grave para a saúde.
Uma importante revisão das evidências científicas realizada pela Organização Mundial da Saúde em 2019 e 2020 concluiu que ainda havia muito pouca pesquisa para determinar se o consumo ou a inalação de microplásticos representava um risco para a saúde humana. Alertou, no entanto, que os fragmentos mais pequenos – medindo menos de 10 micrômetros de tamanho – são prováveis de serem absorvidos biologicamente. A OMS pediu uma redução na poluição plástica para reduzir a exposição humana.
Mas é realmente possível evitar os microplásticos? Aqui está o que sabemos sobre onde eles são encontrados.
Os microplásticos estão na sua comida
Os plásticos não são onipresentes apenas na água. Eles também estão amplamente espalhados em terras agrícolas e podem até acabar nos alimentos que comemos. De acordo com uma análise de 2022, o lodo de esgoto, que é usado como fertilizante agrícola, contaminou mais de 8 milhões de hectares ( 80.937 km2) de terras agrícolas dos EUA. Este lodo contém microplásticos e PFAS (substâncias per- e polifluoroalquil), também conhecidas como “químicos para sempre/forever chemicals“. Um estudo da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, descobriu que 86 trilhões a 710 trilhões de partículas microplásticas contaminam as terras agrícolas europeias a cada ano.
Os resíduos plásticos descartados se decompõem lentamente ao longo do tempo em fragmentos menores de microplástico que podem então ser levados para o abastecimento de água (Crédito: Getty Images)
Isto significa que, involuntariamente, podemos estar a comer pequenos fragmentos de plástico em cada dentada que damos. Mas algumas plantas parecem absorver mais estes plásticos do que outras. Por exemplo, algumas análises parecem indicar que os plásticos tendem a acumular-se nas raízes das plantas, o que significa que os vegetais folhosos, como as alfaces, podem ter concentrações mais baixas do que as cenouras, os rabanetes e os nabos. Embora os efeitos da ingestão de microplásticos na saúde ainda não sejam claros, descobriu-se que eles chegam à corrente sanguínea humana. (Saiba mais sobre como os microplásticos estão se infiltrando nas frutas e vegetais que você ingere.)
RECOMENDAÇÕES DO NOSSO EDITOR
Ao editar este artigo, lembrei-me desta fotografia que chocou o mundo ao tomar conhecimento do impacto que a poluição plástica pode ter na vida selvagem , mas também que essa poluição pode inadvertidamente ajudar a revelar novos insights sobre nossos oceanos. (De Richard Gray)
As fotos de 2009 de Chris Jordan de filhotes de albatrozes mortos com plástico nas entranhas se tornaram virais. Anna Turns analisa como isso mudou a nossa resposta à crise dos plásticos
Os plásticos biodegradáveis poderiam ajudar?
A reação contra os plásticos descartáveis tem feito com que muitas empresas procurem utilizar alternativas que afirmam ser mais biodegradáveis ou compostáveis. Mas, em alguns casos, estas alternativas podem, na verdade, agravar o problema dos microplásticos. Uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Plymouth, no Reino Unido, descobriu que sacolas rotuladas como “biodegradáveis” podem levar anos para se desintegrar e, mesmo assim, eles se decompõem principalmente em pedaços menores, em vez de em suas partes químicas componentes (nt.: ou seja, as moléculas das resinas plásticas mesmo tidas como ‘biodegradáveis’ não se decompõem como as moléculas naturais, somente se fragmentam e fica tudo como os tidos como os “jamais degradáveis“). (Saiba mais sobre por que os biodegradáveis não resolverão a crise do plástico neste arigo de Kelly Oakes.)
Que tal mudar para garrafas de vidro?
Trocar as embalagens plásticas pode ajudar a reduzir a exposição – a água da torneira tem níveis mais baixos de microplásticos do que a água de garrafas plásticas. Mas também teria repercussões ambientais. Embora as garrafas de vidro tenham uma alta taxa de reciclagem, elas também têm uma pegada ambiental maior do que o plástico e outras embalagens usadas para líquidos como embalagens de bebidas e latas de alumínio (nt.: JAMAIS ESQUECER QUE TODO O PROCESSO PARA PRODUZIR UMA LATA OU UMA GARRAFA PLÁSTICA ESTÁ TODO IMPREGNADO DE SUBSÍDIOS E DE DEVASTAÇÃO AMBIENTAL DESDE AS MINERAÇÕES NA AMAZÔNIA OU DA EXTRAÇÃO DO PETRÓLEO COM TODAS AS SUAS CONSEQUÊNCIAS INCLUSIVE CLIMÁTICA… ESSA TESE AQUI APRESENTADA É MUITO PERIGOSA NO ENTENDIMENTO DE NOSSO WEBSITE AO QUERER COMPARAR O VIDRO COM O PLÁSTICO E O ALUMÍNIO). Isso ocorre porque a mineração de sílica, da qual o vidro é feito, pode causar danos ambientais significativos, incluindo a deterioração da terra e a perda de biodiversidade. Mesmo com esses recipientes não plásticos, é difícil escapar totalmente dos microplásticos. Estudos liderados por Sherri Mason, da Universidade Estadual da Pensilvânia, descobriram que eles não estão presentes apenas na água da torneira, onde a maior parte da contaminação plástica vem das fibras das roupas, mas também também sal marinho e até cerveja. Leia mais sobre se o vidro ou o plástico são melhores para o meio ambiente.
Uma espécie de larva de besouro que pode devorar poliestireno também ofereceu uma solução potencial
(NOTA DO WEBSITE: há pouco tempo publicamos um material da própria OMS/IARC definindo que o estireno, monômero que multiplicado forma o polímero poliestireno, É CANCERÍGENO!!! Estranhamos como ainda se procura formas de ‘remediar’, ou seja, continuar o uso dessa resina já que ‘haveria’ uma larva que o devoraria e assim não teria mais ‘problemas’. É o cinismo da dita ciência moderna que não é ‘emocional’, mas seria ‘neutra’).
Alguma coisa pode ser feita para reduzir os microplásticos?
Felizmente, há alguma esperança. Os pesquisadores estão desenvolvendo uma série de abordagens para ajudar a eliminar a poluição plástica em nosso meio ambiente. Uma abordagem tem sido recorrer a fungos e bactérias que se alimentam de plástico, quebrando-o no processo. Uma espécie de larvas de besouros que podem devorar poliestireno, como outr solução potencial. Outros estão considerando o uso de técnicas de filtragem de água ou tratamentos químicos que possam remover microplásticos. (Leia sobre como os ímãs podem ser usados para combater a poluição por microplásticos.)
Tradução livre, parcial, de Luiz Jacques Saldanha, janeiro de 2024.