Não usar microondas nem embalagens plásticas com alimentos de crianças

https://www.usatoday.com/story/life/allthemoms/news/2018/08/03/dont-microwave-childrens-plastic-food-containers-doctors-say/896952002/?fbclid=IwAR2yxbzoVaqlCqK9wul9hY666xS7eTBqiMhs9441oLzhLQHpHVw0ywACI98

Ashley May, USA TODAY

Aug. 03, 2018

A Academia Norte Americana de Pediatria está clamando por um padrão federal mais robusto de segurança, advertindo às famílias para evitarem tanto o uso de microondas como armazenarem alimentos em recipientes plásticos que contenham substâncias químicas prejudiciais (nt.: infelizmente não há absolutamente nenhuma informação quais plastificantes, ou de como é tratado aqui, fazem parte dos produtos comerciais. Assim fica tanto injusta como inútil este tipo de recomendação em nosso meio!).

Num relatório publicado em agosto do ano de 2018 (report published online last week), pediatras citam a crescente evidência contra substâncias químicas utilizadas como corantes e conservantes em alimentos além de materiais, como plastificantes, empregados nas embalagens plásticas.

Este relatório descreve não apenas as etapas seguras e essenciais que a comunidade que lida com a saúde pode comunicar a pais e famílias, mas também algumas medidas que a FDA (nt.: Food and Drugs Aministration – Agência que controla alimentos e medicamentos nos EUA) pode tomar e, francamente, também os fabricantes, no sentido de se limitar as exposições a substâncias com maior preocupação”, afirma Leonardo Trasande, autor principal da declaração desta visão política da AAP bem como membro do Conselho sobre Saúde Ambiental da academia, ao jornal USA TODAY.

[Nota do site: agregamos uma entrevista publicada recentemente (3.01.2019), no Youtube, com o Dr. Trasande, onde trata dos plásticos e seus efeitos hormonais].

Alguma coisa que deve, particularmente, chamar a atenção dos pais é: aquecimento em recipientes plásticos (inclusive garrafas e mamadeiras) no microondas ou lavá-los em máquinas de lavar louças, aumentam as chances de liberação de substâncias perigosas, de acordo com a AAP.

Produtos plásticos com a identificação para reciclagem no verso ou outro local dos produtos comerciais, com o número 03 (nt.: identifica a resina PVC ou vinil) contém, normalmente, os plastificantes Ftalatos; já os que têm o número 06 identifica a resina estireno (nt.: conhecido entre nós como poliestireno, com as marcas comerciais das espumas EPS/Expanded polystyrene ou mesmo o Isopor); e o número 07 (nt.: aqui está a resina policabonato) é para o Bisfenóis (nt.: os mais comuns são: A=BPA e S=BPS). Estes devem sempre ser evitados, declara o relatório dos pediatras. Recipientes de vidro ou mesmo embalagens de aço inoxidável são os melhores. Escolher alimentos integrais em vez de processados reduz os riscos de contaminação bem como lavar as mãos e os produtos durante a preparação dos alimentos.

Alguns dos mais de 10.000 aditivos (nt.: pelo texto aqui estão incluídos os plastificantes como o BPA, Ftalatos, Nonilfenol e outros) foram considerados dentro do padrão “geralmente considerados como seguros” (nt.: padrão que, sem análises mais formais, libera todos os alimentos e aditivos como sendo = GRS/generally recognized as safe, para consumo humano nos EUA) e assim isentados durante os anos 50. Da mesma forma foram junto alguns aditivos indiretos como colas, corantes e resinas plásticas, com seus plastificantes, usadas em embalagens e que estão conectados a sérios problemas de saúde, conforme o Dr. Trasande. Entre estes problemas estão:

  • desenvolvimento cerebral;
  • obesidade;
  • autismo;
  • transtorno de déficit de atenção/hiperatividade;
  • limitação da massa muscular e resistência óssea.

A agência norte americana de controle dos alimentos e dos medicamentos (nt.: em inglês – U.S. Food and Drug Administration/FDA) está revisando as descobertas de todos os documentos e pesquisas, disse a assessora de imprensa da FDA, Megan McSeveney, ao USA TODAY. Ela também reforçou que havia uma “razoável certeza científica” que considera de que os aditivos são “reconhecidos geralmente seguros” e não são perigosos quando utilizados de acordo com as instruções. Se novas informações indicarem que as substâncias são inseguras, a FDA tem autoridade para mudar as diretrizes anteriores ou requerer que o uso delas possa ser reduzido ou proibido.

Os aditivos mais preocupantes são: Bisfenóis (Bisphenols – such as BPA), Ftalatos (phthalates), [ressalva do site: estas duas substâncias não são aditivos como conhecidos entre nós, mas plastificantes agregados às resinas plásticas para lhes dar certas características comerciais], químicos ou substâncias perfluoradas/perflúoralquil (perfluoroalkyl chemicals/PFCs ou PFACs) [ressalva do site: estas substâncias ou químicos são os que formam os produtos comerciais conhecidos como ‘Teflon‘, ‘Scotchgard‘ e outros que repelem gordura, água e manchas], perclorato (perchlorate) [ressalva do site: componente de combustíveis de foguetes espaciais além de fazer parte de herbicidas, fertilizantes e até de airbags], nitratos e nitratos (nitrates/nitrites) [ressalva do site: produtos de origem natural, mas podem gerar problemas de saúde quando em excesso] e os corantes artificiais de alimentos (artificial food coloring).

“Mesmo pequenas disfunções em momentos chaves durante do desenvolvimento fetal ou infantil, pode apresentar consequências definitivas ao longo da vida,” diz o Dr. Transande.

Follow Ashley May on Twitter: @AshleyMayTweets

Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, fevereiro de 2019.