Mulheres Ameaçadas pelos Disruptores Endócrinos

Mulheres ameaçadas pelos disruptores endócrinos. Contaminação que irá assombrá-las pelo resto de suas vidas, da infância à velhice.
http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2015/12/30/precocious-puberty-endocrine-disrupting-chemicals.aspx
  •  Nota do site – Para quem não conhece sobre os disruptores endócrinos, trazemos para este plano da tradução, parte do texto abaixo que explica que ação eles têm:
  1. Imitam a ação dos hormônios produzidos naturalmente como o hormônio feminino estrogênio e o masculino testosterona;
  2. Bloqueiam os receptores dos hormônios que ficam nas membranas das células para levá-los para o núcleo, impedindo assim a ação dos hormônios gerados naturalmente pelos organismos;
  3. Afetam a síntese, o transporte, o metabolismo e a excreção dos hormônios, alterando então as concentrações dos hormônios naturais em nossos corpos.
  • Dicas do autor e do site para interromper a contaminação – Algumas aqui e as outras no final do texto:
  1. Comprar produtos que venham em vasilhames de vidro mais do que em plásticos e latas, já que destes dois últimos podem lixiviar estes químicos dos recipientes e irem para o produto. O Bisfenol A (BPA) representa uma séria preocupação; ter toda a segurança de que os vasilhames de plásticos e enlatados sejam BPA-free (nt.: destacamos de que devem ser livres de todos os Bisfenóis).
  2. Também estocar os alimentos e as bebidas em vasilhames de vidro em vez de em plástico e evitar os filmes plásticos (nt.: ver se os filmes não são feitos de PVC).
  3. Usar mamadeiras de vidro e bicos bem como todos os utensílios infantis dos filhos BPA-free.
  4. Comer normalmente alimentos frescos, orgânicos e crus. Alimentos processados e pré-empacotados (de todos os tipos) são comumente fontes destas substâncias químicas como o BPA e os ftalatos.
  5. Troquemos nossos utensílios e panelas feitos com antiaderente por cerâmica ou de vidro (nt.: no Brasil temos as de cerâmica do ES e as de pedra sabão de MG).
  6. Trocar os produtos de higiene feminina como os tampões e absorventes (tampons and sanitary pads) por alternativas seguras.
  7. Evitar os aromatizantes artificiais de ambiente, produtos para secar a roupa na máquina, amaciantes de tecidos e fragrâncias sintéticas.
  8. Procurar produtos que sejam livres de aromatizantes sintéticos, que sejam fragrance-free. Um aromatizante artificial pode conter centenas — mesmo milhares — de químicos potencialmente tóxicos.
  9. Trocar pisos, as cortinas de banheiro e outros materiais feitos de PVC ou Vinil por outros de materiais naturais e sem nenhum tipo de preservativo biocida.
  10. As outras no final do texto…….
sugary drinks

Resumo da história

  • A puberdade precoce está sendo desencadeada pela prematura liberação de hormônios, resultado em maturação sexual, alguns anos antes do que seria natural;
  • Exposição ambiental às substâncias conhecidas como disruptores endócrinos tem desempenhado o maior, senão um decisivo, papel neste processo. Pesquisa recente também conclama que alto consumo de refrigerantes pode afetar o ritmo de maturação de jovens meninas; 
  • Muitos destes químicos que causam a puberdade precoce, também estão associados com a menopausa antecipada, podendo ter efeitos adversos no funcionamento ovariano.  

By Dr. Mercola

Pesquisa recente revela que meninas norte americanas estão atingindo a puberdade mais cedo do que nunca. A idade média para este processo agora está em torno de 9 anos, com raros casos extremos dela ocorrer com idade tão jovem como 4 anos.

Interessantemente, pesquisa recente 1 também clama que alto consumo de açúcar — especificamente refrigerante — pode afetar o ritmo na maturação sexual das meninas. De acordo com a professora Karin Michels, que estuda as conexões entre exposições ambientais, questões genéticas e doenças:

“Nosso estudo adiciona a crescente preocupação sobre a ampliação no consumo de bebidas adoçadas com açúcar entre as crianças e os adolescentes.

A preocupação central é quanto à obesidade infantil, e nosso estudo sugere que a idade para a primeira menstruação (menarca) está ocorrendo mais cedo, independentemente do índice de massa corpórea, entre meninas que mais consomem bebidas adoçadas com a adição de açúcar.”

O início precoce da puberdade tem ramificações que vão muito além das meras mudanças físicas. Emoções, comportamento, saúde mental e física podem ser afetados de forma prejudicial.

Enquanto alguns pais estão recorrendo a tratamentos medicamentosos para manterem a puberdade longe do desenvolvimento prematuro de suas filhas, uma abordagem mais proativa deveria ser tomada para limitar a exposição aos químicos disruptores endócrinos. Começando o mais cedo possível, mesmo antes do nascimento, bem como dirigindo a dieta de sua filha — especificamente restringindo todas as formas de açúcares o mais possível.

As Ramificações da Puberdade Precoce

Hormônios, emoções e comportamento tendem a ir de mãos dadas, podendo levar à angústia tanto a menina como os pais quando a puberdade chega anos antes da normalidade. Como observado em recente artigo no periódico Newsweek 2:

“A mãe de uma menina de 8 anos de idade escreveu que sua filha ‘é muito sensual. Embora ela não entenda o que a definição de ‘sexualidade’ signifique, vem exibindo uma consciência muito particular de seu corpo e quer que outras pessoas lhe notem…’

[N]ão importando quão desenvolvida fisicamente a menina esteja, sua maturação psicossocial permanece ancorada em sua idade cronológica. ‘Estas jovens meninas sendo sendo, vamos usar o termo, ‘fisgadas’ pelos meninos mais velhos e mesmo homens, mas como elas podem ser preparadas para lidar para isso?

Obviamente, mulheres adultas têm momentos [bastante] difíceis ao lidarem com a atenção sexual não desejada,’ observa [Dra. Marcia] Herman-Giddens [professora de saúde pública junto à Universidade de Carolina do Norte].

O cérebro é altamente plástico e experiências estressantes como estas têm o seu preço. Meninas que maturam precocemente estão mais propensas a fumarem, estão fragilizadas frente a drogas e a terem altos níveis de transtornos alimentares.”

A puberdade precoce está também associada com o aumento do risco, no decorrer dos tempos, ao câncer de mama conectado ao estrogênio. Por exemplo, um estudo 3 de 2013 detectou que a puberdade precoce estava associada com o aumento em 30% do risco de câncer de mama comparado à entrada na puberdade mais tarde.

Da mesma forma, para cada idade em que o estabelecimento da menstruação foi retardado, o risco de câncer pré menopausa foi reduzido em mais ou menos 9%. Já para o câncer de mama pós menopausa foi reduzido em 4%.

Puberdade Precoce Associada à Elevação de Exposição Química

A definição de puberdade em meninas inclui o desenvolvimento das mamas, o crescimento dos pelos pubianos e o estabelecimento da menstruação. A idade média do aparecimento da puberdade em meninas nos EUA, estava entre os 16 e os 17 na virada do século 20. Hoje a idade média que as meninas começam seu primeiro período está nos 12. 4

De acordo com os dados da mais recente National Health and Nutrition Examination Survey,5  (nt.: Pesquisa Nacional de Saúde e Exame Nutricional) o estabelecimento precoce do aparecimento da menstruação está relacionado com os elevados níveis de certos químicos como o 2, 5-diclorofenol (2, 5-DCP).

Na verdade, o 2, 5-DCP é um metabólito do 1,4-dichlorobenzene (paradiclorobenzeno), um químico usado em naftalina, desodorizantes ambientais, limpadores de vasos sanitários e outros produtos de limpeza doméstico. De acordo com os Centers for Disease Control and Prevention/CDC 6 (nt.: equivalente ao Ministério da Saúde brasileiro):

“O paradiclorobenzeno tem sido detectado na atmosfera dos ambientes domésticos, banheiros e em novas edificações além de amostras de ar das respirações de pessoas que vivem em casas onde desodorizantes ambientais e cristais de naftalina são utilizados.

O 2,5-dichorofenol pode também se formar em águas de tratamento de esgotos, em processamento de polpa de celulose e durante a incineração de madeira, carvão e lixo doméstico municipal.”

Os 12 Piores Disruptores Endócrinos

Como explanado pelo informativo 7 sobre agrotóxicos e disruptores endócrinos feito pelo website da ONG Beyond Pesticides, estas substâncias, os disruptores endócrinos, causam danos por:

  1. Mimetizarem a ação dos hormônios naturalmente produzidos, como o estrogênio e a testosterona;
  2. Bloquearem os receptores dos hormônios em nossas células, impedindo assim a ação normal dos hormônios;
  3. Afetarem a síntese, o transporte, o metabolismo e a excreção dos hormônios, alterando assim as concentrações dos hormônios naturais em nosso organismo.

Alguns dos maiores agressores são os plastificantes, compostos agregados às resinas plásticas (nt.: para lhe dar determinadas características como maleabilidade e transparência), como os ftalatos e os bisfenóis (BPA e BPS) — sendo por isso tão onipresentes.

Plásticos são usado em inimagináveis produtos domésticos, por isso temos que fazer uma mudança realmente decisiva e radical em nosso estilo de vida para podermos limitar nossa exposição a estes químicos.

Mesmo assim, será muito pouco provável que consigamos evitá-los completamente. Os plásticos continuam liberando estes químicos presentes em suas estruturas internas para o meio ambiente mesmo depois de terem sido usados e jogados fora. Partículas plásticas microscópicas agora formam e preenchem colunas e camadas de nossos oceanos. Acabam re-circulando, retornando à nossa cadeia alimentar, através da vida marinha.8

Como está mencionado no artigo em destaque, 9 nosso corpo não consegue metabolizar os ftalatos e outras moléculas sintéticas, fazendo com que, indiretamente, estas substâncias químicas possam ter efeitos adversos tanto sobre nosso peso como sobre o início da puberdade. Inquietantemente, recente pesquisa também sugere de que a exposição pré natal aos ftalatos (phthalate) pode levar à redução do QI em nossas crianças.

O bisfenol-A/BPA e o bisfenol-S/BPS mimetizam o hormônio feminino estrogênio e como observado em um estudo de 2011,10 o BPA é similar em potência hormonal ao estradiol (nt.: dos estrogênios femininos, é o mais potente) e pode influenciar um série de diferentes vias endócrinas.

Além disso, em pesquisa com animais, efeitos adversos do BPA foram detectados a partir de níveis abaixo da atual dose diária aceitável.

Juntamente com os ftalatos e os bisfenóis, outros potentes disruptores endócrinos estão inclusos no quadro que segue. 11 Já tratei em outros artigos de muitas destas substâncias anteriormente, assim mais informações sobre quaisquer um deles, acessar os links que estão associados por ‘hiperlink’ a cada uma das substâncias.

 

  Dioxina

 

  Atrazina  Retardadores de chamas   Chumbo   Mercúrio
  Perclorado

 

  Arsênico   Perfluorados químicos     (PFCs)   Agrotóxicos organofosfatados   Éteres  glicol

Os Disruptores Endócrinos Podem Afetar a Saúde Reprodutiva Ao Longo de Toda a Vida

O reverso de uma puberdade precoce é a menopausa precoce. Muitas destas substâncias químicas que causam esta precocidade estão também associadas com o mesmo evento na menopausa que poderá apresentar efeitos adversos na função ovariana.

Em recente pesquisa 12 descobriu-se que as mulheres que têm altos níveis de 15 diferentes químicos, incluindo os , os agrotóxicos e os ftalatos, normalmente entram na menopausa dois ou três anos mais cedo do que as outras com menores níveis.

A saúde reprodutiva de uma mulher pode também ser afetada em qualquer momento, durante a seu período de fertilidade, através de uma série de diferentes mecanismos que podem estar relacionados à super exposição química.

Por exemplo, a glândula tiroide é parte do sistema endócrino, sendo também vulnerável aos disruptores endócrinos. Curiosamente, recente pesquisa sugere que o hipertiroidismo (hyperthyroidism), uma condição na qual nossa tiroide é superativa, pode contribuir com problemas de fertilidade e gravidez em mulheres. Os autores sugerem que mulheres que lutam com infertilidade e/ou repetição de abortos podem ser dignosticadas como tendo doenças ligadas à tiroide.

A pesquisa, 13,14 publicada no periódico The Obstetrician & Gynecologist, detectou que 2,3% das mulheres com problemas de fertilidade tinham tiroides hiperativas (hipertiroidismo), comparadas a 1,5% das pertencentes à população em geral. De acordo com a co-autora Amanda Jeffreys:

“Anomalias na função da tiroide podem ter efeitos adversos sobre a saúde reprodutiva e resultar na redução nas taxas de concepção, aumentando o risco de abortos, reações adversas na gravidez e resultados neonatais.”

Em termos de tratamento, opções convencionais para o hipertiroidismo—como cirurgia ou o uso de iodo radioativo—tendem a produzir resultados pobres. Não recomendo a suplementação de iodo. Se houver confirmação de hipertiroidismo, a opção de tratamento mais efetivo pode ser o que está sendo apresentado pelo Dr. Jonathan Wright no vídeo abaixo.

De acordo com ele, os níveis normais da tiroide podem muitas vezes ser alcançados em menos de duas semanas com o seguinte procedimento:

  • Começar com cinco gotas de iodo lugol, três vezes ao dia;
  • Depois de quatro ou cinco dias, começar a receber 300 mg de carbonato de lítio, uma ou três vezes ao dia.

Caso decida fazer este procedimento é importante ser com o conhecimento do médico particular pelos sérios efeitos que podem ocorrer se fizermos tanto um como o outro procedimento, principalmente no que se refere ao carbonato de lítio.

 

A OMS Diz que Banir estes Disruptores Endócrinos Pode Ser Necessário para Proteger a Saúde Humana

Em 2013, a Organização Mundial da Saúde/OMS (nt.: em inglês – World Health Organization/WHO) liberou um relatório co-produzido com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente/PNUMA (nt.: em inglês – United Nations Environment Program/UNEP), intitulado “Estado da Ciência dos Disruptores Endócrinos.” 15 O relatório sugere que o indiscutível banimento de todos os químicos disruptores endócrinos (nt.: em inglês – endocrine disrupting chemicals/EDCs) pode, na verdade, ser necessário para proteger a saúde das futuras gerações. Segundo o relatório:

“Os diversos sistemas afetados pelos disruptores endócrinos possivelmente incluem todos os sistemas hormonais e vão daqueles que controlam o desenvolvimento e a função dos órgãos reprodutivos aos tecidos e órgãos que regulam o metabolismo e a saciedade. Efeitos sobre estes sistemas podem levar à obesidade, à infertilidade e/ou sua redução, dificuldades de memória e aprendizado, estabelecimento de diabetes em adulto ou mesmo doenças cardiovasculares, bem como uma variedade de outras enfermidades.”

Dicas que Auxiliar a Evitar os Químicos Tóxicos

Mesmo que seja praticamente impossível manter-se livre dos disruptores endócrinos, podemos minimizar a exposição pessoal e familiar, seguindo estas dicas:

  1. Aqui estão as outras dicas trazidas pelo autor ….
  2. …….
  3. …….
  4. Filtrar a água da torneira—tanto para beber como para banho. De fato, se puder se fazer somente uma das opções, filtrar a água do banho por ser mais importante, já que nossa pele absorve todos os contaminantes. Para remover o herbicida disruptor endócrino Atrazina, ter a segurança de que o filtro é certificado para removê-lo.
  5. Procurar produtos que sejam feitos por empresas que, em seus processos, não prejudiquem o ambiente, os animais, que sejam ecológicos e não tóxicos e/ou 100% orgânicos. Isso se aplica a tudo que se relaciona de alimentos a produtos de cuidado pessoal, bem como materiais de construção, carpetes e tapetes, tintas e vernizes, itens infantis, mobiliário e tudo mais. .
  6. Usar aspirador de pó com o filtro HEPA/ High Efficiency Particulate Air para remover a poeira e o pó contaminados de nossas casas.
  7. Quando comprar novos produtos como móveis, colchões (mattresses), ou a forração e carpetes, perguntar que tipo de retardador de chamas contêm. Ser conscientes e/ou evitar os itens que contenham PBDEs, antimônio, formaldeído, ácido bórico e outros químicos bromados (brominated chemicals). Assim que trocar estes itens tóxicos de toda a casa, selecionar aqueles que contenham naturalmente menos material inflamável como couro, lã e algodão.
  8. Evitar roupas, móveis e carpetes que sejam resistentes a manchas e a água para se evitar os químicos perfluorados.
  9. Ter certeza de que os brinquedos infantis sejam BPA-free, como os bicos, os mastigadores e tudo o que o bebê ou a criança possa tender a querer morder ou chupar.
  10. Somente usar produtos naturais de limpeza em casa ou fazê-los com as receitas que o site fornece. Evitar os produtos que contenham 2-butoxietanol (EGBE) e metoxidiglicol (DEGME)—dois éteres glicol que podem prejudicar a fertilidade e causar prejuízos ao feto. 12
  11. Mudar completamente para marcas orgânicas de produtos de toalete como xampus, pastas de dente, antiperspirantes e cosméticos. Lembrar que se pode trocar muitos dos produtos tóxicos pelo óleo de coco e o bicarbonato de sódio, por exemplo. A ONG  Environmental Working Group/EWG dispõe de um grande arquivo de dados 13 para auxiliar a se encontrar produtos de cuidado pessoal que sejam livres de ftalatos e de outros químicos potencialmente perigosos. Eu também ofereço uma linha de alta qualidade de produtos para pele, xampus e condicionadores, além de creme para o corpo totalmente naturais e seguros.
  12. Quanto for possível, comprar e ingerir produtos cárneos produzidas organicamente de animais em pastos para reduzir nossa exposição aos hormônios fornecidos aos animais, agrotóxicos e fertilizantes solúveis. Evitar também leite e outros produtos lácteos que contenham hormônio de crescimento recombinante, geneticamente modificado,(nt.: sigla em português – hrGH  e em inglês – recombinant bovine growth hormone/rBGH ou rBST).
  13. Em vez de comer peixe convencional ou de criatório, que podem estar muitas vezes pesadamente contaminados com os organoclorados PCBs (nt.: ver materiais sobre estes produtos, conhecido comercialmente como Ascarel, em vários textos no site) e mercúrio, complementar a nutrição com óleo de krill purificado de alta qualidade, ou comer peixe que foi capturado no mundo selvagem e testado em laboratório sobre sua pureza. Salmões selvagens capturados no Alasca é praticamente o único peixe que como por estas razões.

 

Fontes e Referências