J&J remove alguns químicos dos produtos infantis e outros produtos.

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Numa pequena cerimônia, em fevereiro (nt.: de 2013), executivos da Johnson & Johnson recebiam em mãos um abaixo-assinado com 30 mil assinaturas de consumidores. Inusitadamente, estes consumidores não estavam reclamando. Estavam agradecendo à companhia. Uma das maiores produtoras de produtos de cuidado pessoal, a Johnson & Johnson havia se comprometido a remover certas substâncias químicas de seus produtos dirigidos aos bebês. “As companhias inteligentes, fazendo marketing para crianças, estão numa maratona para irem eliminando substâncias químicas que geram preocupações”, disse Scott Faber do Environmental Working Group/EWG (nt.: grupo que apoiamos daqui do e de quem traduzimos muitos materiais), grupo ambientalista que apresentou as assinaturas para a companhia. O reconhecimento da Johnson & Johnson, conhecida por seus xampus para bebês, assinala a mudança no mundo corporativo norte-americano.

 

http://www.environmentalhealthnews.org/ehs/news/2013/childrens-products-sidebar

 

May 6, 2013

Johnson & Johnson

Exatamente há quatro anos atrás, a companhia teve que responder a uma bateria de testes de laboratório promovida pela ONG Campaign for Safe Cosmetics,um grupo de vigilância da sociedade civil. Esta bateria revelava que seu suave e macio xampu infantil continha nada menos do que o cancerígeno formaldeído.

Depois deste alarido publicitário, a Johnson & Johnson prometeu em agosto de 2012 que eliminaria tanto o formaldeído como os parabenos, o triclosan e os ftalatos (nt.: sugerimos que acessem o site e coloquem cada uma destas substâncias para se ver quão prejudiciais elas são, imagine-se para os bebezinhos!!) de toda a linha de produtos infantis. Quanto aos produtos para adultos, ela removeu o triclosan e os ftalatos, mas permanece empregando três tipos de parabenos e usa o formaldeído em casos excepcionais onde, de acordo com a nova política da companhia, outro conservante não funciona.

“Companhias inteligentes que comercializam produtos infantis estão numa corrida para irem eliminando os químicos que geram preocupações”. -Scott Faber, Environmental Working Group.Quem está dirigindo a iniciativa da Johnson & Johnson é o consumidor. Em anos recentes, seus consumidores têm lhe questionado sobre as substâncias químicas em seus produtos, disse Samantha Lucas, porta voz da a corporação, em uma entrevista de seu escritório central em New Brunswick, N.J.

“Temos procurado responder com as evidências científicas que asseguram sua segurança.  Mas agora estamos indo além da ciência e sendo responsivos aos nossos consumidores em razão de ser uma questão de sua paz de consciência”, disse ela.

Em muitos produtos de cuidado pessoal e cosméticos, diversos químicos são acrescentados nas listagem dos permitidos pelos órgão governamentais especificamente como conservante, aromatizante ou estabilizante. Em anos recentes estas substâncias estão começando a estar sob fogo cruzado face pesquisas científicas e estudos de laboratório já que se constata serem geradores de tumores, alterarem células e por serem diruptoras da saúde do sistema reprodutivo e do desenvolvimento. As estruturas estatais estão iniciando a restringi-los, especialmente em produtos infantis.

“Temos encontrado alternativas interessantes”, disse Lucas. “Estamos comprometidos com a absoluta transparência sobre o que está dentro do produto e do que está expresso sobre o rótulo. Estamos realmente envolvidos em toda a cadeia dos suprimentos, incluindo manter tanto nossos fornecedores como nossos abastecedores de matérias primas, em nossos altos padrões de qualidade”.

Rabih Hourani Massri
J&J removeu o formaldeído, ftalatos e parabenos dos xampus para bebês.

Por exemplo, os químicos da J&J dizem terem reformulado os produtos no sentido que possam aumentar a vida útil na prateleira e ao mesmo tempo prevenindo o crescimento de bactérias dentro do produto sem a utilização de conservantes que liberem a forma alcoólica do formaldeído. Também eliminaram os parabenos que da mesma forma age como conservante, mas somente em produtos infantis; a companhia não respondeu a questões do porquê os parabenos são mantidos nos outros produtos.

A Johnson & Johnson diz que removeu o DEP, o membro da família dos ftalatos mais comumente utilizado em perfumes e outros cosméticos, como também outros membros desta família de substâncias, de toda sua linha de produtos. Da mesma forma anunciaram que seus perfumes não contêm nenhum tipo de ingredientes derivados de animais, como nitro-almíscar e os almíscar policíclico, tagetes, rosa cristal e diacetil. O triclosan, uma vez adicionado como um ingrediente bactericida, também foi eliminado.

Uma substância, o 1,4-dioxane, um solvente conectado com o , é fundamental ser evitado. Ela é uma impureza não intencional   em cosméticos, detergentes e xampus, dizem os fabricantes. A Johnson & Johnson alega ter reformulado 70% de seus produtos infantis  e com esta nova reformulação teria reduzido a presença do  1,4-dioxane. Da mesma forma, teria pressionado os fornecedores a também reduzirem este composto nos seus materiais enquanto procura por tecnologias que o eliminarão completamente, de acordo com seu website.

Neste exato momento, a Johnson & Johnson não vai revelar como está efetuando estas trocas. “É muito cedo para já falarmos sobre trocas específicas já que estamos no processo de identificação, reformulação e agora testando”, disse a sra. Lucas.

As grandes corporações estão começando a encontrar alternativas seguras tais como empregar extrato de sementes de laranja toranja como um conservante, formular o produto usando menos ingredientes ou escolher diferentes embalagens, diz Janet Nudelman, co-fundad0ra da Campaign for Safe Cosmetics, o grupo que colocou a boca no trombone contra a Johnson & Johnson e neste momento os aplaude.

“As pequenas companhias demonstram às grandes de cosméticos que fazendo produtos seguros não é somente possível, mas rentável. É isso que o consumidor quer”. – Janet Nudelman, Campaign for Safe Cosmetics . As companhias estão começando a abraçar o conceito de evitar químicos problemáticos, diz ela. “Muitas das grandes multinacionais estão equiparando segurança com prevenção a reações agudas como irritação ou erupções. No entanto, não estão pensando sobre as consequências a longo prazo quanto aos danos ao desenvolvimento reprodutivo ou mesmo ao câncer”.

Os requisitos para a divulgação dos ingredientes, como a inovadora lei estadual de Washington determinou, podem servir como uma proibição de fato, diz ela. “As empresas poderiam calmamente reformular seus produtos sem o conhecimento dos consumidores se há substâncias carcinogênicas ou tóxicos para a reprodução nestes seus produtos”.

Pressão sobre as empresas também vem de algumas pequenas empresas que já fazem xampus orgânicos ou livre de tóxicos, além de protetores solares, loções e ‘body washes‘, como a Aubrey Organics, a Avalon Organics, Badger Co., California Baby, Dr. Bronner's, EO Products, Seventh Generation e Weleda.

“As pequenas empresas demonstram para os gigantes dos cosméticos que fazer produtos seguros não é apenas possível, mas também rentável”, disse Nudelman. “Isso é o que os consumidores querem”.

Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, julho de 2013.

 

 

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