A maior organização de defesa do consumidor da Dinamarca alerta! Latas de bebidas com BPA !
(NOTA DO SITE 1: esta notícia é importante pelo contraste de duas posturas. Uma da sociedade civil que, por sua conta, financia sua busca de ter informações sobre aspectos de saúde de toda a sociedade. Destaque-se – inclui tanto a dos empresários e suas famílias como dos funcionários públicos e familiares. E a outra, mais para o final da matéria, mostra a postura, justificável, da indústria produtora e vendedora dos artigos questionados pela sociedade civil, quando defende seu negócio. Mas, e qual é a das organizações públicas? Neste caso, injustificável. Se há dúvidas, percebe-se quais os interesses que ela defende. O do negócio. Mesmo envolvendo produtos consumidos por crianças. Será que num mínimo de dúvida que seja, sobre efeitos negativos à saúde, não deveriam elas proteger antes o público? Mesmo na Dinamarca? Onde está o princípio da precaução? E o interesse da sociedade que paga impostos? Quem deveria defender o interesse público? Mesmo ‘contra’ os negócios? Parece que as organizações independentes da própria sociedade!)
(NOTA DO SITE 2: oportuna a comparação entre este material abaixo e o que foi, há pouco, publicado – Coca-cola e o BPA – quando se constata os dois paradigmas, o da contaminação ser pela quantidade das moléculas, ou seja, a dose, gerando a visão dose toxicológica; e a que considera que cada molécula por si mesma faz o estrago individualmente, gerando a visão moderna da dose fisiológica. Da mesma forma se vê o conflito de interesses entre negócio e saúde. Não podemos deixar de reconhecer o que os endocrinologista mesmo do Brasil afirmam: a vida não tem plano B e o destaque sempre é o efeito sobre o feto, em primeiro lugar. Nunca podemos esquecer que estas moléculas como o BPA estão gerando a infertilidade masculina, a feminização dos machos, cânceres e enfermidades de toda a ordem nas fêmeas, e o desajuste endócrino em todos os seres vivos do Planeta.)
By Jenny Eagle
16-Jan-2017
Cientistas do Danish Consumer Council, THINK Chemicals (nt.: o Danish Consumer Council THINK Chemicals é uma iniciativa dentro do Danish Consumer Council que almeja auxiliar os consumidores a evitarem produtos químicos problemáticos quando forem fazer compras), detectaram oito em 14 latas, testadas em laboratório que continham o disruptor endócrino ‘Bisfenol A ou BPA’ na resina que cobre o interior das latas.
As seis latas restantes do teste laboratorial, continham a substância BADGE (nt.: sigla em inglês da substância Bisphenol A diglycidyl ether – éter diglicidil do Bisfenol A).
Presença de 1,7 e 3,5 microgramas por lata
O conteúdo de Bisfenol A (BPA) na resina que cobre o interior das latas de refrigerantes é baixo se comparado ao limite permitido e não da preocupação de sua presença. No entanto, os cientistas estão preocupados com a assim chamada exposição de efeito coquetel das pessoas aos químicos problemáticos originários de várias fontes em suas vidas no dia a dia.
Stine Müller, gestora do projeto da THINK Chemicals, disse que enviou 14 latas de refrigerantes (sent 14 cans of soda), incluindo Coca Cola, Pepsi e outros refrigerantes com laranja e citros, para uma análise junto a um laboratório credenciado.
A equipe procurou por substâncias, incluindo: Bisfenol A; Bisfenol F; Bisfenol S e BADGE, na resina que serve de verniz da película no interior das latas.
O conteúdo das substâncias nos refrigerantes não foi medido. No entanto, pesquisas anteriores demonstraram que o Bisfenol A/BPA pode migrar das embalagens para os alimentos ou bebidas, podendo a substância ser detectada nas bebidas em latas.
“Nenhuma das latas testadas estão completamente livres de bisfenóis e/ou BADGE,” disse Müller.
“O Bisfenol A foi encontrado em sete das quatorze latas; o Bisfenol F em uma delas; o Bisfenol S não foi detectado em nenhuma e todas com exceção de uma, continham BADGE, substância que o Bisfenol A é uma parte dela.”
A presença do Bisfenol A nas sete latas variou entre 1,7 e 3,5 microgramas por lata.
Já a de Bisfenol F numa delas foi de 1,6 microgramas por lata.
E o conteúdo de Bisfenol A e de BADGE nelas, foi menor em comparação com o limite da União Europeia que está prestes a ser revisado.
Esta substância, o Bisfenol A, é indesejada porque tem propriedades de um disruptor endócrino e pode afetar a reprodução humana negativamente. Recentes estudos científicos mostram que esta substância poderia também apresentar um efeito negativo sobre o sistema imunológico.
Os cientistas sabem pouco em relação ao bisfenol F tanto quanto ao bisfenol A. Mas esta substância é suspeita de ser um disruptor endócrino como o bisfenol A.
A Segurança do Consumidor é de Alta Importância
Em resposta a estas descobertas, Kasper Ibsen Beck, chefe da área de comunicações da empresa Arla Denmark que fabrica o produto de leite de chocolate da marca ‘Cocio‘, afirma que a segurança do consumidor é da mais alta importância para a empresa.
“Estamos desapontados sobre o método usado para testar as nossas latas do Cocio porque não representa uma imagem justa do conteúdo com aquilo pode ser encontrado no próprio produto. Se isso fosse testado, veríamos que a quantidade destas substâncias está bem abaixo do nível permitido e dos limites estabelecidos pelas autoridades”.
Já Per Sten Nielsen, chefe de comunicações da Danish Brewers’ Association que representa a Carlsberg Denmark, Royal Unibrew e a Harboes Bryggeri, também questionou os métodos pelos quais as latas foram testadas.
“Não recebemos o relatório dos testes e a Danish Consumer Council THINK Chemicals não nos informou sobre que laboratório foi usado para conduzir este teste. Assim, não sabemos quão válido é o mesmo,” disse ele.
“Somente sabemos que nem a bebida em si nem a migração foram testados apesar do fato de que isso é exigido pela regulamentação. Nos resultados que nos foram apresentados há uma diferença entre as latas da Carlsberg e da Royal Unibrew.
“Entretanto, as duas companhias têm o mesmo fornecedor de latas e elas devem ser completamente idênticas. Isso levanta questões adicionais com relação à validade dos testes”.
Nielsen acrescenta de que uma pessoa necessitaria beber 120 latas por dia para exceder o limite aceitável recomendado pela EFSA/European Food Safety Authority (nt.: Autoridade Europeia de Segurança Alimentar) com relação ao Bisfenol A.
As Danish Food Safety Authorities (nt.: Autoridades Dinamarquesas de Segurança Alimentar) testaram diversas vezes embalagens alimentares quanto ao Bisfenol A. Estes exames confirmaram não haver problemas em beber refrigerantes em latas.
Consequentemente, a embalagem testada está longe de ser problemática em relação às regulamentações e recomendações atuais.
“Nossos representados estão sempre preocupados com a segurança do consumidor. Novas embalagens estão continuamente sendo desenvolvidas e as que atualmente utilizamos são exaustivamente testadas para atender as demandas do consumo”, disse Nielsen.
Embalagens com BPA são banidas na França
“Nova embalagem é sempre testada por um longo período e avaliada de ser, pelo menos, tão segura como as atuais antes de ser posta no mercado. Além disso, o consumidor sempre tem a opção de comprar um produto numa garrafa se ele sente ser mais confortável com ele.”
Com relação aos testes, a gestora Stine Müller disse que as companhias não foram informados quais foram os laboratórios usados para conduzirem os seus testes para assegurar que eles podessem atuar independentemente de outros interesses.
Ela acrescentou que usa alguns dos mesmos laboratórios usados pela indústria e o conflito de interesse poderia ocorrer se fossem publicados os nomes dos laboratórios.
Na Dinamarca tanto o Bisfenol A como o BADGE são proibidos no embalamento para alimentos dirigidos a crianças entre zero e três anos de idade.
O Bisfenol A também foi banido em mamadeiras para nenês nos União Europeia, enquanto a França baniu a substância em todos os materiais de embalagens de alimentos.
Orangina
BADGE está na lista da Danish Environmental Protection Agency (nt.: Agência Dinamarquesa de Proteção Ambiental) como uma substância indesejada. A agência está em processo de mapear o potencial dos efeitos de disfunções endócrinas do BADGE para a União Europeia.
Jan Erik Andersen, diretor da Premium Beer Import, importadora da Orangina, disse que agirá quanto aos resultados.
“A Orangina observa que este teste detectou substâncias em níveis ligeiramente superiores ao valor limite. Vamos acompanhar os resultados em nosso departamento de garantia de qualidade, para garantirmos qualidade satisfatória do produto”, disse ele.
Malene Teller Blume, chefe de qualidade não alimentar da Coop Denmark (nt.: uma cooperativa com mais de um milhão e meio de associados), acrescenta de que foram banidos os Bisfenóis nos alimentos enlatados e o banimento não incluiu cervejas e refrigerantes em lata.
“Isto é devido, em parte, à avaliação de risco já que a migração é muito baixa para as bebidas,” disse Blume.
“Até onde sabemos, não há ainda alternativas que substituam a película de verniz feita da resina epóxi (nt.: a resina epóxi que usamos para tintas, para vedar furos e tantas outras funções, surge da reação química do Bisfenol A com a substância química Epicloridrina). Mas as latas contêm BADGE e não Bisfenol A, o que é ótimo.”
“Estamos seguindo o desenvolvimento de materiais. Se for possível trocar a resina da película das latas de refrigerantes, iremos preferir este produto para estarmos em condições de afirmar que todas as latas estarão livres destas substâncias”.
Copyright – Unless otherwise stated all contents of this web site are © 2018 – William Reed Business Media Ltd – All Rights Reserved – Full details for the use of materials on this site can be found in the Terms & Conditions
Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, maio de 2018.