Drogas presentes nas carnes norte americanas, mas ausentes nos rótulos

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Carne Cafo

Photograph Source: velkr0 – CC BY 2.0

by MARTHA ROSENBERG

FEBRUARY 7, 2020

Agradecendo aos grupos de luta pelo bem estar animal, a maioria das pessoas estão podendo agora estar consciente do que são as chamadas “fazendas industriais”. Sistema criatório de animais em confinamento (nt.: em inglês – Concentrated animal feeding operations/CAFOs) onde ocorre abuso sobre trabalhadores, animais, ambiente e consumidores humanos, chegando até nossos impostos. (Como? Preços contingenciados e intervenção governamental quando as doenças ocorrem). E face à acumulação voraz de animais nestes espaços exíguos dos confinamentos (nt.: CAFOs), doenças mataram um décimo de todos os porcos dos e milhões de galinhas/frangos e perus em pouco tempo.

Ao mesmo tempo, o público está menos consciente da extensão da “Big Pharma animal”– e da amplitude das doenças dos animais confinados que são tratados com fármacos. Por exemplo a indústria farmacêutica Merck comercializa 49 vacinas (49 vaccines) somente para aves domésticas para prevenção de doenças como varíola avícola, coriza de peru, bursite infecciosa, coccideose, laringotraqueite, enterite hemorrágica, encefalomielites, salmonela e Escherichia coli.

Ela também comercializa, pelo menos, 25 vacinas (25 vaccines) para prevenção de doenças de gado vacum, e mantém um calendário de vacinas para porcos que inclui o produto Argus® SC/ST Avirulent Live Culture, “um auxílio na prevenção de pneumonia, diarreia, septicemia e mortalidade causada pela Salmonella choleraesuis e como um auxílio no controle (an aid in control) de doenças e na dispersão da Salmonella typhimurium”. Como comercializa também vacinas para uso em aquicultura (aquaculture).

Mais de 90% das aves de corte nos EUA são vacinadas contra doenças como de Marek, Gumboro e Newcastle – “in ovo” -, significando que são vacinadas como embriões, embora o público não tenha a mínima noção sobre isso. Enxertos feitos “in ovo” também está sendo realizado –por exemplo injetar tecidos de codorna em filhotes que não são desta espécie– para criar novos animais corajosos (brave new animals). Quimeras, clones e animais são raramente coberto pelas notícias no dia a dia da imprensa, mesmo não sendo eles mais tão raros.

Vacinas também são feitas com esporos “transgênicos” onde um artigo (an article) no periódico Veterinary Research admite em que poderia “levantar preocupações ambientais” em razão dos esporos terem “potencial de sobreviver indefinidamente no ambiente.”

Antibióticos Deixaram de Funcionar Devido aos ‘Superbugs‘ que Eles Criaram

O uso de toneladas de antibióticos nos confinamentos (CAFOs) quase que “matou a galinha dos ovos de ouro.” Como os medicamentos cessam de funcionar em pessoas e animais pelo uso excessivo de suas propriedade, a Big Pharma está vendendo vacinas para substitui-los. Produtores de carne apreciam o fato de que se eles usando vacinas, podem na verdade dizer que “não usam antibióticos” e assim enganam os compradores de alimentos conscientes de situações ligadas à saúde. De fato, um estudo sobre comercialização em 2015, estimou que o mercado global de vacina animal valerá 7,2 bilhões (worth $7.2 billion) de dólares em 2020 contra os 5,5 bilhões em 2010.

A carne dos EUA é também cheia de hormônios como estradiol-17, zeranol, acetato de trembolona e acetato de melengestrol. Esses hormônios sintéticos de crescimento são centrais na produção de carne bovina nos EUA e a razão pela qual a Europa baniu (has banned) a carne deste país desde 1989. Sim, os europeus não comem o que os norte americanos comem todos os dias.

O acetato de melengestrol é 30 vezes (30 times) mais ativo que a progesterona natural, diz a Comissão Européia (CE). Já o acetato de trembolona, um androgênio sintético, é várias vezes mais ativo do que a testosterona. O acetato de trembolona, administrado como implante auricular, foi encontrado em peixinhos Vairão machos (fathead minnows) que moravam perto de um confinamento em Nebraska, que descarregava sua água servida nos aquíferos da região.

Embora os medicamentos usados na produção de carne dos EUA não apareçam no rótulo, eles devem estar presentes. Antibióticos, que foram encontrados escondidos (found lurking) na carne, têm sido associados à resistência a drogas e superbactérias, à , asma e comprometimento da flora intestinal (drug resistance and superbugs, obesityasthma and compromised gut bacteria). As vacinas têm sido associadas ao estresse oxidativo (oxidative stress ) e danos causados pela exposição a metais pesados (harm from exposure to heavy metals).

E os hormônios? “As maiores taxas de de mama são observadas na América do Norte, onde o consumo de carne tratada com hormônios é mais alto no mundo”, diz (says) o Comitê Científico sobre Medidas Veterinárias Relacionadas à da União Europeia (nt.: em inglês – Scientific Committee on Veterinary Measures Relating to Public Health). O comitê acrescenta que as mesmas métricas se aplicam ao câncer de próstata.

Quantas pessoas se arvorariam a ingerir carne nos EUA se estas drogas estivessem claramente identificadas nos rótulos?

Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, fevereiro de 2020.

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2 Comentários

  1. Uma matéria extremamente elucidativa e preocupante. Se nos Estados Unidos, que possuem o maior controle sanitário, esse fato acontece, imagina aqui no Brasil onde a fiscalização agropecuária é precária

    1. Caro Sérgio, foi por isso que resolvemos compartilhar esta informação, como tantas outras, tendo o cuidado de trazer para que se veja o que acontece com o país onde nasceu e de onde vem a visão de mundo do agribusiness, ou agronegócio entre nós. E como ele tem mostrado, no decorrer dos tempos, o que tem sido eliminar a cultura do campo/agri. Hoje tudo é negócio e não mais produção de alimentos. Grato pela contribuição, felicidades, Luiz Jacques.