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Barqueiros e indígenas ocupam o rio Xingu – Nota à sociedade de Altamira e do Brasil.

Indignados por terem seus direitos fundamentais violados há mais de quatro anos pela Norte Energia S.A. (NESA), construtora da UHE Belo Monte, bem como pelo governo brasileiro, proprietários e pilotos de barcos e voadeiras que navegam pelo rio Xingu resolveram ocupar hoje, 02, um trecho deste rio, onde está sendo construída a usina, juntamente com povos indígenas das etnias Arara e Juruna, que também são impactados e tem seus direitos negados.

Belo Monte ainda é uma triste história sem final definido, por Telma Monteiro.

Em atenção às mensagens que recebi, por email e pelo Twitter, pedindo para recontar a história de Belo Monte, resgatei e atualizei um artigo meu de 2010. Não tenho a pretensão de mostrar nada novo, mas de recuperar alguns momentos da trajetória do processo doloroso que tem sido Belo Monte. Tudo já foi escrito e falado com perfeição por muita gente boa, apenas creio que nunca é demais relembrar os fatos e tentar tirar deles algumas lições. Para aqueles que estão tomando conhecimento agora da luta contra Belo Monte, pode ser importante dar uma lida no texto.

Obra do lago de Belo Monte espalha caos.

“Corre, João Vitor!”, grita Maria das Graças para o filho. Sem tempo para mais nada, pega o garoto pelo braço, abre o portão e sai. O trator avança nas paredes da casa vizinha. São menos de dois minutos até tudo ir abaixo. Em três dias, será a vez de a casa de Maria das Graças cair. Ela assiste de longe, sem largar as mãos do garoto. Duas semanas atrás, um caminhão carregado de entulho derrubou o poste de sua casa e lançou a viga de madeira sobre ela, abrindo um rasgo em sua cabeça. A mulher desmaiou e foi socorrida pelo filho. Levou nove pontos. Desde então, não consegue mais dormir direito.

Belo Monte, uma usina de promessas.

O Brasil está prestes a ver mais um reservatório de usina hidrelétrica ocupar espaços que antes eram destinados a múltiplos usos. A história se repete, com nuances de diferenças e muitas similaridades. A hidroeletricidade é apontada como uma das energias ambientalmente mais limpas do planeta, no entanto, não se pode dizer o mesmo de seus impactos sociais. A hidrelétrica de Belo Monte está instalada em uma das regiões de maior sociobiodiversidade, do Brasil, muito próxima ao Parque Indígena do Xingu e de Altamira, cidade que sempre foi um portal para a Amazônia.

Uma revolução cultural. A encíclica ambiental do Papa Francisco.

"Certamente se poderá dizer que os predecessores do Papa Francisco foram totalmente mudos sobre o argumento. Mas Paulo VI, João Paulo II, Bento XVI ligavam os desafios ecológicos à esfera da 'moral', ou seja, dos interrogativos sobre a família e sobre a bioética", escreve Henri Tincq, jornalista, em artigo publicado por Slate, 17-06-2015. A tradução é de Benno Dischinger.

“Eu, bispo, escoltado por causa das minhas lutas ‘verdes’ na Amazônia”.

Foi um bispo da Amazônia que o Papa Francisco escolheu como consultor para escrever a encíclica sobre ecologia, que será publicada dia 18 de junho. Dom Erwin Kräutler, austríaco, bispo ativo há mais de 50 anos no Brasil, conta pela primeira vez em um livro a sua vida: Eu ouvi o grito da Amazônia. Direitos humanos e criação. Minha luta como bispo (Editrice Missionaria Italiana).

Estados assumem meta de zerar desmate ilegal da Mata Atlântica.

Secretários de Meio Ambiente de 14 dos 17 Estados da Mata Atlântica assinaram a carta conjunta “Nova História da Mata Atlântica”, documento proposto pela Fundação SOS Mata Atlântica que apresenta o compromisso desses Estados em ampliar a cobertura florestal nativa e perseguir o desmatamento ilegal zero no bioma até 2018.

Nas águas dos oceanos, esplendor e dramas.

"O estudo do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) atribui aos oceanos um valor econômico global de US$ 24 trilhões – o que corresponde à riqueza produzida em um ano pelos países mais desenvolvidos. Só que a “exploração excessiva”, a “má gestão” e o clima constituem uma “ameaça cada vez maior” (27/4/2015). O rendimento econômico advindo dos oceanos – US$ 2,5 trilhões por ano – está próximo do PIB britânico (US$ 2,9 trilhões) e do brasileiro (US$ 2,2 trilhões)", escreve Washington Novaes, jornalista, em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo, 19-06-2015.