Agrotóxico das sementes, um possível cancerígeno
Agrotóxico das sementes, um possível cancerígeno. Este é o movimento do Ministério Público sobre fungicida liberado em meio a corrupção na Anvisa em 2002.
Agrotóxico das sementes, um possível cancerígeno. Este é o movimento do Ministério Público sobre fungicida liberado em meio a corrupção na Anvisa em 2002.
Glifosato e absorventes. 100% do algodão, gazes, tampões, 'OB' e outros produtos feitos com algodão, estão contaminados com o herbicida dos transgênicos!
Os perigos do Glifosato ou ‘Roundup’(nt.: marca comercial do produto da Monsanto): um dos herbicidas, ou agrotóxico, mais usado no mundo, em torno de 460 mil toneladas por ano. E quanto isso está nos afetando? Ver entrevista com o pesquisador e cientista norte americano Anthony Samsel.
Agrotóxico mais vendido no Brasil, o glifosato pode estar relacionado ao aparecimento de doenças como câncer, depressão, Alzheimer, diabetes, autismo e mal de Parkinson, conforme o parecer técnico N. 01/2015, produzido por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O herbicida e outros cinco ingredientes estão na lista de agrotóxicos que devem passar por reavaliação toxicológica até setembro, conforme determinado pela Justiça Federal no dia 25 de junho deste ano. Atualmente, o princípio ativo é considerado pouco perigoso aos humanos e ao meio ambiente, segundo classificação dos órgãos reguladores nacionais – Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Uma análise realizada em uma população tanto rural como urbano, na comarca de General Pueyrredón, diagnosticou que 90% dos participantes do estudo tinham glifosato ou seu metabólito na urina. O estudo foi feito por uma organização ambientalista.
Contrariando a lei, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou a liberação de um agrotóxico mais nocivo à saúde do que outros já existentes no mercado com o mesmo princípio ativo e para o mesmo fim. A agência justificou a liberação como sendo um "erro". Afirmou que o produto foi classificado como mais tóxico porque não conseguiu fazer os testes corretamente. Agora, mesmo sem parte dos exames, a Anvisa vai reclassificar o produto como menos nocivo, a fim de regularizá-lo.
"Apesar do negro cenário, o agrotóxico nosso de cada dia está presente em nossa vida conseguindo atravessar as autoridades fiscalizatórias com inacreditável facilidade. Partindo-se da legislação, pouquíssimas são as substâncias que possuem um limite máximo de exposição permitido ou mesmo um limiar tolerável no meio ambiente", escreve Anderson Valle, biólogo e Agente Ambiental Federal do Ibama.
Uma pesquisa do Instituto Federal do Acre recolheu amostras do solo de 17 municípios no estado e constatou, em 16 deles, a presença do pesticida conhecido como DDT. Na década de 70, esse agrotóxico foi amplamente usado no combate à malária na região amazônica. O produto era aplicado pelos ex-agentes públicos que eram ligados à extinta Sucam – Superintendência de Campanhas de Saúde Pública, chamados guardas da malária.
A Agência Internacional para a Pesquisa sobre o Câncer (IARC), da Organização Mundial de Saúde (OMS), alertou que o herbicida 2,4-D, o segundo mais utilizado na Argentina, é “possivelmente cancerígeno”. O agrotóxico é empregado, entre outros usos, na fase prévia da semeadura de soja e milhos transgênicos. Em março passado, o mesmo organismo internacional havia confirmado que o glifosato produz dano genético (antessala de diversas enfermidades) e também o vinculou ao câncer. O 2,4-D é comercializado por Dow Agrosciences, Nidera e Monsanto.
Relatório divulgado nesta quarta-feira (8) pelo Instituto Nacional de Câncer, o Inca, pede a redução do uso de agrotóxicos no país. O texto cita que o Brasil se tornou o maior consumidor desses produtos no planeta, ultrapassando a marca de 1 milhão de toneladas em 2009, equivalente a um consumo médio de 5,2 kg de veneno agrícola por habitante. A informação é do estudo "Agrotóxicos no Brasil: um guia para ação em defesa da vida", publicado em 2011 pela pesquisadora Flavia Londres.