Anvisa defende regulação do mercado de agrotóxicos.

O diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (), Agenor Álvares, defendeu a necessidade de regulação do setor de comércio de agrotóxicos. Dados divulgados pela agência ontem (11) mostram que apenas metade dos registros aprovados pelo órgão para que o produto seja vendido no Brasil resulta em produção e venda de fato.

 

http://www.ecodebate.com.br/2012/04/12/anvisa-defende-regulacao-do-mercado-de-agrotoxicos/

 

A Anvisa também informou que 24% das empresas registradas não chegaram a produzir nem comercializar nenhum produto durante a última safra.

Segundo o diretor da Anvisa, esses números demonstram que há um processo de reserva de mercado por parte de muitas indústrias, o que levanta a necessidade de regulação do setor. Álvares ainda informou que, como os registros concedidos pelo governo brasileiro não têm prazo de validade, muitas empresas os usam para aumentar seu valor de mercado.

Outro fator que contribui para a demanda das empresas pela concessão de registros é o preço (cerca de US$ 1 mil), nos Estados Unidos, por exemplo, o valor de um registro semelhante pode chegar a US$ 630 mil, dependendo do produto. Atualmente, há cerca de 350 pedidos de registro em fila.

Uma das consequências negativas da falta de regulação e do processo de reserva de mercado, de acordo com o diretor, é a diminuição da competição no setor e, como resultado, o aumento do preço dos agrotóxicos aos produtores rurais.

“Existe um projeto de lei do Senado Federal, de autoria da senadora Kátia Abreu (PSD-TO), que diz que o agrotóxico registrado, não sendo produzido em dois anos, tem seu registro extinto. Acho que isso é uma questão importante para nós, porque não é possível que se faça um esforço para registrar em três órgãos e depois o produto não é fabricado e não é comercializado”, disse o diretor.

Reportagem de Danilo Macedo, da Agência Brasil.

 

Anvisa divulga panorama do mercado de agrotóxicos no Brasil

 

http://www.ecodebate.com.br/2012/04/12/anvisa-divulga-panorama-do-mercado-de-agrotoxicos-no-brasil/

 

agrotóxicos

Cerca de 50% de todos os agrotóxicos registrados no Brasil não são colocados à disposição dos agricultores. É o que apontam os dados divulgados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nesta quarta-feira (11/4), durante 2º Seminário Mercado de Agrotóxicos e Regulação, em Brasília (DF).

Além disso, 24% das empresas de agrotóxicos instaladas no Brasil não produziram, nem comercializaram nenhum produto durante a última safra. “Além de apontar para uma estratégia de reserva de mercado, essa prática representa uma perda para os agricultores, que são privados de ter acesso aos produtos registrados”, afirma o diretor da Anvisa, Agenor Álvares.

Outro ponto destacado no estudo é que 53% das empresas de agrotóxicos instaladas no Brasil não possuem fábrica. “São empresas que atuam como verdadeiros escritórios de registro, sendo responsáveis pelo aumento do entulho burocrático, sem agregar nenhum benefício para a sociedade”, constata o diretor da Agência.

Na avaliação do coordenador do Observatório da Indústria de Agrotóxicos, Victor Pelaez, o registro de um produto agrotóxico agrega valores intangíveis ao patrimônio das empresas. “O registro é a menor barreira para a entrada de produtos no mercado, tendo em vista que a estrutura deste mercado não muda”, ponderou Pelaez.

Perfil

Na última safra, que envolve o segundo semestre de 2010 e o primeiro semestre de 2011, o mercado nacional de venda de agrotóxicos movimentou 936 mil toneladas de produtos. A produção gerou 833 mil toneladas de agrotóxicos e a importação foi de 246 mil toneladas de produtos.

Os dados apontaram, ainda, que 90% da produção nacional de agrotóxicos foram de produtos formulados, ou seja, agrotóxicos prontos para serem utilizados na agricultura. Os outros 10% corresponderam a produtos técnicos, que são os ingredientes utilizados na formulação dos agrotóxicos. “Isso significa dizer que a grande maioria das indústrias de agrotóxicos instaladas no Brasil apenas envasam matéria prima vinda de outros países”, explica o diretor da Anvisa.

De acordo com a pesquisa, existem uma concentração do mercado de agrotóxicos em determinadas categorias de produtos. Os herbicidas, por exemplo, representaram 45% do total de agrotóxicos comercializados. Os fungicidas foram 14% do mercado nacional, os inseticidas 12% e as demais categorias de agrotóxicos 29%.

Quando comparadas às vendas por ingredientes ativos, o glifosato lidera o ranking, com uma fatia de 29% do mercado brasileiro de agrotóxicos. Já o óleo mineral possui 7% e o 2,4D e atrazina 5% cada.

O estudo divulgado pela Anvisa analisou a movimentação de 96 empresas de agrotóxicos instaladas no Brasil, que juntas representam quase 100% do mercado nacional. Atualmente, existem 130 empresas de agrotóxicos no país.

Concentração

No Brasil, as dez maiores empresas de agrotóxicos foram responsáveis por 75% do mercado de venda, na última safra. No que diz respeito à produção, esse índice cai para 65%. “Trata-se de um mercado extremamente polarizado e de difícil espaço para concorrência”, comenta Álvares.

Outra tendência apontada na pesquisa é a de que o mercado brasileiro de agrotóxicos se estrutura de tal maneira que as dez maiores indústrias não competem entre si. “Mesmo no caso em que as patentes estão vencidas, tirando raras exceções, as empresas focam a produção em agrotóxicos com ingredientes ativos que não são comercializados pelas demais empresas, o que gera uma espécie de monopólio sobre os produtos”, diz o diretor da Agência.

De acordo com a pesquisa da Anvisa, essa tendência de polarização do mercado também ocorre em escala global. As 13 maiores empresas de agrotóxicos detêm o controle de 83% do mercado mundial do setor.

Segundo o coordenador do Observatório da Indústria de Agrotóxicos, esse mercado se configura como um oligopólio com elevado grau de concentração. “A própria estratégia oligopolistas estabelece cooperação entre as empresas que já estão no mercado e barreiras para as que estão de fora”, concluiu Pelaez.

Mercado mundial

Enquanto, nos últimos dez anos, o mercado mundial de agrotóxicos cresceu 93%, o mercado brasileiro cresceu 190%. Em 2008, o Brasil passou os Estados Unidos e assumiu o posto de maior mercado mundial de agrotóxicos.

Em 2010, o mercado nacional movimentou cerca de U$ 7,3 bilhões e representou 19% do mercado global de agrotóxicos. Já os Estados Unidos foram responsáveis por 17% do mercado mundial, que girou em torno de U$ 51,2 bilhões.

Fonte: Anvisa.

 

O comércio de agrotóxicos no Brasil cresceu 190% entre 2000 e 2010

 

http://www.ecodebate.com.br/2012/04/12/o-comercio-de-agrotoxicos-no-brasil-cresceu-190-entre-2000-e-2010/

 

Agrotóxicos nos alimentos. Infográfico Correio Braziliense

Expansão agrícola impulsiona comércio de agrotóxicos no Brasil – O comércio de agrotóxicos no Brasil cresceu 190% entre 2000 e 2010, mais que o dobro da média mundial, de 93%. A informação é resultado de um estudo sobre o mercado do produto no Brasil divulgado ontem (11) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

De acordo com o diretor da Anvisa, Agenor Álvares, esse crescimento foi impulsionado em grande parte pela expansão agrícola no país, o que faz do Brasil o maior mercado doméstico de agrotóxicos do mundo, à frente dos Estados Unidos.

Em 2010, o mercado nacional movimentou US$ 7,3 bilhões, o que representa 14,25% do total mundial, que chegou a US$ 51,2 bilhões.

O mercado de agrotóxicos no Brasil é altamente concentrado, assim como no restante do mundo. As dez maiores empresas do setor são responsáveis por 65% da produção nacional e por 75% das vendas. Em termos globais, as 13 maiores empresas dominam 83% do mercado mundial e apenas seis (Basf, Bayer, Dow, Dupont, Monsanto e Syngenta) detêm 66%.

O estudo ainda mostrou que 45% do mercado nacional de agrotóxicos são de herbicidas, 14% de fungicidas, 12% de inseticidas, 2% de acaricidas e 17% de outros tipos. Um único produto, o glifosato, é responsável por 29% do mercado brasileiro de agrotóxicos.

Reportagem de Danilo Macedo, da Agência Brasil.