Alimentos Processados: Câncer e Morte Prematura

https://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2019/02/27/health-effects-of-processed-foods.aspx

Written by Dr. Joseph Mercola

February 27, 2019

Resumo da história

  • 18,5% da crianças norte americanas e perto de 40% dos adultos estão agora obesos e não só com sobrepeso. Pesquisa vem conectando o aumento da gordura da cintura aos alimentos processados, refrigerantes e dietas ricas em carboidratos;
  • Para cada 10% de aumento na quantidade de alimentos ultra-processado consumidos, nosso risco de morte aumenta em torno de 14%, os fatores primordiais que impulsionam o aumento nas taxas de morte, são as doenças crônicas como as cardíacas e o ;
  • Enquanto 6 dos 12 tipos de cânceres ligados à obesidade estão crescendo, somente 2 dos 18 cânceres sem relação com ela estão crescendo, sendo que as taxas daqueles ligados à obesidade, crescem muito mais entre os nascidos neste século XXI (nt.: conhecido nos EUA como millennials) do que entre os nascidos nas décadas de 50 do século XX (nt.: conhecidos nos EUA como os baby boomers);
  • As pessoas que consomem mais alimentos ultra processados apresentam taxas mais altas de obesidade, problemas cardíacos, diabetes e câncer. Cada 10% de aumento no consumo destes alimentos, aumentam as taxas de câncer em 12%;
  • Consumo abaixo do ideal de frutas, verduras, nozes, sementes e ômega-3 de origem animal, junto com o consumo excessivo de alimentos processados e bebidas açucaradas, respondem por mais de 45% de todas as mortes por doenças cardiometabólicas (nt.: entre estas enfermidades estão a obesidade, a hipertensão, diabetes, podendo todas elas levar ao enfarte do miocárdio e ao AVC).

A luta contra o ganho de peso e a obesidade é um problema de saúde comum e caro, levando a um aumento no risco de doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e câncer, só para citarmos algumas.

De acordo com os dados disponíveis,1 18,5% das crianças norte americanas e quase 40% dos adultos são agora obesas, e não só com sobrepeso. Este é um aumento significativo sobre as taxas de 1999/2000, quando, exatamente 14% das crianças e 30,5% dos adultos, eram obesos (nt.: FUNDAMENTAL, ver-se e ler-se o artigo que está neste destaque em link que fizemos sobre a palavra ‘obesos’, pela ação criminosa dos CEOs das grandes manipuladoras globais de alimentos de consumo popular).

Pesquisa conectou o crescimento da linha da cintura a numerosas fontes, incluindo alimentos processados, refrigerantes e dietas ricas em carboidratos. Riscos associados com a gordura abdominal em homens mais velhos incluem elevação nas doenças cardiovasculares e ao câncer.2

Pesquisadores têm, na verdade, previsto que a obesidade ultrapassará o tabagismo como a causa líder das mortes de câncer. 3 Recente estatística sugere que tudo está confirmando vermos esta previsão se tornar realidade já que a obesidade, entre nossos jovens, está provocando um aumento acentuado de cânceres relacionado à ela, em idades cada vez mais precoces.

Nascidos no Início deste Século Têm mais Propensão a Cânceres Relacionados à Obesidade do que os Pais

À medida em que as taxas da obesidade (obesity) aumentam, também crescem os problemas relacionados à saúde, incluindo o câncer. De acordo com um relatório 4 
sobre a carga global do câncer, publicado em 2014, a obesidade já é responsável por cerca de 500.000 casos de câncer em todo o mundo, a cada ano, e este número provavelmente aumentará mais nas décadas vindouras.

Assim como reportado em um recente estudo publicado no periódico britânico de medicina, Lancet 5, pela American Cancer Society, as taxas de cânceres relacionados à obesidade estão aumentado num ritmo muito mais acentuado entre os millennials (nt.: expressão criada nos EUA para designar os nascidos neste século XXI) quando comparadas com os baby boomers (nt.: forma como nos EUA são chamadas as pessoas nascidas logo após o final da 2ª Guerra Mundial). De acordo com os autores 6, este é o primeiro estudo que examina sistematicamente as tendências do câncer relacionado à obesidade entre jovens norte americanos.

Além disso, enquanto 6 dos 12 tipos de câncer relacionados à obesidade (endometrial, vesícula biliar, rim, mieloma múltiplo e câncer de pâncreas) estão em alta, apenas 2 dos 18 casos de câncer não relacionados à obesidade, estão aumentando. Como observado no comunicado de imprensa (nt.: press release):7

“A obesidade epidêmica dos últimos 40 anos tem levado as gerações mais jovens a experimentarem uma exposição mais precoce e mais longa à adiposidade excessiva ao longo de suas vidas do que as gerações anteriores.

O excesso de peso é um carcinogênico conhecido, associado a mais de uma dúzia de cânceres e suspeito em vários outros… Os pesquisadores liderados por Hyuna Sung, Ph.D., analisaram 20 anos de dados de incidência (1995-2014) para 30 casos de câncer… cobrindo 67% da população dos EUA…

A incidência aumentou para 6 dos 12 cânceres relacionados à obesidade … em jovens adultos e em coortes de nascimentos sucessivamente mais jovens de uma maneira gradual. Por exemplo, o risco de cânceres colo-retal, do corpo uterino [endometrial], de pâncreas e da vesícula biliar nos millennials está em taxas praticamente o dobro dos baby boomers, quando estes tiveram a mesma idade …

Embora o risco absoluto desses cânceres seja pequeno em adultos jovens, esses achados têm importantes implicações na “, disse Ahmedin Jemal, DVM, Ph.D., vice-presidente científico de pesquisa em serviços de saúde e de vigilância e autor sênior/correspondente de trabalho.

As tendências de câncer em jovens adultos servem muitas vezes como um sentinela para uma futura carga de doenças em adultos mais velhos, entre os quais a maioria dos cânceres acontecem.'”

Mudanças na Dieta que Leva à Epidemia de Obesidade

Estudos 8,9,10 têm repetidamente demonstrado que, quando as pessoas mudam de uma dieta tradicional de alimentos integrais para uma de alimentos processados (que sejam com farinha refinada, açúcar processado e óleos vegetais prejudiciais), a doença inevitavelmente ocorre.

Abaixo, nos próximos parágrafos, estão somente algumas fortes estatísticas. Para mais informações, consultar o artigo do pesquisador em nutrição, Kris Gunnars, de 08 de junho de 2017, que lista 11 gráficos mostrando “o que está equivocado na dieta moderna”.11

Nos últimos 200 anos, a ingestão de açúcar aumentou de, quase, um quilo para mais de 68 quilos por ano. 12 Enquanto os norte americanos são orientados a ingerir somente
10% de suas calorias originárias do açúcar,13 o que equivale a mais ou menos 13
colheres de chá por dia para uma dieta de 2.000 calorias, a média ingerida é de 42,4
colheres de chá por dia.14 É importante perceber que uma meta de 10% é praticamente
impossível de alcançar com uma dieta de alimento processado. Pesquisa 15 mostra que
somente 7,5% da população dos EUA, ou seja, aqueles com o mais baixo consumo de
alimento processado, realmente atendem as recomendações dietéticas do EUA de ingerir um máximo de 10% de suas calorias diárias dos açúcares.

Para queimar as calorias de um simples refrigerante de 300 mil, precisamos caminhar
rapidamente por 30 minutos. Para queimar uma fatia de torta de maçã, precisamos já ir
imaginando uma caminhada de 75 minutos.16

O consumo de refrigerantes e suco de frutas é particularmente prejudicial. Estudos 17,18 mostram o aumento do risco sobre uma criança de ser obesa em 60% por uma dose
diária. 19 Pesquisa também mostra que dietas ricas em carboidratos refinados em geral,
são arriscadas como fumar, aumentando o nosso risco de câncer de pulmão em torno de até 49%.20

Entre 1970 e 2009, a ingestão diária de calorias aumentou em uma média de 425 calorias, um aumento de 20%, de acordo com Stephan Guyenet, Ph.D., 21 que estuda a
neurociência da obesidade. Esse aumento é, em grande parte, impulsionado pelo
aumento do consumo de açúcar e alimentos processados e pela publicidade rotineira de junk food para crianças.22 Para atrair clientes e competir com outros restaurantes, as
empresas muitas vezes adicionam sal, açúcar, gordura e substâncias químicas de sabor
para despertar seu apetite. Infelizmente, verifica-se que os aditivos e produtos químicos agregados no processamento matam as bactérias benéficas do intestino, o que agrava
ainda mais os problemas criados por uma dieta com alimentos processados. 23 Segundo o professor de epidemiologia Tim Spector, até comer um número relativamente
pequeno de ingredientes altamente processados é tóxico para o seu organismo. O
microbioma intestinal, que começa a morrer poucos dias depois de comer uma dieta
pesada, sugere que excesso de calorias do fast food pode não ser o único fator
responsável pelo aumento do peso.

Óleos vegetais processados, que são ricos em gorduras ômega-6 danificadas, são outro
importante fator de prejuízo crônico da saúde. Além do açúcar, os óleos vegetais são um gancho nos alimentos processados, que é mais uma outra razão associada às altas taxas de doenças cardíacas e outras enfermidades. O óleo de soja (soybean oil), que é uma
das fontes de gordura mais comum consumida nos EUA, 24 tem também se mostrado desempenhando um papel significativo tanto na obesidade como na diabetes, na verdade
regulando os genes envolvidos na obesidade. Destacadamente, o óleo de soja foi
constado ser mais obesogênico do que a fructose!

“Dietas ultra processadas causam ingestão excessiva de calorias e ganho de peso”,
concluiu uma pesquisa recente 25, mostrando que, quando as pessoas podem comer
tanto quanto querem de alimentos ultra processados (ultraprocessed foods) ou
alimentos não processados, sua ingestão de energia é muito maior quando comem
alimentos processados. Em somente duas semanas, os participantes ganharam entre 0,3 e 0,8 kg na dieta ultra processada e perderam de 0,3 a 1,1 quilos quando ingeriram
alimentos não processados.

O Alimento Ultra-processado Torna-se a Rotina, Assim como as Enfermidades Crônicas

Infelizmente, os norte americanos não só estão comendo preponderantemente alimento processado, mas 60% dele são os ultra-processado 26 — produtos que, no extremo oposto, estão no espectro do “significativamente alterado” ou aquilo que se poderia efetivamente adquirir num posto de gasolina.

O mundo desenvolvido em geral ingere quantidades significativas de alimentos processados e as estatísticas de doenças revelam a insensatez inerente desta tendência. Não há dúvida de que diminuir o consumo de açúcar está no topo da lista se estivermos com sobrepeso, formos resistente à insulina ou tivermos problemas com qualquer doença crônica.

Estima-se que até 40% dos gastos com assistência médica norte-americana sejam para doenças diretamente relacionadas ao consumo excessivo de açúcar. 27 Nos EUA, mais de US $ 1 trilhão de dólares é gasto no tratamento de doenças relacionadas a açúcar e ao junk food, a cada ano.28

Quaisquer alimentos que não sejam integrais e vindos diretamente de uma parreira, cultivados no solo, convivido com a vegetação nativa ou colhido de uma árvore, podemos considerar que sejam processados. Depende da quantidade de alterações que eles sofreram, este processamento pode ter sido mínimo ou significativo. Por exemplo, frutas congeladas geralmente são minimamente processadas, enquanto pizza, refrigerante, batatas fritas e refeições feitas em aparelhos de micro-ondas, são alimentos ultra-processados.

A diferença na quantidade de açúcar entre alimentos ultra-processados e minimamente processados, é dramática. Pesquisa 29 demonstrou que mais de 21% das calorias em alimentos ultra-processados vêm do açúcar, enquanto alimentos não processados não contêm açúcar refinado ou adicionado.

Em um estudo transversal 30, utilizando dados da Pesquisa Nacional de Saúde e de Exame Nutrição (nt.: National Health and Nutrition Examination Survey) de mais de 9.000 participantes, os pesquisadores concluíram que: “Diminuir o consumo de alimentos ultra-processados poderia ser uma maneira eficaz de reduzir, nos EUA, a ingestão excessiva de açúcares adicionados”.

Definição de Alimento Ultra-processado

Como regra geral, os alimentos ultra-processados podem ser definidos como produtos alimentícios contendo um ou mais dos seguintes aspectos:

Ingredientes que não são usados tradicionalmente na culinária.
Altas quantidades incomuns de açúcar, sal, óleos industrialmente processados e
gorduras insalubres.
Sabores, corantes, adoçantes e outros aditivos todos artificiais que imitam as
qualidades sensoriais dos alimentos não processados ou minimamente (exemplos de
aditivos que criam texturas e sensações que agradam os lábios e a boca).
Auxiliares de processamento, como carbonatação, endurecimento, volume, anti-volume, anti-espumante, anti-aglomerante, agentes de envidraçamento, emulsifocantes,
sequestrantes e umectantes.
Conservantes e substâncias químicas que conferem um prazo de vida (‘validade) nas
prateleiras de forma não natural.
Ingredientes geneticamente modificados que, além de agregarem riscos potenciais à
saúde, também tendem a ser fortemente contaminados com herbicidas tóxicos como o
glifosato (glyphosate), o 2,4-D (nt.: era um dos componentes da arma de extermínio, o
Agente Laranja, da Guerra do Vietnã) e o dicamba.

Como descrito na classificação denominada NOVA proposta pela ONU/FAO quanto a processamento de alimentos ser: 31 “Uma multiplicidade em sequências de processos onde são utilizados combinações de ingredientes, usualmente muitos, para se criar um produto final (por isso, ‘ultra-processados’).” Como exemplos incluir a hidrogenação, a hidrolisação, a extrusão, a modelação e o pré-processamento para frituras.

Os alimentos ultra-processados também tendem a ser muito mais viciantes do que outros, graças às altas quantidades de açúcar (que vem mostrando ser mais viciante do que a cocaína 32), sal e gordura. A indústria do alimento processado também desenvolveu em seus produtos, como uma forma de criação de arte, a “habilidade de ansiá-los”. Nada é deixado ao acaso e ao tornar seus alimentos viciantes, (making their foods addictive), as corporações globais de alimentos asseguram suas vendas indefinidamente.

Dieta com Alimentos Processados Conectada à Morte Precoce

Em notícias relacionadas, mostram por exemplo, uma pesquisa recente 33, envolvendo mais de 44 mil pessoas acompanhadas por sete anos, que alerta de que os alimentos ultra-processados aumentam o risco de morte prematura. A equipe francesa analisou o quanto da dieta de cada pessoa era composta de alimentos ultra-processados e descobriu que, para cada 10% de aumento na quantidade deste tipo de alimentos consumidos, o risco de morte aumentava em 14%.

Esta ligação permaneceu mesmo depois de considerarem fatores que poderiam confundir como tabagismo, obesidade e baixa escolaridade. Como seria de esperar, os principais fatores que impulsionaram o aumento da taxa de mortalidade foram as doenças crônicas, como as cardíacas e o câncer.

Nita Forouhi, professora da Unidade de Epidemiologia do MRC/Membership of the Royal Colleges of Physicians of the United Kingdom, da Universidade de Cambridge, e que não participou deste estudo, disse ao jornal inglês, The Guardian: 34

“Os questionamentos a respeito dos alimentos altamente processados estão aumentando. Com este estudo acrescenta-se, de maneira importante, um corpo crescente de evidências sobre os danos à saúde que estes alimentos ultra-processados geram … [N]ós poderíamos ignorar estes achados quanto ao perigo à saúde pública.

Uma mensagem vital que se leva é de que o consumo de alimentos altamente processados reflete uma iniquidade social — eles são desproporcionalmente
consumidos mais pelos indivíduos com renda ou nível educacional mais baixos ou por aqueles que vivem sós.

Tais alimentos são atraentes porque tendem a ser mais baratos, altamente palatáveis devido ao alto teor de açúcar, sal e gordura saturada, amplamente disponíveis, altamente comercializados, prontos para comer e suas datas de validade são longas, durando mais então. Precisa-se fazer mais para se lidar com estas desigualdades.”

Alimentos Ultra-processados Conectados ao Câncer

Outro estudo francês 35,36, publicado no ano passado, também descobriu que aqueles que consomem mais alimentos ultra-processados apresentam taxas mais altas de obesidade, problemas cardíacos, diabetes (diabetes) e câncer. Eram quase 105.000 participantes do estudo, sendo a maioria mulheres de meia-idade, sendo que foram acompanhados por uma média de cinco anos.

Em média, 18% de sua dieta foi ultra-processada e os resultados mostraram que cada 10% de aumento nestes alimentos, aumentava a taxa de câncer em 12%, o que resultou em nove casos adicionais de câncer por 10.000 pessoas por ano.

O risco de câncer de mama subiu 11% para cada 10% de aumento nos alimentos ultra-processados. Bebidas açucaradas, alimentos gordurosos e molhos foram mais fortemente associados ao câncer em geral, enquanto alimentos açucarados tiveram a mais forte correlação com o câncer de mama.

Segundo os autores, “estes resultados sugerem que o rápido aumento do consumo de alimentos ultra-processados pode levar a uma crescente carga de câncer nas próximas décadas”. A co-autora do estudo, Mathilde Touvier, disse à CNN:37

Foi bastante surpreendente a força dos resultados. Estavam fortemente associados, por isso fizemos muitas análises sensíveis e ajustamos os resultados para muitos cofatores, e ainda assim, os resultados aqui foram realmente preocupantes.”

Dieta é um Fator Chave que Determina Nossa Saúde e Longevidade

Pesquisa 38, publicada em 2017, conectou uma dieta pobre a um aumento no risco de mortalidade cardiometabólica [morte resultante de diabetes tipo 2, doenças cardíacas (heart disease) e derrame cerebral].

Segundo os autores, ingestão sub-ótima de alimentos importantes como frutas, verduras, nozes e sementes, além de gorduras ômega-3 de origem animal (animal-based omega-3), juntamente com o consumo excessivo de alimentos processados, como carnes e bebidas açucaradas, representaram mais de 45% de todas as mortes cardiometabólicas em 2012. Em outras palavras, quanto mais alimentos processados se ingerir e daí menos alimentos integrais, maior será o risco de doenças crônicas e morte.

Outra pesquisa publicada no mesmo ano descobriu que comer quaisquer frituras (fried potatoes) de batata (como batatas fritas, batatas suíças e chips de batata) duas ou mais vezes por semana, pode dobrar o risco de morte por todas as causas mencionadas. 39 Comer batatas que não foram fritas não estava ligado a um aumento no risco de mortalidade, sugerindo que a fritura – e, muito provavelmente, a escolha do óleo – é o principal problema.

Em apresentação de 2013 40 do Dr. Carlos Monteiro, 41 professor de nutrição e saúde pública da Universidade de São Paulo, Brasil, na Conferência Ministerial Europeia sobre Nutrição e Doenças Não Transmissíveis, destaca a importância da criação de “políticas voltadas para a reformulação dos alimentos processados” e limitar a exposição das crianças ao marketing do junk food, a fim de combater o aumento das doenças não transmissíveis relacionadas com a dieta.

Na minha opinião, comer uma dieta que consista em 90% de alimentos reais e apenas 10% ou menos de alimentos processados, pode ser uma meta viável para a maioria. E poderá fazer uma diferença significativa no peso e na saúde em geral. Precisamos simplesmente assumir o compromisso de darmos uma alta prioridade a este propósito. Para começar, consideremos a seguinte diretriz:

Focar em alimentos crus e frescos, evitando o máximo possível os alimentos
processados (se o alimento vier em lata, engarrafado ou embalado e tenha uma lista de
ingredientes, ele é processado).
Restringir severamente os carboidratos de açúcares refinados, frutose e grãos
processados.
Incrementar o consumo de gorduras saudáveis. (Comer uma dieta com gordura não
representa que se engordará. São a frutose, os açúcares e os grãos que elevam o peso. )
Pode-se comer uma quantidade ilimitada de vegetais sem amido. São tão baixos em
calorias que a maioria dos alimentos no prato deve ser vegetais.
Limitar a proteína a menos do que 0,5 grama por quilo de peso corporal magro.
Trocar os refrigerantes por outras bebidas adoçadas com água filtrada e pura.
Compre ao redor dos centro de compras da mercearia onde se encontra a maioria dos
alimentos originais, como carne, frutas, legumes, ovos e queijo. Nem tudo, no entanto, é saudável, mas se evitará muitos dos alimentos ultra-processados dessa maneira.
Variar os alimentos integrais que se compra e a maneira de comê-los. Por exemplo,
cenouras e pimentas são saborosas mergulhadas em pasta de grão de bico e tahine.
Obtém-se o crocante da textura vegetal e a suavidade da pasta para satisfação do
paladar, do cérebro e da saúde física.
O estresse cria um desejo físico por gorduras e açúcares que pode levar ao seu
comportamento viciante de comer. Se pudermos reconhecer quando estivermos ficando
estressado e encontrarmos outro meio de aliviarmos a emoção, os hábitos alimentares
provavelmente melhorarão. As Técnicas de Liberdade Emocional (Emotional Freedom
Techniques /EFT) podem ajudar a reduzir o estresse percebido, mudar os hábitos
alimentares originários do estresse e auxiliar na criação de hábitos alimentares novos e
saudáveis que manterão a saúde a longo prazo. Para descobrir mais sobre EFT, como
fazê-lo e como ele pode ajudar a reduzir o estresse e desenvolver novos hábitos, ver meu artigo anterior, “EFT é uma ferramenta eficaz para a ansiedade (EFT Is an Effective Tool for Anxiety)”.

Fontes e Referências

Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, abril de 2019.