Estudos revelam o efeito devastador dos PFAS e dos aditivos alimentares: danos nos espermatozoides, testículos menores, menopausa precoce e cistos nos ovários

https://www.dailymail.co.uk/health/article-12635823/PFAS-water-reproductive-health-infertility-menopause.html

ALEXA LARDIERI

22 de outubro de 2023

[NOTA DO WEBSITE: Mais um artigo que nos traz o que os DISRUPTORES ENDÓCRINOS vêm causando em toda a Humanidade. Isso nos dias de hoje, imagina-se o que estamos legando para as próximas gerações que já nasceram, estão nascendo e que ainda talvez possam nascer. Somos realmente criminosos por agredirmos com nossa negligência todos os seres vivos da Terra].

  • A exposição a produtos químicos disruptores endócrinos pode prejudicar a saúde reprodutiva;
  • Essas substâncias são encontradas em produtos de uso diário, como plásticos, sabonetes e alimentos;
  • E MAIS: Como SUA casa está repleta de ‘produtos químicos para sempre’.

Nos últimos anos, as preocupações com os contaminantes presentes nos nossos alimentos e produtos de uso diário têm chegado às manchetes das mídias, devido às suas ligações ao câncer.

Mas um conjunto crescente de pesquisas sugere que as moléculas microscópicas também têm um efeito devastador sobre a fertilidade e podem estar contribuindo para a queda de bebês” na América (nt.: mesmo que ainda não haja uma completa explicitação, essa expressão ‘moléculas microscópicas’ já mostra que já há uma percepção de que não é a dose que torna uma molécula veneno ou medicamento conforme nos dizia na Idade Média, o médico e alquimista Paracelsus. Por que? Simplesmente porque ele lidava, naquela época, com moléculas naturais e hoje estamos tratando também de moléculas artificiais, sintetizadas em laboratório e não na Vida. E como isso é importante? Exatamente porque essas moléculas aqui tratadas são DISRUPTORES ENDÓCRINOS. Ou seja, imitam hormônios e como esses agem a níveis infinitesimais, os EFEITOS TAMBÉM SE DÃO NAS DOSES HORMONAIS E NÃO TOXICOLÓGICAS. Entenda-se que os efeitos são fisiológicos muito antes de se darem em seus efeitos tóxicos). 

Em duas novas revisões da literatura científica, investigadores de todo o mundo analisaram o impacto da exposição a produtos químicos disruptores endócrinos (DE) na saúde reprodutiva masculina e feminina.

Eles descobriram que essas substâncias podem causar infertilidade, malformações genitais, menor contagem e qualidade do espermatozoide, menopausa precoce e aumento do risco de câncer de mama e testicular. 

Os EDCs/endocrine-disrupting chemicals incluem os PFAS/perfluorados, mas também agrotóxicos; fenóis, grupo de produtos químicos encontrados em brinquedos e produtos odontológicos; ftalatos, outro grupo de produtos químicos em embalagens de alimentos; parabenos, mais um grupo de produtos químicos usados ​​como conservantes de alimentos e cosméticos; e ainda o triclosan, um agente antimicrobiano usado em sabonetes e desinfetantes para as mãos.

Alguns impactos nas mulheres decorrentes dos EDCs incluem a menopausa precoce, um risco aumentado de câncer da mama, a endometriose, que pode levar à infertilidade, e a síndrome metabólica, que aumenta o risco de doenças cardíacas, acidente vascular cerebral e diabetes.

Nos homens, os investigadores analisaram dados de vários estudos experimentais e em animais e concluíram que demonstraram fortes evidências de efeitos negativos na saúde reprodutiva masculina e na exposição aos EDCs.

Algumas fontes primárias de PFAS e outros contaminantes incluem recipientes plásticos para alimentos, maquiagem, sprays de limpeza, medicamentos, alimentos contaminados e poluição da água e do ar

Investigadores do Vietname, Índia, Nova Zelândia e Estados Unidos analisaram mais de 300 fontes de informação, incluindo estudos experimentais anteriores e dados de bases de dados nacionais e internacionais de monitorização da saúde, bem como estudos em animais. 

Na revisão do impacto nas mulheres, a equipe analisou estudos que examinaram os níveis e a exposição a contaminantes bem como testaram e avaliaram a placenta, a urina, o sangue, os níveis hormonais e os tecidos.

Os investigadores descobriram que a exposição ao Bisfenol A, ou BPA, pode levar a um declínio no desenvolvimento e na qualidade dos óvulos e a um risco aumentado de falha na implantação, quando os óvulos fertilizados não se implantam corretamente no revestimento uterino, resultando frequentemente na perda da gravidez. 

A síndrome dos ovários policísticos (SOP), um dos principais contribuintes para a infertilidade e um fator de risco para câncer endometrial e diabetes, também tem sido associada à exposição ao BPA. 

BPA é um tipo de plastificante empregado em resinas plásticas empregadas para fazer louças de plástico, peças de automóveis, brinquedos, recipientes de bebidas e CDs/DVDs (nt.: além de resinas brancas odontológicas). 

A exposição a ftalatos, agregados a sabonetes, xampus, óleos lubrificantes e embalagens plásticas, foi associada a uma probabilidade reduzida de gravidez e a óvulos com qualidade fisiológica inferior. 

Os impactos adicionais nas mulheres observados nos estudos anteriores incluem a menopausa precoce, um risco aumentado de câncer da mama, endometriose – que pode levar à infertilidade -, e síndrome metabólica, que aumenta o risco de doenças cardíacas, acidente vascular cerebral e diabetes. 

Estas substâncias nocivas também podem resultar em ciclos menstruais mais longos e no início precoce da puberdade, que tem sido associada à depressão, abuso de substâncias, agressão sexual e câncer da mama em mulheres adultas. 

O grupo EDCs do PFAS tem sido associado a uma redução no período de lactação da mãe – período de tempo que uma mulher produz leite materno -, e os investigadores descobriram que um tipo de agrotóxico leva a ciclos menstruais mais curtos, o que pode afetar a reprodução.  

Durante a gravidez, a exposição aos EDCs tem sido associada à obesidade materna, à hipertensão arterial e à pré-eclâmpsia, uma condição de pressão arterial potencialmente fatal. 

Estudos também mostraram resultados mistos sobre a exposição aos EDCs e nascimento prematuro.

Com base nos seus resultados, os investigadores defendem fortemente a ingestão de alimentos orgânicos e a prevenção de plásticos e alimentos e bebidas enlatados (nt.: enlatados porque, praticamente, todos os produtos que são embalados em latas têm internamente uma camada de um película plástica, normalmente imperceptível, que contêm Bisfenol A). 

Os dados também apoiam evitar fast food (nt.: no Brasil tratamos de ‘ultraprocessados’ e que têm muitíssimos aditivos que são prejudiciais à saúde), seguir uma dieta vegetariana, mudar produtos de higiene pessoal e reduzir a poeira (nt.: é nela que estão as moléculas microscópicas dos disruptores endócrinos como mostra o documentário no link).

Usar garrafas e recipientes de aço inoxidável ou vidro, bem como embalagens de papelão em vez de embalagens plásticas e evitar utensílios plásticos e panelas antiaderentes também ajudará a reduzir a exposição a contaminantes. 

Os compostos disruptores endócrinos podem vir de muitas fontes, incluindo plásticos, maquiagens, produtos de higiene pessoal e produtos farmacêuticos. 

As mulheres são comumente expostas aos EDCs em produtos que usam todos os dias, como maquiagem, sabonetes, xampus e certos medicamentos. 

O PFAS (nt.: também conhecidos como ‘químicos eternos/forever chemicals) é um contaminante comum em muitos utensílios domésticos, desde utensílios de cozinha até embalagens de hambúrguer. Pode permanecer no ambiente, bem como nos tecidos humanos, durante anos, até décadas, antes de ser eliminado.

Os investigadores sublinham a importância de reduzir a exposição, especialmente durante o período imediatamente anterior à gravidez bem como nas suas fases iniciais (nt.: no documentário acima citado no link, mostra que os perfluorados estão, com outros halogênios, propiciando retardo mental nas novas gerações!).  

Nos homens, os investigadores analisaram dados de vários estudos em animais e concluíram que os EDCs também têm efeitos negativos na saúde reprodutiva masculina.

Os fenóis (nt.: aqui estão os químicos da família do Bisfenol A), um grande grupo de produtos químicos usados ​​em materiais de construção, produtos odontológicos, embalagens de alimentos, desinfetantes para as mãos e conservantes de alimentos, demonstraram em estudos com animais que diminuem a contagem de espermatozoides, danificam o DNA e alteram os níveis de testosterona, além de causar danos testiculares. 

Foi demonstrado em estudos com animais que os ftalatos, um grupo de produtos químicos encontrados em produtos de higiene pessoal, suplementos dietéticos, medicamentos (nt.: muitas vezes usados nos materiais que formam as cápsulas que ingerimos e que envolvem os medicamentos) e artigos de decoração em animais, levam à malformação do trato reprodutivo masculino, bem como a efeitos reprodutivos adversos, incluindo tamanho reduzido dos testículos, malformação dos órgãos genitais externos e produção prejudicada de espermatozoides. 

A qualidade do sémen é a causa mais prevalente de infertilidade masculina, representando 40 por cento dos casos, e a má função testicular também tem sido associada a um maior risco de doenças crónicas e mortalidade. 

Os pesticidas, substâncias nocivas destinadas a prevenir, destruir, repelir ou mitigar pragas, são amplamente utilizados na agricultura e a indústria é responsável por 90 por cento do uso total de pesticidas.

Dados de vigilância nos EUA mostram que quase todos os americanos têm níveis detectáveis ​​de pesticidas na urina ou no sangue.

Os asiáticos-americanos têm o dobro da quantidade de ‘químicos para sempre/forever chemicals’ tóxicos perfluorados no sangue em comparação com a maioria das pessoas, sugere estudo 

Um estudo que testou o sangue e a urina de mais de 3.000 americanos descobriu que os níveis médios de substâncias per e polifluoroalquil (PFAS) eram 89% mais altos em asiático-americanos.

A dieta, em particular o consumo de frutas e vegetais, é a principal fonte de exposição a agrotóxicos para a população em geral (nt.: o absurdo de que ao se alimentar a população fique envenenada de forma completamente desnecessária. Como? Basta ver o link) – e a Food and Drug Administration demonstrou que uma percentagem considerável de frutas e vegetais domésticos tem resíduos detectáveis ​​de agrotóxicos ou níveis de resíduos que excedem os padrões dos níveis do governo (nt.: novamente se esquece de que os disruptores endócrinos agem como hormônios, ou seja, suas doses atuam em níveis fisiológicos antes de se tornarem tóxicos para obedecerem a toxicologia convencional ainda baseada nos princípios da Idade Média europeia com Paracelsus).

Há fortes evidências experimentais em estudos com animais, dizem os pesquisadores, que mostram que a exposição a agrotóxicos perturba os hormônios, reduz a contagem e a motilidade dos espermatozoides, reduz a testosterona e altera o DNA do espermatozoide.  

Tal como acontece com os estudos femininos, os investigadores defendem dietas orgânicas.

Concluíram também que são necessários estudos adicionais, especialmente sobre PFAS e poluição atmosférica, para investigar a relação entre estes EDCs e a saúde reprodutiva masculina.  

Os EDCs são compostos que perturbam a função do sistema endócrino, que é responsável pela regulação dos hormônios do corpo e de todos os processos biológicos desde a concepção até a velhice, incluindo o desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso bem como o crescimento e a função do sistema reprodutivo.

Os ovários e testículos, bem como as glândulas pituitária, tireoide e adrenal são os principais componentes do sistema endócrino. 

Um tipo de EDCs, os PFAS ou substâncias per e polifluoroalquil, são um grupo de produtos químicos sintéticos presentes em embalagens de alimentos, roupas e milhares de outros produtos nos EUA (nt.: e em todo o mundo! Tragicamente!).

Devido à sua onipresença, eles penetram no solo, na água potável, no ar e nos alimentos, expondo os americanos (nt.: e toda a humanidade) às toxinas em quase todos os lugares.

Eles foram considerados “químicos para sempre/forever chemicals” porque não se decompõem no meio ambiente ou no corpo humano e têm sido associados a defeitos congênitos e a um risco aumentado de uma série de cânceres.

Para além do peso que estes problemas médicos terão sobre um setor de saúde já sob pressão, o declínio da fertilidade irá agravar a atual crise de fertilidade em todos os países do Planeta

As taxas de fertilidade no caso dos Estados Unidos estão num mínimo histórico e não mostram sinais de reversão, com especialistas alertando que um declínio contínuo nos nascimentos prepara os EUA para uma crise econômica. 

Os estudos foram publicados nas revistas Environmental Research e Fertility and Sterility.

Tradução livre, parcial, de Luiz Jacques Saldanha, dezembro de 2023.