Golfo do México e a experiência da morte. É uma realidade, de “Dead Zone”, em uma área do tamanho do Estado de Connecticut (mais ou menos a metade do tamanho do estado do Espírito Santo/BR).
http://www.motherjones.com/environment/2016/06/gulf-mexico-braces-monsterous-dead-zone
A erosão de fertilizantes das fazendas do meio oeste, nos EUA, está gerando, como consequência, explosão de algas e um deserto biológico.
A NOAA (nt.: National Oceanic and Atmospheric Adminnistration do governo dos EUA) tem constata ser o Golfo do México uma explosão em biodiversidade e que contém uma das zonas pesqueiras mais produtivas do globo (globe’s most productive fisheries). No entanto, a partir do início dos anos setenta (in the early 1970s), grandes faixas do golfo começaram a experenciar as chamadas ‘áreas mortas’ (‘dead zones’) anualmente no final dos verões e início do outono. O legado deste ano possivelmente será talvez três vezes maior do que corriqueiramente têm sido, algo em torno do tamanho do estado de Connecticut (nt.: mais ou menos a metade do estado brasileiro do Espírito Santo), de acordo com um recente relatório (recent report) do Consórcio Marinho das Universidades de Louisiana e da Universidade Estadual de Louisiana.
O problema está atrelado à produção de carne, em escala industrial, do agronegócio norte-americano. Para alcançar esta produção industrializada de imensas quantidade de galinha, gado bovino e porco, a produção industrial desta carne conta com o milho como alternativa de ração barata. Os EUA produzem em torno de um terço do milho global (grows about a third of the globe’s corn), sendo que o grande volume disso tudo está no meio oeste, nas terras que desaguam na bacia hidrográfica do rio Mississippi (land that drains into the Mississippi River). A cada ano, fertilizantes industrializados lixiviam dos solos das fazendas do meio oeste, indo em direção ao Mississippi e daí direto para o Golfo do México.
Tentando nutrir o vasto cultivo nacional de milho, este nitrogênio em vez disso, exacerba a produção de imensas quantidade de algas no mar, no início do verão. Quando esta explosão de algas morre e se decompõe, absorve o oxigênio abaixo do nível do mar. Resultando, como a organização NOAA/National Oceanic and Atmospheric Administration Organization esclarece (puts it), “habitats que normalmente poderiam ser pulsantes em vida tornam-se, essencialmente, desertos biológicos.”
Os produtores de milho, normalmente, fertilizam seus cultivos em abril (nt.: início da primavera no hemisfério norte), deixando as terras propensas a erodirem solo e fertilizantes, em função das tempestades de maio. Para prever a zona morta (‘dead zone‘) da próxima estação, os pesquisadores do estado de Louisiana avaliam a carga de nitrogênio que chega ao golfo em maio, apoiados nos dados da NOAA (data).
Eles estão aguardando um excepcionalmente grande volume para a próxima estação. E seu relatório equivale a, de fato, uma repreenda ao esforço federal de resolver o problema: o grupo de trabalho da agência ambiental dos EUA (EPA/Environmental Protection Agency’s Gulf Hypoxia Task Force). Esforço em grande parte voluntário para redução da poluição dos fertilizantes na bacia hidrográfica do Mississippi. Se nesta estação a zona morta tornar-se tão grande como o esperado—mais ou menos 14 mil km2—será mais do que três vezes o que este grupo da EPA está prevendo: um máximo de, mais ou menos, uns 5 mil km2 (EPA task force’s maximum target of around 2,000 square miles). E como está o objetivo de reduzir estas quantidades de nitrogênio em direção ao golfo? “Nenhum progresso foi feito,” afirmam duramente os pesquisadores de Louisiana.
Emily Cassidy, da ong Environmental Working Group/EWG, ainda acresenta (adds):
A grande concentração de nitrogênio presente no rio está perto de alcançar seu mais alto nível desde 1997, quando se começou a registrar estas informações. De acordo com a observação do Instituto de Pesquisa Geológica do EUA as concentrações de nitrogênio estão se mostrando bem acima do normal, a cada mês neste ano.
Ela também observa que o fertilizante lixiviado faz mais do que eliminar a vida marinha neste ecossistema crucial e importunado. Acaba, da mesma forma, comprometendo a água tratada que as populações das cidades têm acesso em todo o meio oeste, incluindo Des Moines, Columbus, e Toledo.
Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, junho de 2016.