Zíper de roupas contém produto químico suspeito de causar câncer, diz empresa

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Fecho Eclair

Empresa alerta clientes sobre zíperes que contêm a substância PFAS, que pode estar relacionada a no rim e no testículo – Rafael Andrade – 07.abr.2009 / Folhapress

https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/10/ziper-de-roupas-contem-produto-quimico-suspeito-de-causar-cancer-diz-empresa.shtml

Zahra Hirji e Olivia Rockeman

25.10.23

[NOTA DO WEBSITE 1: OBRIGATORIAMENTE VER O DOCUMENTÁRIO: Amanhã, seremos todos cretinos?' Aí sim vai entender o que uma notícia dessas representa para quem ainda nem nasceu!].

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Uma das principais fornecedoras globais, YKK descobriu que tintas usadas em alguns de seus produtos têm substância contaminante.

WASHINGTON e NOVA YORK | BLOOMBERG – Um dos principais fornecedores globais de zíperes descobriu PFAS (substâncias perfluoralquiladas e polifluoralquiladas) na tinta usada em alguns de seus produtos (nota do website: essas são as substâncias que hoje deixam o mundo perplexo. São os e estão no teflon, no scotchgard, no goretex, nas espumas anti-incêndios, adjuvantes de agrotóxicos e etc., etc., etc.).

Os PFASs são substâncias pertencentes a um grupo de produtos químicos usados para revestimentos e resistentes ao calor, óleo, água e manchas. De acordo com o CDC (Centro de Controle de Prevenção e Doenças dos ), ele é de difícil absorção no meio ambiente, pode contaminar solos e água potável, e ainda não há uma definição sobre o que pode causar em humanos, mas há suspeitas que podem estar relacionados ao câncer e problemas no fígado e na tireoide.

Sediada em Tóquio, a YKK alertou seus clientes sobre a presença de PFAS em alguns zíperes à prova d'água e outros produtos no primeiro semestre do ano, mas a descoberta só se tornou pública agora.

A empresa, que fornece zíperes para grandes marcas de roupas, passou meses tentando eliminar os produtos químicos de sua cadeia de suprimentos. A situação mostra o quão difícil é para as companhias removerem produtos químicos tóxicos de produtos antes das iminentes proibições nos Estados Unidos.

“A tinta contendo PFAS veio de vários fornecedores”, disse Chris Gleeson, vice-presidente do grupo de marketing global da YKK, à Bloomberg Green. Em resposta, a empresa justificou que passou a encontrar a substância em compras realizadas a partir de setembro.

As empresas que usam produtos da YKK se viram no meio de uma polêmica. A marca sueca de roupas e equipamentos Fjällräven, por exemplo, disse em fevereiro que pretendia eliminar o uso intencional de PFAS em todos os produtos até o final deste ano.

A YKK comunicou a Fjällräven sobre o problema em maio, de acordo com Philipp Kloeters, gerente de comunicações globais da Fjällräven International AB. Embora o fabricante de zíperes tenha resolvido a situação, é “tarde demais” para a Fjällräven incorporar os novos zíperes em sua coleção de primavera e verão de 2024 (que equivalem ao outono e inverno de 2024 no ), afirmou Kloeters. Eles serão usados nos produtos de outono e inverno europeu do próximo ano (primavera e verão de 2024 no Brasil).

Não está claro quantas marcas foram afetadas pelos produtos da YKK contendo PFAS. A empresa não divulgou sua lista de clientes e várias marcas de roupas para atividades ao ar livre usam zíperes da YKK, segundo busca recente feita pela Bloomberg Green em lojas físicas e online. As marcas se recusaram a dizer se foram afetadas ou não responderam aos pedidos de comentários.

A VF, proprietária da The North Face, não confirmou se os produtos atuais continham os zíperes, mas afirmou em comunicado que os produtos fabricados para a temporada do outono europeu de 2024, incluindo aqueles com acabamentos da YKK, “não conterão PFAS”.

A Patagonia também não informou se seus produtos foram atingidos. “Avançamos no sucesso que tivemos em eliminar PFAS dos lugares óbvios —tecidos, laminados e revestimentos— e estamos procurando em todos os outros lugares”, comentou Ted Manning, chefe de esportes ao ar livre.

Ele acrescentou que eliminar PFAS da cadeia de suprimentos da empresa envolveu reconhecer que os produtos químicos “podem estar em muitos lugares; talvez o que estamos aprendendo é que está na maioria dos lugares”.

Eddie Bauer, Columbia Sportswear, L.L.Bean e Lululemon Athletica não responderam aos pedidos de comentários sobre se seus zíperes continham PFAS.

O tempo está se esgotando para o uso de PFAS em roupas e outros produtos nos Estados Unidos, à medida que as proibições dos produtos químicos começam a entrar em vigor nos próximos anos. Algumas proibições de PFAS em tapetes e embalagens plásticas já estão em vigor e outras medidas devem ser adotadas em breve.

As leis em vigor na Califórnia e em Nova York proíbem os produtos químicos tóxicos na maioria das roupas a partir de 2025, enquanto os estados de Minnesota e Maine proibiram os produtos químicos em quase todos os produtos, com proibições a partir do início da década de 2030.

A partir do momento em que entram em vigor, as proibições provavelmente forçarão as empresas a retirar produtos contendo PFAS das prateleiras das lojas e poderão sujeitar os infratores a penalidades.

Antes desses prazos, as empresas têm realizado testes internos, ajustado suas cadeias de suprimentos e desenvolvido novos materiais livres de PFAS.

Indústrias que vão da moda à defesa têm há muito tempo dependido de produtos químicos PFAS para tornar seus produtos mais resistentes. “Dentro da indústria de vestuário, os PFAS têm sido usado para tornar as roupas resistentes à água e ao fogo”, afirmou Gleeson.

“Além disso, alguns revestimentos e tintas de esmalte usados em componentes rígidos, como zíperes, podem conter PFAS para aumentar a durabilidade”, complementou.

O PERIGO DO PFAS PARA A SAÚDE

Mas à medida que o uso de PFAS se proliferou, também aumentaram os estudos mostrando o quão perigosos eles podem ser para a saúde humana e o meio ambiente.

Um painel científico estudou, a partir de 2005, milhares de pessoas que vivem perto de uma fábrica de teflon da DuPont na Virgínia Ocidental, nos EUA. Em uma série de estudos publicados, o painel identificou uma “ligação provável” entre o PFOA, ou ácido perfluorooctanoico —um produto químico PFAS usado para fazer teflon— e várias doenças, incluindo câncer de rim, câncer no testículo, colesterol alto, doenças da tireoide e hipertensão induzida pela gravidez.

No momento, há uma crescente reação para regulamentar o uso de PFOA e toda a família de produtos químicos PFAS.

Descobertas de PFAS em lugares inesperados provavelmente continuarão sendo feitas nos próximos meses e anos. Isso ocorre em parte porque, de acordo com a futura proibição da Califórnia, apenas níveis muito baixos de PFAS são permitidos, sendo que eles só podem ser confirmados usando um teste especial de “flúor orgânico total”.

Embora o teste tenha sido usado em embalagens de alimentos há alguns anos, o limite regulatório da Califórnia para PFAS significa que seu uso em roupas e componentes relacionados está aumentando.

“A indústria deve aceitar que haverá contratempos e revelações como as últimas descobertas”, disse Kloeters, da Fjällräven. “A indústria precisará trabalhar em conjunto para se livrar dessas substâncias químicas prejudiciais.”

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