Um acidente nuclear sem data para acabar.

O contínuo vazamento de água contaminada na central de Fukushisma fez todos os alarmes soarem e ressaltaram em 2013 que a crise nuclear está longe de ser resolvida, e que o desmantelamento da usina entrou em uma delicada e decisiva fase.

 

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Quase três anos após um dos piores acidentes nucleares da história, a população de continua lutando por controlar problemas como o dos vazamentos, por sua vez continuam os trabalhos para desmontar as danificadas e contaminadas instalações.

As proporções do problema da central do nordeste do Japão fortemente atingida pelo tsunami de 11 de março de 2011 voltou a ficar evidente de uma maneira dramática o agosto passado.

O governo japonês surpreendeu o mundo ao revelar que a central de Fukushima derramava diariamente cerca de 300 toneladas de água radioativa no mar, o que considerou como um problema grave e urgente.

A acumulação de água contaminada se tornou então a questão central na luta dos 3.500 trabalhadores que em duríssimas condições tentam lutar contra os perigos da central acidentada.

A água radioativa aumenta diariamente para cerca de 400 toneladas de água subterrânea que, proveniente das montanhas, se colam nos porões e se misturam com o líquido tóxico.

A preocupação aumentou ainda mais quando duas semanas depois a operadora da central reconheceu que tinha detectado uma fuga de 300 toneladas muito radioativas em um dos 1.000 tanques de armazenamento do líquido radioativo, o que evidenciava um grave problema mais.

Tanto é assim, que as autoridades japonesas deram ao acidente o nível 3 (incidente sério) dentro da escala internacional de fatos atômicos após consultar a situação com o Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

O enorme vazamento detectado aconteceu de um dos 350 contêineres, mais econômicos e de rápida fabricação, que se construíram de maneira urgente após o acidente de março de 2011.

Soldados com resina para em vez da solda comum, os tanques foram posteriormente protagonistas de vários vazamentos.

Tudo isso, somado a vários erros humanos, pôs em interdição a gestão da operadora TEPCO, proprietária da central, e o governo japonês anunciou que se envolveria mais na gestão da crise.

Em meio à situação, em 18 de novembro, começou a operação mais delicada desde que foi gerada a crise atômica de Fukushima.

Os operários da central começaram a retirar o combustível gasto do edifício que o reator quatro aloja, um processo que durará cerca de um ano e que abriu a porta a uma nova fase no longo desmantelamento da usina, que acontecerá em menos de três ou quatro décadas.

Enquanto isso, pela segunda vez desde a crise de Fukushima, o Japão voltou a entrar em um período de blecaute nuclear, e ainda mantém vivo o debate sobre este tipo de energia.

A nova greve começou o setembro passado quando se desativaram, para uma revisão rotineira, os dois únicos reatores que se encontravam em funcionamento no país; as unidades 3 e 4 da usina de Oi (oeste do país).

Após a crise de Fukushima e devido aos temores sobre a segurança das usinas nucleares, o Executivo japonês decidiu em maio de 2012 deixar a provisão deste tipo de energia a zero pela primeira vez em 42 anos.

Dois meses depois, em 1º de julho, autorizou no entanto que a usina de Oi retomasse suas operações para garantir o fornecimento na região de Kansai, a segunda mais povoada do país.

Nenhum outro reator foi ativado desde então, embora o atual governo conservador, que chegou ao poder em dezembro de 2012, defenda voltar a apostar em e aprovou provas novas e mais detalhadas de segurança para que as centrais possam ser reativadas.

A iniciativa divide ainda os japoneses, traumatizados com as terríveis consequências do acidente de Fukushima, mas também preocupados com o grande aumento dos custos energéticos no país.

(Fonte: Exame.com)