Pesquisadores da Universidade da Flórida relataram ter encontrado PFAS em 21 grandes marcas de papel higiênico, mas não divulgaram os nomes das marcas. Studio_Dagdagaz / iStock / Getty Images Plus
https://www.ecowatch.com/pfas-toilet-paper-forever-chemicals.html
13 de março de 2023
Substâncias per e polifluoroalquil, também conhecidas como PFAS ou ‘químicos para sempre’, foram identificadas em papel higiênico de marcas de todo o mundo em um novo estudo.
A pesquisa se soma a uma lista crescente de estudos que encontram PFAS em tudo, desde a água da chuva até a água da torneira e até mesmo o sangue do cordão umbilical.
O estudo , publicado na revista Environmental Science & Technology Letters por pesquisadores da Universidade da Flórida, detectou PFAS em 21 das principais marcas de papel higiênico (embora os nomes das marcas não tenham sido compartilhados) provenientes de todo o mundo, inclusive na América do Norte, Europa Ocidental, África, América Central e América do Sul.
Os pesquisadores extraíram e analisaram o PFAS do papel higiênico e do esgoto, encontrando polifluoroalquil fosfatos dissubstituídos (diPAPs) como o composto primário, juntamente com outros cinco compostos PFAS. De acordo com um comunicado de imprensa compartilhado com a American Chemical Society, os diPAPs podem se converter em outros PFAS mais estáveis, incluindo o potencial carcinógeno ácido perfluorooctanóico (PFOA).
A quantidade de PFAS encontrada no papel higiênico e no esgoto no estudo estava em níveis baixos, mas os pesquisadores não avaliaram os riscos potenciais à saúde do uso de papel higiênico contendo PFAS (nt.: e o papel que fazemos entrar em contato com nossos corpos e sendo uma substância conectada com a gordura, provavelmente quando o papel é esfregado em partes de nosso corpo, resíduos dessas moléculas devem ser absorvidas por nossas mucosas como na vagina e no ânus).
“Não estou com pressa para trocar meu papel higiênico e não estou dizendo que as pessoas devem parar de usar ou reduzir a quantidade de papel higiênico que usam”, Jake Thompson, principal autor do estudo e aluno de pós-graduação da Universidade da Flórida, disse ao The Guardian. “A questão é que estamos identificando outra fonte de PFAS, e isso destaca que os produtos químicos são onipresentes.”
Os autores do estudo também combinaram suas descobertas com outros estudos analisando PFAS em esgoto em todo o mundo. Com esta informação, eles determinaram que o papel higiênico contribuiu com até 89% de 6:2 diPAP em esgoto na França, até 35% na Suécia e cerca de 4% nos Estados Unidos. Os pesquisadores observaram que o papel higiênico é, em alguns países, uma importante fonte de PFAS em sistemas de tratamento de águas residuais.
Os PFAS são um grupo de produtos químicos sintéticos tóxicos ligados a várias implicações para a saúde, incluindo impactos reprodutivos em adultos, impactos no desenvolvimento de crianças e maior risco de câncer. Essas substâncias ganharam o nome de “químicos eternos” devido à sua incapacidade de se decompor no meio ambiente. Os PFAS são encontrados em milhares de fontes, incluindo espuma de combate a incêndio, equipamentos e roupas à prova d’água e itens domésticos como tapetes ou produtos de limpeza.
De acordo com Thompson, os baixos níveis de PFAS sugerem que produtos químicos são adicionados à polpa de papel para evitar que grudem durante a fabricação, mas a American Forest & Paper Association (AF&PA) emitiu uma declaração ao WSVN 7News em resposta ao estudo, dizendo que os PFAS não são usado para fabricar papel higiênico nos EUA. Thompson disse que o PFAS pode ou não ser adicionado intencionalmente, observando que as marcas de papel higiênico podem não estar cientes do PFAS adicionado aos instrumentos de fabricação.
“O fato de estar lá é alarmante”, disse Thompson ao WSVN 7News. “Precisamos pensar como sociedade como podemos limitar o uso desses compostos em vários de nossos produtos de consumo”.
Com sede em Los Angeles, Paige é uma escritora apaixonada por sustentabilidade. Ela obteve seu diploma de bacharel em Jornalismo pela Universidade de Ohio e possui um certificado em Estudos de Mulheres, Gênero e Sexualidade. Ela também se especializou em agricultura sustentável enquanto cursava a graduação.
Tradução livre, parcial, de Luiz Jacques Saldanha, março de 2023.