Os alertas aumentam e o desmatamento não para.

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O balanço de alertas de desmatamento (corte raso da floresta) e degradação florestal do período de novembro de 2014 à janeiro de 2015 na , divulgado na segunda-feira (dia 2) pelo Inpe traz mais más notícias aos brasileiros. Os dados – do Deter, Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real do Inpe – mostram que o mês de janeiro de 2015, em especial, apresentou alertas de desmatamento e degradação florestal em uma área de 129,36 km², um número que sozinho é quase igual à soma dos dados dos meses de janeiro dos últimos cinco anos: 147,64 km².

 

http://envolverde.com.br/ambiente/os-alertas-aumentam-e-o-desmatamento-nao-para/

 

por Redação do Greenpeace

Inpe divulga primeiro relatório DETER do ano e janeiro já registra a maior área com alerta de desmatamentos dos últimos cinco anos para o mês

Alertas de desmatamento e degradação florestal para janeiro de 2015, agregados em uma grade regular de 50 km X 50 km e em unidades censitárias.Alertas de desmatamento e degradação florestal para janeiro de 2015, agregados em uma grade regular de 50 km X 50 km e em unidades censitárias.

Lamentavelmente, janeiro de 2015 não é um ponto fora da curva. Ao analisar os dados de corte raso dos últimos seis meses (agosto de 2014 a janeiro deste ano, meses que vão compor o número final do desmatamento de 2015 apurado por outro sistema do Inpe, o Prodes) fica evidente que o ataque à maior floresta tropical do planeta voltou a ser alarmante: os alertas de desmatamento cresceram 56% em área, e a degradação subiu incríveis 162%, ambos na comparação com o mesmo período do ano anterior.

O Deter permite a constatação rápida do que está acontecendo na floresta e oferece suporte à fiscalização e controle do desmatamento pelo . Embora impreciso, ele indica a tendência de aumento ou diminuição da perda florestal ao longo do ano. A estimativa oficial do desmatamento de 2015, apurado pelo Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélite (Prodes) sairá no final do ano. O número final, como acontece todos os anos, será anunciado por volta de março de 2016.

No período de agosto de 2013 a janeiro de 2014, foram detectados alertas de desmatamento em 688,7 km². Este ano, entre agosto de 2014 e janeiro, foram detectados alertas em 1.074,3 km², o que representa um aumento de 56% em relação ao período anterior.

Já em termos de degradação florestal, processo que muitas vezes dá início ao ciclo do desmatamento, os alertas corresponderam à uma área de 403,8 km² no primeiro período e 1059,9 km² no segundo período, um aumento de 162%.

Apesar do otimismo do governo em relação à queda da taxa do desmatamento registrada pelo PRODES nos últimos anos, diversos fatores ainda ameaçam a floresta, colocando em risco essa conquista. A exploração ilegal de madeira segue fora de controle, o avanço de atividades agropecuárias sob a floresta continua, e a bancada ruralista no Congresso está mais numerosa do que nunca, ameaçando minar instrumentos efetivos de combate ao desmatamento como as Unidades de Conservação e Terras Indígenas.

Enquanto a floresta vai embora, episódios de seca se espalham pelo país e cientistas alertam que nosso futuro está cada vez mais ameaçado. Por isso é importante que iniciativas que levem ao fim do desmatamento sejam mantidas e fortalecidas, como é o caso da Moratória da Soja e Compromisso Público da Pecuária. Ao mesmo tempo os brasileiros precisam se unir e fazer coro pela proteção das , que são nossa única garantia de futuro. É isso que vem fazendo os mais de 1 milhão de eleitores que já assinaram em favor da lei do Desmatamento ZERO.

* Publicado originalmente no site Greenpeace Brasil.

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Anversos da crença (João Marino)

Não vislumbro um futuro humano plástico,
Mas muito plástico no futuro desumano.
E não falo de monturos,
Falo de montanhas de plástico impuro.
Falo de futuro suástico, inseguro, iconoclástico. Plásticos grandes e pequenos, moles e duros,
Que se amontoam.
Nanoplástico que se respira,
Que se bebe e se come,
Se adoece, se morre e se consome.
Presente fantástico de futuro hiperplástico,
Plástico para sempre,
Para sempre espúrio, infértil e inseguro.
Acuro todos os sentidos
E arrepio em presságios.
Agouros de agora,
Tempos adentro,
Mundo afora.
Improvável um futuro fúlguro!
Provavelmente escuro e obscuro.
Assim, esconjuro e abjuro!