ONGs ligam empresa global ao desmate de 26 mil ha de Cerrado

DESTRUIÇÃO DO CERRADO

O Matopiba é um grande foco de desmatamento do Cerrado pelo avanço do agronegócio. Foto: Divulgação / Mighty Earth

https://oeco.org.br/salada-verde/ongs-ligam-empresa-global-ao-desmate-de-26-mil-ha-de-cerrado/

ALDEM BOURSCHEIT · 

28 de junho de 2023

[NOTA DO WEBSITE 1: é também no MATOPIBA/Maranhão-Tocantins-Piauí-Bahia que estão situadas as imensas, em torno de 670 mil hectares, fazendas industriais da SLC. Empresa de origem gaúcha, de descendentes de alemães, que implantaram os primórdios da mecanização agrícola no RS, nos anos 60 e 70 com a chegada da soja. Foi essa ‘modernização da agricultura, promovida pela ditadura militar, que levou ao imenso êxodo rural no sul e que estimulou a ocupação da Amazônia, incentivada pelos militares, pela transposição desses primeiros ‘sem-terra’. É deles que se gera os grandes latifundiários, grileiros e perseguidores dos povos originários. São normal e preferencialmente seguidores do supremacismo branco eurocêntrico, e adeptos do agronegócio mais devastador que se tem no norte, nordeste e Pantanal, nos dias de hoje. Praticamente todos são do RS, SC e PR e, preferencialmente, de ascendência italiana e alemã].

[NOTA DO WEBSITE 2: Aqui está citada somente a Bunge, empresa de origem argentina e foi ou é proprietária da marca Santista. E as outras como a Amaggi, SLC, por que não estão listadas? E o milho, o algodão e outras commodities, por que não aparecem?].

Grandes compradores de soja na União Europeia poderão deixar de comprar a soja exportada desde fazendas no Matopiba.

Um relatório das ongs Mighty Earth, Aid Environment, Instituto Centro de Vida (ICV) e da Repórter Brasil conecta a produção de soja da multinacional Bunge ao desmatamento de 26 mil ha de Cerrado no Matopiba, região entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

Em resposta à Mighty Earth, a Bunge confirmou a compra recente de soja diretamente de quatro das oito fazendas identificadas com desmate, mas não nomeou as propriedades e nem indicou se as outras quatro eram seus fornecedores indiretos.

O relatório foi repassado a 100 empresas do setor de alimentação na Europa. Dessas, 56 responderam e cinco confirmaram ligações com a soja da Bunge em suas cadeias de fornecimento.

Carrefour e Casino, na França, Ahold Delhaize e Jumbo, na Holanda, e Aldi South, na Alemanha, afirmaram que irão investigar os casos de desmate apresentados, cobrando respostas da Bunge.

A principal produtora de carne suína da França, a Cooperl, disse que já não compra soja da Bunge devido a outros casos que relacionam a empresa com o desmatamento.

Para a Mighty Earth, as medidas comerciais refletem o que virá quando mais blocos econômicos demandarem importações livres de impactos como desmatamento, como já encaminha a União Europeia.  

As regras, todavia, por enquanto abrangem apenas “florestas”, deixando ¾ do Cerrado desprotegidos. Mais informações aqui

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